Pense Nisso | Centro América FM Cuiabá - Easy | Cadena

Episódios

Generosidade

Quando tinha treze anos, Severino saiu de Olho D’água Seco, no sertão de Pernambuco, para morar com um tio na capital, Recife. Certo dia perdeu-se na cidade grande. Sem saber ler, não conseguia encontrar o caminho de volta olhando as placas e o nome das ruas. Era como se fosse cego, diz. Quando, afinal, achou o endereço, pediu ao tio para lhe comprar uma cartilha de alfabetização. Sozinho, aprendeu a ler e a escrever. Um ano depois, voltou ao sertão e tratou de ensinar o que sabia à irmã. Não era muito, mas era o bastante. Depois, improvisou uma escolinha para alfabetizar outros moradores. Já tinha ensinado duzentas e trinta e uma pessoas a ler quando deixou Pernambuco por uma vida melhor em São Paulo. Gosto de passar adiante tudo o que aprendo. Não vou levar nada para o caixão. Então tenho de compartilhar o que sei com quem precisa, senão esse conhecimento morre comigo, conta ele. * * * Estamos acostumados a reconhecer a generosidade em gestos grandiosos como o de Bill Gates, fundador da Microsoft e um dos homens mais ricos do planeta, que doou vinte e nove bilhões de dólares à instituição de combate à pobreza que fundou com a mulher, Melinda. Mas a história de Severino não deixa dúvida de que a generosidade pode ser praticada mesmo por quem tem pouco ou quase nada – e de várias formas, muito além de dar bens que sobram. Alguns exemplos são:Antônio, um desembargador de justiça, que conta histórias para crianças num hospital. Élcio, que incentiva a solidariedade na empresa que lidera, e ajudou a fazer dela um dos melhores lugares do mundo para trabalhar. Danielle, que aos sessenta e três anos, ajuda milhares de deficientes visuais a ter acesso a livros. Todos podemos ser generosos, e se desejamos realmente um mundo melhor, começar pela benevolência nas pequenas coisas, nos gestos singelos, é fundamental. * * * Proponha a você mesmo este desafio. Pratique um ato de generosidade, no dia de hoje e veja os resultados. Não o resultado do reconhecimento – pois ele quase sempre não vem, e não deve ser nosso foco – mas o resultado em sua alma, em sua alegria interior. Doe-se ao outro. Doe-se ao mundo. Doe sua vida ao amor e ganhe a felicidade tão sonhada! Redação do Momento Espírita com base em artigo da revista Sorria, v.1, de março/abril de 2008, e no item 886, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed .Feb. Em 30.05.2012.

14/09/2019 16:53 | DURAÇÃO 3:02

A Honra

Conta-se que um promotor público, nomeado para uma cidade interiorana do Sul do Brasil, ali chegou jovem e entusiasta. Conhecedor da lei, amante da ordem e do direito, se propôs a realizar o melhor, naquela localidade. Um dos primeiros casos que lhe chegou às mãos foi o de um homem que, em plena praça, à vista de vários cidadãos, descarregara todas as balas do seu revólver em sua esposa. Fora um crime bárbaro, cruel, presenciado por muitos. O jovem promotor estudou o caso e, com tranquilidade, se propôs a fazer a acusação daquele réu. Para ele, não havia dúvidas. Tratava-se de um crime bárbaro. O homem, tomado de ciúmes, pois descobrira que a esposa o traíra, a matara de forma fria, premeditada. Havia muitas testemunhas. O fato era notório. Não havia erro. Aquele homem seria condenado. Contudo, no transcurso do processo, foi se tomando de surpresa o promotor. O advogado do réu apresentou sua defesa baseado em que ele não deveria ser julgado culpado pois, afinal, fora brutalmente ofendido em sua honra. A surpresa foi maior ainda quando o júri chegou ao veredito de inocente. Entenderam os jurados daquela cidade que o homem traído mais não fizera do que lavar a sua honra. E honra se lava com sangue. Não se tratava de uma questão de direito, de certo e de errado, mas de como aquela gente entendia que tudo deveria ser resolvido. E, no caso, somente a morte poderia lavar a honra daquele cidadão. * * * Em várias localidades, em nosso país e no mundo, muitos ainda acreditam que a honra se lava com sangue. Quando ouvimos relatos de fatos semelhantes, aqui e ali, tentando justificar atos de violência, ficamos chocados. Compete-nos refletir e pesar nossos valores. Recordamos que, certa feita, Moandas Gandhi, o líder pacifista da Índia, foi esbofeteado em pleno rosto. O golpe fora tão rude que ele caíra. Levantou-se, limpou a poeira da roupa e, sereno, continuou o seu caminho. Uma jornalista londrina teve oportunidade de lhe perguntar: Senhor, o senhor não vai revidar? Por que deveria? - Perguntou, tranquilo. Mas, senhor, ele lhe esbofeteou a face. Feriu a sua honra. Gandhi a olhou, profundamente, nos olhos e respondeu: Minha jovem, minha honra não está no rosto. Sim, sua honra como a de todos nós, não está no rosto. A honra está na alma e essa ninguém a pode remover, senão nós mesmos. Manchamos nossa honra de filhos de Deus quando nos permitimos revidar agressões, descer ao nível do agressor. Dilapidamos nossa honra quando nos permitimos compactuar com a mentira, com a corrupção, com o crime de qualquer nível. Pensemos nisso e nos mantenhamos no bem, no caminho do reto dever, mesmo que as circunstâncias pareçam contra nós. Baseado em fato narrado por Sandra Della Pola, em palestra proferida no Teatro da Federação Espírita do Paraná, no dia 11 de julho de 2010. Em 11.07.2012.

13/09/2019 16:52 | DURAÇÃO 3:41

Mulher e Dedicação

Em uma de suas mais famosas canções, o ex-Beatle John Lennon cantou a opressão que vitimava mulheres em todo o Mundo. Lennon foi assassinado em 1980, mas suas palavras ainda são atuais, nesses dias em que vivemos. No Brasil, na Arábia ou na Índia. Na antiguidade ou nas metrópoles de hoje. Em todas as épocas e povos, a mulher sempre teve sua posição atormentada pelas dificuldades do não reconhecimento de seu valor e de seu papel. Esforça-se, rompe barreiras, mas continua assombrada por um certo desprezo, nascido da aparente fragilidade que carrega. Em alguns locais o estigma é forte, bem visível, e oprime, fere, humilha. Em outros, a vida parece um pesadelo com a violência que assusta, com o terror que espalha. Basta ligar a TV, ou abrir jornais e revistas para ter notícias dos abusos impostos às mulheres. Vilipendiadas, desrespeitadas, caladas à força, elas prosseguem: carregam famílias, assumem tarefas, adoçam os dias com o mel que só um coração delicado pode oferecer. Mesmo nos países em que é valorizada, facilmente se percebe um certo desrespeito, um preconceito camuflado em piadas e risos irônicos. Sem falar nos salários mais baixos, nas avaliações que consideram mais o corpo que a inteligência. Ou você nunca notou? Por toda a parte em que se vai, basta abrir os olhos e ver as mulheres assinaladas pelo signo da generosidade. Por mais que trabalhem, sejam bem sucedidas, realizadas, o selo feminino é o da dedicação que não conhece limites. Quer prova disso? Observe as mães e esposas de atletas e artistas. Quem na maioria das vezes os estimula, torce, sacrifica as horas? Quem está, invariavelmente, ao lado deles, quando ninguém quer sonhar junto? Quem sempre acredita? E os filhos deficientes? Você já percebeu a presença materna ali ao lado? Onipresente, forte, protetora. Todos os estudos na área de deficiência física ou mental revelam que a figura materna, na maioria dos casos, é quem apóia o filho e vai em busca de alternativas, terapias, equipamentos, médicos. Mão estendida, voz cariciosa, presença constante. Mães, irmãs, avós, esposas, namoradas. Sempre ao lado, de mãos dadas, com brilho nos olhos e força nos braços. Tanta dedicação muitas vezes tem um preço caro demais. A mulher acostuma-se ao sacrifício o tempo inteiro. E fica invisível. Passa a fazer parte da paisagem. Ninguém lembra de agradecer, acarinhar, sorrir de volta. Mas quem disse que ela se abate? Mulher é entidade forte, cheia de graça e de poder, capaz de fazer nascer borboletas. Capaz de fazer brilhar o sol. * * * Se nos cabe reconhecer no homem o condutor da Civilização e o mordomo dos patrimônios materiais, na Terra, não podemos esquecer de identificar na mulher o anjo da esperança, ternura e amor. A missão feminina é espinhosa. Mas, efetivamente, só a mulher tem bastante poder para transformar os espinhos em flores.

12/09/2019 10:04 | DURAÇÃO 4:22

Contemplação do Excelente

CONTEMPLAÇÃO DO EXCELENTE Atravessamos na Terra, fase de dificuldades sem conta, nas áreas de cultura geral. Desconhece-se a estrutura da própria linguagem que se fala. Usam-se gírias ou expressões chulas que denunciam a pobreza dos falantes relativamente à formação cultural. Ignoram-se os fatos históricos que envolvem a sociedade em que se vive. Espalham-se infames zombarias, inventam-se lendas sem beleza e sem sentido, refletindo a pouca madureza social. Não se cogita de penetrar as razões desse ou daquele monumento, sentindo-se, tantos, impulsionados pelo instinto destruidor e vândalo, que, incapazes de compreender, por descaso, preferem pichar, destroçar ou poluir de modo drástico, o que encontram pela frente. O gosto pelas Bibliotecas, pelas salas de arte, por Museus, por Teatros e pela literatura excelente de todos os tempos, tudo tem ficado na retaguarda das preferências. Os desportos nobres e educativos ainda contam com poucos adeptos. Temos, ao revés, um quadro enorme dos que procuram os exercícios desportivos excitantes e violentos, que pouco ou nada acrescentam no âmbito das conquistas do Espírito. Encontram-se, com maior frequência, muitos que se ajustam a espetáculos pornográficos, do palco ou da tela, em franco deboche à sensibilizante arte. * * * Diante de tudo isso, precisamos com urgência de educação e de boas referências. O bom gosto se forma pela contemplação do excelente e não do sofrível, dizia Goethe, compreendendo com perfeição a construção do aprendizado na alma humana. Cabe aos pais e aos educadores mostrarem o excelente, preencher os educandos de boas referências desde cedo, se desejarem desenvolver neles uma cultura rica e útil. As crianças, os jovens, precisam estar mergulhados num caldo cultural que favoreça o desenvolvimento de uma massa crítica, que proporcione a contemplação do belo, que os ensine a pensar e a sentir. As grandes mídias estão repletas de um verdadeiro lixo cultural, se podemos chamar assim, porque nós, a grande maioria, consumimos isso. Aliás, a palavra consumo é uma das preferidas nos tempos atuais, inclusive invadindo áreas em que não há como se conjugar o verbo consumir, na essência, pois o que não é material, o que não é tangível, não se consome. Na verdadeira arte nada se consome. A arte se contempla, se admira. Ela alimenta a todos quando é instrumento do belo e do bem e nunca se acaba, pois o que se consome, se finda. Podemos consumir um CD, um arquivo de MP3, mas nunca uma bela música. É tempo de retirar as cascas e máscaras que criamos através de nossos vícios morais, e nos permitir enxergar tudo como realmente é. O que verdadeiramente importa para mim? Não sou um consumidor, sou um ser, e estou aqui para crescer moral e intelectualmente. Quero aprender com quem já esteve aqui, com a História do meu povo, com os grandes, com os missionários, com aqueles que deram a vida para que hoje tivesse o conforto de que desfruto. Estou aqui para me tornar mais sábio, não o sábio de Biblioteca apenas, mas o que tem condições de aplicar em sua vida tudo aquilo que aprende, que faz de seu conhecimento uma mola propulsora para que possa amar mais e melhor. Cultura e amor. Eis o que precisamos com urgência. Com base no cap. Juventude e cultura, do livro Cântico da juventude, pelo Espírito Ivan de Albuquerque, psicografia de José Raul Teixeira, ed. Fráter. Em 31.3.2015

11/09/2019 10:51 | DURAÇÃO 4:11

Dando o Melhor

Dando o melhor Muitas coisas se falam a respeito de Beethoven. O fato de ter composto extraordinárias sinfonias, mesmo após a total surdez, é sempre recordado. Exatamente por causa de sua surdez, ele era pouco sociável. Enquanto pôde, escondeu o fato de sua audição estar comprometida. Evitava as pessoas porque a conversa se lhe tornara uma prática difícil e humilhante. Era o atestado público da sua deficiência auditiva. Certo dia, um amigo seu foi surpreendido pela morte súbita do filho. Assim que soube, o músico correu para a casa dele, pleno de sofrimento. Beethoven não tinha palavras de conforto para oferecer. Não sabia o que dizer. Percebeu, contudo, que num canto da sala havia um piano. Durante trinta minutos, ele extravasou suas emoções da maneira mais eloquente que podia. Tocou piano. Ao contato dos seus dedos, as teclas acionadas emitiram lamentos e melodiosa harmonia de consolo. Assim que terminou, ele foi embora. Mais tarde, o amigo comentou que nenhuma outra visita havia sido tão significativa quanto aquela. Por vezes, nós também, surpreendidos por notícias muito tristes ou chocantes, não encontramos palavras para expressar conforto ou consolação. Chegamos ao ponto de não comparecer ao enterro de um amigo, por sentir não ter jeito para dizer algo para a viúva, ou aos filhos órfãos. Não vamos ao hospital, visitar um enfermo do nosso círculo de relações, porque nos sentimos inibidos. Como chegar? O que levar? O que dizer? Aprendamos com o gesto do imortal Beethoven. Na ausência de palavras, permitamos que falem os nossos sentimentos. Ofertemos o abraço silencioso e deixemos que a vertente das lágrimas de quem se veste de tristeza, escorra em nosso peito. Ofereçamos os ombros para auxiliar a carregar a dor que extravasa da alma, vergastando o corpo. Sentemo-nos ao lado de quem padece e lhe seguremos a mão, como a afirmar, com todas as letras e nenhum som: Estou aqui. Conte comigo. Sirvamos um copo d’água, um suco àquele que secou a fonte das lágrimas e prossegue com a alma em frangalhos. Isso poderá trazer renovado alento ao corpo exaurido pela convulsão das dores. Verifiquemos se não podemos providenciar um cantinho para um repouso, ainda que breve. Permaneçamos com o amigo, mesmo depois que todos se tenham retirado para seus lares ou se dirigido aos seus afazeres. As horas da solidão são mais longas, quando os ponteiros avançam a madrugada. * * * Sê amigo conveniente, sabendo conduzir-te com discrição e nobreza junto àqueles que te elegem a amizade. A discrição é tesouro pouco preservado nas amizades terrenas. Todas as pessoas gostam de companhias nobres e discretas, que inspiram confiança, favorecendo a tranquilidade. Ouve, vê, acompanha e conversa com nobreza, sendo fiel à confiança que em ti depositem. Com base no cap. O dom de Beethoven, de Philip Yancey, do livro Histórias para o coração 2, de Alice Gray, ed. United Press Em 22.7.2018.

10/09/2019 10:50 | DURAÇÃO 3:58

A Rogativa do Culpado

Rogativa do culpado Caro amigo: Desejo pedir-te perdão pelo mal que te fiz. Infelizmente, naquela ocasião, eu me encontrava infeliz, inimizado comigo mesmo, sem a capacidade de discernir entre o bem e o mal - o que deveria e o que não me era lícito fazer. Reconheço hoje que te magoei com a minha insolência e desequilíbrio, proporcionando-te sofrimentos desnecessários. Aprendi a lição da dignidade, após atravessar os caminhos sombrios do remorso, procurando expiar a culpa, tentando reabilitar-me através das boas ações, a fim de encorajar-me a pedir-te perdão. Reconheço que é mais infeliz aquele que acusa indevidamente, aquele que comete o erro de ofender o outro do que a sua vítima. Quando o ofendido supera a situação deplorável, ascende no rumo da iluminação, enquanto o seu adversário mergulha no abismo do desequilíbrio, assinalado pela culpa de que não se consegue libertar. Apiada-te, portanto, de mim, conforme hoje dou-me conta da própria inferioridade. Sei que não te será fácil compreender tudo quanto sinto e gostaria de dizer-te... Segue, portanto, a tua portentosa jornada, olhando para trás e distendendo a mão para mim, em socorro, que me encontro na retaguarda. Desejo, porém, que saibas quanto estou feliz por poder haver chegado a esta conclusão, a este momento, conseguindo dizer-te, embora em poucas palavras, o que me vai na alma, reabilitando-me, pelo menos um pouco, do mal que te fiz. * * * Pedir perdão é vencer uma grande batalha dentro de nós. Pedir perdão é vencer o orgulho que sempre, através das eras, foi vencedor em nossa intimidade imperfeita e desequilibrada. Pedir perdão, de coração, o perdão verdadeiro, é grande passo na conquista do acerto final e completo com as Leis Divinas. Há humildade em tal pedido, e também sabedoria. Baixar a fronte. Reconhecer-se imperfeito, porém perfectível, mutável. Se pedíssemos perdão mais vezes, certamente seríamos mais felizes. O pedido de perdão verdadeiro faz-nos mais fortes, porque junto dele vem o reconhecimento do erro, e a autoproposta de não mais errar. No pedido de perdão vem o desejo do bem ao outro - desejo exatamente oposto àquele que gerou toda situação desastrosa entre as suas almas. Por carregar tal aspiração, representa grande vitória do bem contra o mal. * * * Ao reconhecer nossos erros, não esqueçamos de pedir perdão. Procuremos o outro e, de alguma forma, demonstremos que estamos cientes do erro, e que agora lhe desejamos bem, e não mal. Não esperemos contrapartida. A vitória de quem sabe pedir perdão está dentro de si mesmo, e não depende de aceitação da outra parte. Reconhecer o erro; pedir perdão; não errar mais; ressarcir a Lei - eis o caminho da felicidade. Texto com base no cap. 41, do livro O amor como solução, de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Joanna de Ângelis, ed. Leal. Em 13.8.2013.

09/09/2019 15:35 | DURAÇÃO 3:45

A Felicidade e a Riqueza

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07/09/2019 15:35 | DURAÇÃO 5:08

O que você é fala mais alto

O QUE VOCÊ É FALA MAIS ALTO. Era uma tarde de domingo ensolarada, na cidade de Oklahoma. Bobby Lewis aproveitou para levar seus dois filhos para jogar minigolf. Acompanhado pelos meninos dirigiu-se à bilheteria e perguntou: Quanto custa a entrada? O bilheteiro respondeu prontamente: São três dólares para o senhor e para qualquer criança maior de seis anos. A entrada é grátis se eles tiverem seis anos ou menos. Quantos anos eles têm? Bobby informou que o menor tinha três anos e o maior, sete. O rapaz da bilheteria falou com ares de esperteza: O senhor acabou de ganhar na loteria, ou algo assim? Se tivesse me dito que o mais velho tinha seis anos eu não saberia reconhecer a diferença. Poderia ter economizado três dólares. O pai, sem se perturbar, disse: Sim, você talvez não notasse a diferença, mas as crianças saberiam que não é essa a verdade. * * * Sem a consciência que Bobby tinha da importância de sermos verdadeiros em todas as situações do cotidiano, muitos de nós apresentamos uma realidade distorcida aos nossos filhos. Tantas vezes, para economizar pequena soma em moedas, desperdiçamos o tesouro do ensinamento nobre e justo. Desconsiderando a grandeza da integridade e da dignidade humanas, permitimos que esses valores morais sejam arremessados fora, por muito pouco. Nesses dias de tanta corrupção e desconsideração para com o ser humano, vale a pena refletir sobre os exemplos que temos dado aos nossos filhos. Às vezes, não só mentimos ou falamos meias-verdades, como também pedimos a eles que confirmem diante de terceiros as nossas inverdades. Agindo assim, estaremos contribuindo para a construção de uma sociedade moralmente enferma desde hoje. Ademais, o fato de mentirmos nos tira a autoridade moral para exigir que os filhos nos digam a verdade, e isso nos incomoda. Pensamos que pequenas mentiras não farão diferença, na formação do caráter dos pequenos, mas isso é mera ilusão, pois cada gesto, cada palavra, cada atitude que tomamos estão sendo cuidadosamente observadas e imitadas pelas crianças que nos rodeiam. Daí a importância da autoridade moral, tão esquecida e ao mesmo tempo tão necessária, na construção de uma sociedade mais justa e digna. E autoridade moral não quer dizer autoritarismo. Enquanto o autoritarismo dita ordens e exige que se cumpra, a autoridade moral arrasta pelo próprio exemplo, sem perturbação. A verdadeira autoridade pertence a quem já conquistou a si mesmo, domando as más inclinações e vivendo segundo as regras de bem proceder. Dessa forma, o exemplo ainda continua sendo o melhor e mais eficaz método de educação. Sejamos, assim, cartas vivas de lições nobres para serem lidas e copiadas pelos que convivem conosco. * * * Diz o poeta americano Ralph Waldo Emerson: Quem você é fala tão alto que não consigo ouvir o que você está dizendo. Em tempos de desafios e lutas, quando a ética e a moral são mais importantes que nunca, assegure-se de ter deixado um bom exemplo para aqueles com quem você trabalha ou convive.

06/09/2019 15:38 | DURAÇÃO 3:48

O Zelador da Fonte

Conta uma lenda austríaca que em determinado povoado, havia um pacato habitante da floresta que foi contratado pelo Conselho Municipal para cuidar das piscinas que guarneciam a fonte de água da comunidade. O cavalheiro com silenciosa regularidade, inspecionava as colinas, retirava folhas e galhos secos, limpava o limo que poderia contaminar o fluxo da corrente de água fresca. Ninguém lhe observava as longas horas de caminhada ao redor das colinas, nem o esforço para a retirada de entulhos. Aos poucos, o povoado começou a atrair turistas. Cisnes graciosos passaram a nadar pela água cristalina. Rodas d'água de várias empresas da região começaram a girar dia e noite. As plantações eram naturalmente irrigadas, a paisagem vista dos restaurantes era de uma beleza extraordinária. Os anos foram passando. Certo dia, o Conselho da cidade se reuniu, como fazia semestralmente. Um dos membros do Conselho resolveu inspecionar o orçamento e colocou os olhos no salário pago ao zelador da fonte. De imediato, alertou aos demais e fez um longo discurso a respeito de como aquele velho estava sendo pago há anos, pela cidade. E para quê? O que é que ele fazia, afinal? Era um estranho guarda da reserva florestal, sem utilidade alguma. Seu discurso a todos convenceu. O Conselho Municipal dispensou o trabalho do zelador da fonte de imediato. Nas semanas seguintes, nada de novo. Mas no outono, as árvores começaram a perder as folhas. Pequenos galhos caíam nas piscinas formadas pelas nascentes. Certa tarde, alguém notou uma coloração meio amarelada na fonte. Dois dias depois, a água estava escura. Mais uma semana e uma película de lodo cobria toda a superfície ao longo das margens. O mau cheiro começou a ser exalado. Os cisnes emigraram para outras bandas. As rodas d'água começaram a girar lentamente, depois pararam. Os turistas abandonaram o local. A enfermidade chegou ao povoado. O Conselho Municipal tornou a se reunir, em sessão extraordinária e reconheceu o erro grosseiro cometido. Imediatamente, tratou de novamente contratar o zelador da fonte. Algumas semanas depois, as águas do autêntico rio da vida começaram a clarear. As rodas d'água voltaram a funcionar. Voltaram os cisnes e a vida foi retomando seu curso. * * * Assim como o Conselho da pequena cidade, somos muitos de nós que não consideramos determinados servidores. Aqueles que se desdobram todos os dias para que o pão chegue à nossa mesa, o mercado tenha as prateleiras abarrotadas; os corredores do hospital e da escola se mantenham limpos. Há quem limpe as ruas, recolha o lixo, dirija o ônibus, abra os portões da empresa. Servidores anônimos. Quase sempre passamos por eles sem vê-los. Mas, sem seu trabalho, o nosso não poderia ser realizado ou a vida seria inviável. O mundo é uma gigantesca empresa, onde cada um tem uma tarefa específica, mas indispensável. Se alguém não executar o seu papel, o todo perecerá. Dependemos uns dos outros. Para viver, para trabalhar, para ser felizes! Pensemos nisso! Texto com base no cap. O zelador da fonte, de Charles R. Swindoll, do livro Histórias para o coração, de Alice Gray, ed. United Press.

05/09/2019 16:24 | DURAÇÃO 4:29

Conclusões Apressadas

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04/09/2019 11:47 | DURAÇÃO 4:47

A vida depois dos 50

Quando ultrapassamos a barreira dos 50 anos, se tem a consciência que indubitavelmente, temos mais passado que futuro. Mas que isso não se transforme em neurose desfreada, ou pelo menos, que essa neurose seja tratável. Completar 50 anos de vida é um privilégio. Ao chegarmos nesta idade é certo que perdemos algumas coisas, mas ganhamos outras tantas. Perdemos cabelos; ganhamos discernimento e nos tornamos mais condescendentes com os outros. Perdemos massa muscular; ganhamos vitalidade emocional. Perdemos um pouco da visão física; e adquirimos uma visão mais clara do que realmente é importante na vida. A partir dos 50 anos de idade, ganhamos alguns quilos, e perdemos a vergonha de dizer “eu te amo”. Ao passar dos anos, ganhamos, perdemos, descartamos, e depois do cinquenta, nos reciclamos. Fazendo um balanço geral e minucioso, chegamos à conclusão que perder ou ganhar, não é o cerne da questão. O que de fato importa, é o que podemos passar de bom para os nossos filhos, amigos e a todos os companheiros de jornada. Que possamos cantar a canção da esperança, a palavra que enleva e consola. E quando não temos a palavra certa, que o nosso silencio se torne verbo de solidariedade para com a dor dos nossos semelhantes. É preciso tocar mais a harpa da ternura, e menos o tambor da guerra. Que culpemos menos as pessoas pelas nossas dores, e que compartilhemos mais as nossas alegrias. Que sejamos mais gratos pelo amor que recebemos, e menos rancorosos pelas maledicências recebidas. Sim, ao longo dos 50 anos acumulamos tristezas, magoas, raiva e decepções. Mas, é preciso enfrentar os nossos demônios para crescer e encarar a vida como ela é. E que, de nada adiantará se jogar nos cantos e lamentar. O jeito é tentar ser feliz e escrever uma nova história da nossa vida. As provações nos amadurecem e acabamos por enxergar algo de bom...de positivo, que estava escondido. A cada dia uma nova experiência, uma nova história, sempre foi assim e sempre será. Enfim, que tenhamos os anos de vida que precisamos. Porém, sempre com música no coração. Que os cinquenta anos de vida sejam de uma feliz idade... e que tenhamos os anos de vida que precisamos.

03/09/2019 11:34 | DURAÇÃO 3:24

O Poço

Narra uma lenda chinesa que no fundo de um poço pequeno, mas muito fundo, vivia um sapo. O que ele sabia do mundo era o poço e o pedaço de céu que conseguia ver pela abertura, bem no alto. Certo dia, um outro sapo se abeirou da boca do poço. Por que não desce e vem brincar comigo? É divertido aqui. - Convidou o sapo lá embaixo. O que tem aí? – Perguntou o de cima. Tudo: água, correntes subterrâneas, estrelas, a luz e até objetos voadores que vêm do céu. O sapo da terra suspirou. Amigo, você não sabe nada. Você não tem ideia do que é o mundo. O sapo do poço não gostou daquela observação. Quer dizer que existe um mundo maior do que o meu? Aqui vemos, sentimos e temos tudo o que existe no mundo. Aí é que você se engana, falou o outro. Você só está vendo o mundo a partir da abertura do poço. O mundo aqui fora é enorme. O sapo do poço ficou muito chateado e foi perguntar a seu pai se aquilo tudo era verdade. Haveria um mundo maior lá em cima? O pai confirmou: Sim, havia um outro mundo, com muito mais estrelas do que se podia ver dali debaixo. Por que nunca me disse? – Perguntou o sapinho, desapontado. Para quê? O seu destino é aqui embaixo, neste poço. Não há como sair. Eu posso! Eu consigo sair! – Falou o sapinho. E pulou, saltou, se esforçou. O poço era muito fundo, a terra longe demais e ele foi se cansando. Não adianta, filho. – Tornou o pai a dizer. Eu tentei a vida toda. Seus avós fizeram o mesmo. Esqueça o mundo lá em cima. Contente-se com o que tem ou vai viver sempre infeliz. Quero sair! Quero ver o mundo lá fora! – Chorava o filhote. E passou o resto da vida tentando escapar do poço escuro e frio. O grande mundo lá em cima era o seu sonho. * * * Um pobre camponês de apenas oito anos de idade não se cansava de ouvir esta lenda dos lábios de seu pai. Vivendo a época da revolução cultural na China de Mao Tsé Tung, o menino passava fome, frio e toda sorte de privações. Pai, estamos em um poço? – Perguntava. Depende do ponto de vista. – Respondia o pai. Mais de uma vez o garoto se sentia como o sapo no poço, sem saída. Mas ele enviava mensagens aos Espíritos. Pedia vida longa e felicidade para sua mãe. Pedia pela saúde de seu pai mas, mais que tudo, ele pedia para sair do poço escuro e profundo. Ele sonhava com coisas lindas que não possuía. Pedia comida para sua família. Pedia que o tirassem do poço para que ele pudesse ajudar seus pais e irmãos. Ele pedia, e sonhava, e deixava sua imaginação o levar para bem longe. Um dia, a possibilidade mais remota mudou de modo total o curso da sua vida. Ele foi escolhido entre centenas de camponeses e foi fazer parte de algumas das maiores companhias de balé do mundo. Um dia, ele se tornaria amigo do presidente e da primeira-dama, de astros do cinema e das pessoas mais influentes dos Estados Unidos. Seria uma estrela: o último bailarino de Mao Tsé Tung. Li Cunxin saiu do poço. * * * Nunca deixe de sonhar! Nunca abandone seus ideais. Mantenha aquecido o seu coração e viva as suas esperanças. O amanhã é sempre um dia a ser conquistado! Pense nisso!

02/09/2019 09:13 | DURAÇÃO 4:43

Aborrecimentos

Nada mais comum, nas atividades terrenas, do que o hábito enraizado das querelas, dos desentendimentos, das chateações. Como um campo de meninos, em que cada gesto, cada nota, cada menção se torna um bom motivo para contendas e mal-entendidos, também na sociedade dos adultos o mesmo fenômeno ocorre. Mais do que compreensível é que você, semelhante a um menino de pavio curto, libere adrenalina nos episódios cotidianos que desafiem a sua estabilidade emocional. Compreensível que se agite, que se irrite, que altere a voz, que afivele ao rosto expressões feias de diversos matizes. Em virtude do nível do seu mundo íntimo, tudo isso é possível de acontecer. Contudo, você não veio à Terra para fixar deficiências, mas para tratá-las, cultivando a saúde. Você não se acha no mundo para submeter-se aos impulsos irracionais, mas para fazê-los amadurecer para os campos da razão lúcida. Você não nasceu para se deixar levar pelo destempero, pela irritação que desarticula o equilíbrio, mas tem o dever de educar-se, porque tem na pauta da sua vida o compromisso de cooperar com o Universo, à medida que cresça, que amadureça, que se enobreça. Desse modo, os seus aborrecimentos diários, embora sejam admissíveis em almas infantis e destemperadas, já começam a provocar ruídos infelizes, desconcertantes e indesejáveis, nas almas que se encontram no mundo para dar conta de compromissos mais elevados. Assim, observe-se. Conheça-se no aprendizado do bem, um pouco mais. Esforce-se por melhorar-se. Resista um pouco mais aos impulsos da fera que ainda ronda as suas experiências íntimas. Perante as perturbações alheias, aprenda a analisar e não repetir. Diante da rebeldia de alguém, analise e retire a lição para que não faça o mesmo. Notando a explosão violenta de alguém, reflita nas consequências danosas, a fim de não fazer o mesmo. Cada esforço que você fizer por melhorar-se, para que, pouco a pouco, mas sempre, você cresça e se ilumine, e tendo superado a si mesmo, transformando suas noites morais em radiosas manhãs de sol. * * * Quando você for visitado por uma causa de sofrimento ou de contrariedade, sobreponha-se a ela. E, quando houver conseguido dominar os ímpetos da impaciência, da cólera, ou do desespero, diga, de si para consigo, cheio de justa satisfação: Fui o mais forte. Pense nisso, mas pense agora. .

31/08/2019 09:14 | DURAÇÃO 3:03

Anjos nós também somos

Já nos foi ensinado, há muito tempo, de que não deve a mão esquerda tomar conhecimento do que realiza a direita. Ou seja, o bem deve ser feito na surdina, sem alardes. Entretanto, vez ou outra, faz muito bem à mente, ocupada com notas de violência e egoísmo, tomar ciência de algumas inusitadas iniciativas. Por isso, foi com alegria que lemos a respeito do trabalho de Scott Neeson, um australiano que, até os seus quarenta e quatro anos de idade, era um alto executivo do cinema. Apelidado de Mr. Hollywood, ganhando mais de um milhão de dólares por ano, como vice-presidente de marketing da Sony Pictures, morava numa mansão em Beverly Hills, tinha um iate, dois carros de luxo e uma moto caríssima. Mas Scott, sentia-se insatisfeito. Acreditava que devia fazer algo mais do que cinema. Seus colegas acreditaram que ele estava com estafa e lhe recomendaram férias, para esfriar a cabeça. Era o ano de 2003. Ele pegou um avião e partiu para cinco semanas de férias na Ásia, de mochila e motocicleta. O Camboja lhe mostrou uma face da miséria que ele desconhecia. As cenas que viu, no famoso lixão de Phnom Penh,(fenon pe em) o deixaram em lágrimas. Centenas de catadores, entre eles muitas crianças, reviravam as pilhas tóxicas, na esperança de encontrarem material reciclável que lhes pudesse render o mínimo para comer. Foi o suficiente para alterar todo seu plano de vida. Ele se deu conta de que tinha tanto e as crianças tinham tão pouco. Mudou-se para a capital do Camboja e criou uma instituição. Hoje, são mais de quatrocentas crianças que recebem moradia, alimentação, roupas, assistência médica, educação e treinamento vocacional. Quando ele chega, as crianças correm alegremente ao seu encontro, pulam em suas costas e gritam: Quero colo, Scott. E o homem de um metro e oitenta de altura, olhos azuis, chinelos, sorri e comenta: Já viu tanta alegria num lugar só? Várias vezes ao ano, ele retorna a Los Angeles para levantar fundos de que precisa para manter sua instituição. Após anos trabalhando no Camboja, Neeson admite que mal começou e afirma: Essa é a obra da minha vida. Estou comprometido com essas crianças. Scott Neeson, de executivo a um homem que salva e muda vidas, um exemplo de coragem. Coragem de abandonar o conforto, os prazeres mundanos para servir aos seus irmãos, com alegria e desprendimento. Mais um homem de bem sobre a Terra. Um homem que fez e faz a diferença para centenas de vidas.Sim, ouvintes, mais do que anjos mitológicos, devemos acreditar nos anjos reais...nos anjos humanos. Você também pode ser um. Pensemos nisso, e sejamos também anjos, dos nossos próximos menos favorecidos.

30/08/2019 09:15 | DURAÇÃO 3:30

Dinheiro e Valores

O dinheiro é, sem contestação, um fator importante em nossas vidas. Resolve muitas situações, porém, nem sempre permite comprar aquilo que, em determinadas situações, constitui nosso mais profundo desejo. Podemos comprar uma casa confortável, por exemplo, mas não um lar ditoso. Podemos comprar livros excelentes, mas não o conhecimento. Adquirir os medicamentos mais eficientes, mas não podemos comprar a saúde. Compramos um lugar de destaque entre os homens, mas não o verdadeiro afeto. Com o dinheiro podemos pagar diversões sofisticadas, mas não compramos a felicidade real. Podemos contratar advogados de renome, mas se somos culpados, não compraremos a isenção de culpa. Com o dinheiro podemos subjugar pessoas, mas não compramos o respeito e a admiração. O dinheiro pode pagar os melhores colégios, mas não nos isenta da educação informal. Podemos comprar cama confortável e lençóis de luxo, mas não logramos comprar o sono. Enfim, podemos adquirir um lugar de destaque em cemitério luxuoso, mas não a imortalidade física. Como podemos perceber, o dinheiro é necessário, mas tem valor relativo e transitório. Qual é o valor real do dinheiro? Não se sabe, porque em cada país ele tem um valor diferente. Pensando assim, o bom senso nos diz que não devemos investir o tempo somente para fazer dinheiro, sob risco de ficarmos de mãos vazias nas horas mais difíceis. Vale a pena investirmos um pouco do nosso tempo na conquista de valores imperecíveis que, nem a traça come, nem a ferrugem corrói. Esses valores são a nossa cota de participação efetiva na construção de um lar harmonioso. A leitura nobre e instrutiva que nos garanta a liberdade intelectual. A aquisição de honestidade e fidelidade que nos propiciem a conquista de afetos verdadeiros. A conquista de uma moral adequada que nos garanta, ao mesmo tempo, saúde física e paz de consciência. Uma vivência digna que nos façam homens e mulheres de bem, e não mendigos morais.

29/08/2019 09:17 | DURAÇÃO 2:28

Ter Sempre Razão

Quanto custa ter sempre razão? Em algum momento, paramos para analisar esta questão? Já pensamos quais são as consequências de sempre querer provar que estamos certos? É claro que defender um ponto de vista é corriqueiro. Colocar nosso posicionamento ou nossas ideias perante um fato, de maneira sensata, é mesmo saudável. Trocar ideias a respeito de um tema, argumentar a favor de um conceito no qual acreditamos, são posturas naturais e comuns nas nossas relações cotidianas. Porém, quando essa atitude supera todas as barreiras, está sempre como ponto de honra de nossa palavra, quando se torna fundamental ter a razão, qual o preço a ser pago? Quantas vezes nos aborrecemos com alguém pelo simples fato de querermos convencê-lo de que ele está errado em sua forma de pensar? Quem de nós não se pegou transformando uma discussão tranquila em um afrontamento pessoal? Ou ainda, quantas vezes não elevamos o tom da conversa, nos tornamos ríspidos no enfrentamento de ideias? Defendemos nosso ponto de vista como acreditamos ser o mais adequado. E, naturalmente, temos nossa maneira de ver a realidade, conforme nossos valores, conceitos e capacidades. Quatro pessoas, cegas de nascença, ao serem colocadas junto a um elefante vão conseguir relatar o que puderem tocar do animal. Se não lhes derem a oportunidade de perceber as diferenças entre orelha, cauda, tromba, corpo, terão apenas uma ideia parcial. Não estarão erradas, apenas cada uma terá somente parte da razão. Muitas vezes isso acontece nos nossos relacionamentos. Temos a nossa percepção, a nossa capacidade de análise. Não quer dizer que estejamos errados ou que não tenhamos razão em nossos argumentos. Porém não podemos esquecer de que o outro tem sua própria forma de ver, seus valores, suas ideias. Enfrentar-se nessas situações, será o duelo de ideias, a briga de argumentos, em que, quase sempre, o que existe, de verdade, é o desejo de impor nosso raciocínio, nossa argumentação. Inúmeras vezes, em nome de desejarmos provar que a razão nos pertence, usamos nossa palavra como quem está numa batalha, não desejando nunca perder. Ter sempre razão às vezes custa o preço de uma amizade. Buscar impor aos outros nossos argumentos, repetidamente, pode ocasionar o desgaste da relação. Querer estar sempre certo, no campo das ideias e reflexões, pode causar fissuras nas relações familiares. Assim, antes de buscarmos ter razão, melhor buscarmos a preservação da harmonia. Antes de querermos ser vencedores em nossa argumentação, melhor que tenhamos paz de espírito. A verdade, mais dia, menos dia, se fará presente, duradoura, perene. Assim, mesmo quando toda a razão nos pertença, vale refletirmos se devemos continuar nossos duelos de ideias. Talvez, o melhor, em determinadas situações, seja utilizarmos nossa capacidade pensante, nosso senso de validação para buscar compreender o próximo. Ao assim procedermos, poderemos entender o porquê dos argumentos alheios, de sua forma de agir, facilitando e aprofundando nossas relações. Dessa maneira, evitaremos o granjear de atritos e dissabores, pesos desnecessários ao nosso coração. Pensemos nisso.

28/08/2019 17:22 | DURAÇÃO 4:17

Nossos Pesos

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27/08/2019 17:03 | DURAÇÃO 3:39

Transitoriedade

Em face das preocupações que te ocupam a tela mental, levando-te a inquietações desnecessárias, seria válido que fizesses uma avaliação em torno de teu comportamento. Convidamos a uma rápida análise de fatos ocorridos em tua existência. Retorna, psiquicamente, há apenas cinco anos, no teu passado recente e procura recordar as aflições que então te maceravam a alma. Enfermidades que te minavam o organismo, ameaçando-te a existência física; problemas de sentimento emocional que te entristeciam; solidão amarga em que te refugiavas; incertezas no trabalho que te oferecia recursos para uma vida honrada; expectativa em torno de metas que pareciam tardar; abandono de amigos que se apresentavam como irmãos... Mudemos a tônica das lembranças. Talvez estivesses cercado pela ternura de afetos que te afirmavam ser de natureza eterna; possuías saúde e equilíbrio orgânico invejáveis; quem sabe tivessesmotivações emocionais para avançar; independência econômica, segurança no trabalho, bem-estar social e harmonia doméstica. Cinco anos. Em apenas cinco anos, observa quantas mudanças ocorreram no trânsito das tuas horas. As enfermidades ameaçadoras partiram, os males desapareceram, o trabalho se te afirmou ideal, novos amigos vieram ter contigo... Surgiram metas promissoras e não poderias supor, naquela ocasião que, em determinado momento futuro, te encontrarias fortalecido e alegre, considerando os problemas então vigentes. Cinco anos... Provavelmente, o afeto que acariciavas saiu do teu lado, deixando-te em aflição; a saúde bateu em retirada, os sentimentos ficaram em transtorno... O ganha-pão tornou-se-te lugar de sofrimento; os recursos de que dispunhas mudaram de mãos; a convivência social modificou-se em relação às pessoas... E ainda, o lar, que parecia tão bem estruturado, encontra-se em frangalhos... Essas ocorrências tiveram lugar em somente sessenta meses! * * * A existência humana é transitória e cheia de surpresas. O que parece duradouro, torna-se de rápida permanência. A segurança diminui ou a intranquilidade asserena-se. Tudo está em constante modificação. O importante é saber como conduzir-se nas múltiplas etapas em que a vida se manifesta. Ninguém se encontra, na Terra, em regime de exceção, portanto, sem ocorrências inesperadas, tanto boas quanto más, alegres quanto aflitivas. Sendo um planeta de provações e de expiações, a transitoriedade é a sua marca. O que é muito bom, porque, da mesma forma que as questões gentis e felizes alteram-se, também aquelas de natureza destrutiva, angustiante, cedem lugar a outras mais amenas e confortadoras. Não fosse assim, e ninguém suportaria a presença do sofrimento sem consolo, nem esperança. Desse modo, nunca te permitas perturbar por acontecimentos que fazem parte do teu currículo evolutivo, já que tudo ocorre de acordo com a programação básica mais útil à tua libertação espiritual. Nos momentos bons, carreguemos as forças, o ânimo. Nos momentos pesarosos, aprendamos, reflitamos e, em todos eles, continuemos crescendo para uma sociedade mais justa e fraterna. Pense Nisso, mas pense agora. Convido você, fã da Centro América FM, acessar o nosso site. Lá você encontra esse e muitos outros textos e áudios do Pense Nisso: centroamericafm.com.br

26/08/2019 17:01 | DURAÇÃO 4:20

Ser Feliz

Você conhece alguém que não queira ser feliz? Já se deparou com quem quer que seja, que não tenha a clara convicção de que deseja ser feliz? Salvo alguém com algum tipo de distonia emocional, todos temos esse profundo desejo. Porém, o que nos faz felizes? O que efetivamente constrói a nossa felicidade e nos realiza? Por incrível que pareça, muitos não sabemos definir o que nos proporciona felicidade. Assim, como não refletimos sobre nossa felicidade, compramos a receita da felicidade alheia. Por falta de um conceito próprio, compramos uma ideia de felicidade que não é nossa, na crença de que, com isso, seremos felizes. Quantos escolhemos a profissão, simplesmente, pelo status que confere, pelo reconhecimento social ou pela possibilidade de enriquecer? Esquecemos de que, antes de qualquer coisa, deve ser fonte de prazer, de realização pessoal, de um sonho de vida. Como resultado, nos tornamos profissionais infelizes, insatisfeitos, contando os dias para a aposentadoria. Quantos abrimos mão do convívio com a família, das horas de descanso com os filhos e cônjuge para trabalhar mais, enriquecer mais rápido, adquirir mais bens e aumentar nosso patrimônio? Isso quando não resolvemos, seguir uma determinada doutrina religiosa, na esperança de conseguir algum bem material.Acreditando que, com isso a felicidade acontecerá como em um passe de mágica. Esquecemos, no entanto, que algumas alegrias e prazeres, embora não sejam contabilizados no patrimônio ou discriminados na declaração de bens, não possuem preço nem moeda que os compre. Não percebemos que, assim agindo, nos tornamos pessoas abarrotadas de bens e vazias do essencial. Alguns consumimos anos de nossa vida alimentando rancores e ódios, desejos de vingança e malquerença contra alguém por algum constrangimento, um desaforo, um deslize. Fixamo-nos em um momento de nossa vivência emocional, e nos acorrentamos em uma história que ficamos a remoer, perdendo o ensejo de continuar a vida, de refazer valores e conceitos, melhorando e aprendendo com as situações infelizes. Nem notamos como nos permitimos transformar em pessoas amargas, pessimistas, de difícil trato e convivência. Construir a própria felicidade não é um processo simples. Não é suficiente desejar ser feliz. É necessário agir para tanto, construindo a felicidade com ações, fazendo as opções corretas e adequadas. E, muitas das vezes, a felicidade nasce apenas no simplificar das coisas da vida. Criamos a necessidade de possuir muitas joias, bens, objetos de arte, quando o importante é apenas ter a posse do necessário. Abrimos mão de valores que são importantes, permitindo-nos corromper para atingir algum objetivo, quando o mais importante é ter a consciência tranquila. Esquecemos de que somos seres imortais, em uma jornada passageira, iludindo-nos como se o mundo fosse a razão para tudo, perdendo até a esperança no amanhã. E se fôssemos resumir qual a receita de felicidade possível nesse mundo aí estaria: a posse do necessário, a consciência tranquila e a fé no futuro. Tudo o mais são as ilusões que construímos achando que serão elas que irão alimentar e manter a nossa felicidade. Pensemos nisso.

24/08/2019 16:58 | DURAÇÃO 4:30

Impasse

A Escolha de Sofia é um clássico que se transformou-se em exemplo de impasse, de dilema a ser resolvido. Sofia vive atormentada pela escolha que teve de fazer quando estava no campo de concentração. Entre todos os horrores pelos quais passou, o pior foi ter de escolher entre seu filho e sua filha qual dos dois deveriam ser mortos. Esta é a escolha de Sofia, uma mãe diante de um grande dilema .... em um documentário, foi proposto um experimento teórico para estudar a lógica da decisão . Imagine que um trem lotado encaminha-se para um precipício, redundando numa queda da qual não restariam sobreviventes. Posicionado em um entroncamento, você pode ativar uma alavanca para desviar o comboio, fazendo-o atingir um pequeno grupo de pessoas. Sua intervenção certamente causaria um número menor de vítimas. Como você agiria? Pesquisas sobre esse dilema mostram que as pessoas agiriam segundo o princípio do "menor dano". Em mais de 90% dos casos os sujeitos apertariam a barra salvando muitas pessoas, assumindo a responsabilidade pela morte de algumas outras. Porém, dizer nem sempre é fazer. Experimentos nos quais é preciso agir - e não apenas declarar as intenções - apontam outro resultado. A convicção em torno de valores, princípios e regras pode se mostrar incrivelmente frágil diante da experiência real. Situações concretas, por sua vez, são muito sensíveis à contagem dos participantes. Sozinhos na situação do trem, você e sua consciência provavelmente tomariam atitude diferente daquela que teriam se houvesse testemunha. Isto nos levam a pensar sobre situações difíceis que precisam ser encaradas de frente e que vamos jogando de mão em mão como se fosse uma batata quente. Alguém espera que alguém resolva, este alguém que resolveria pode ser qualquer um, inclusive Deus, para quem acredita nele. Temos, nos últimos anos aprendido muitos termos, palavras que significam viver ou morrer. Eutanásia, que é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida. Crime pelo código penal. Distanásia, um prolongar da vida de modo artificial, mesmo sabendo que não há mais esperanças, não há chances de cura. Morte lenta, sofrida. Ortotanásia, que significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Conversar sobre isso é difícil, questionar se uma pessoa em coma tem capacidade de ouvir, e se ouve, tem ela condições ou poder de decidir se vive ou se desiste? Prefiro acreditar que sim. Há um apego e um apelo muito grande em se prolongar a vida, mesmo sabendo que não há mais esperanças, mesmo sabendo que o que vem pela frente pode tornar-se insuportável para todos. Então aqui entra a decisão do maquinista do trem. Alguém precisa fazer o papel do maquinista. O inconsciente é composto por figuras que o habitam e é sempre em companhia delas que você terá que decidir. A defesa inócua do criminoso comum é alegar que está em paz com sua consciência. Mas nunca estamos em paz com nossa consciência - ela é feita para nos atormentar, para rever continuamente as consequências, causas e razões de nossos atos. Estar "em paz com a consciência" É, no fundo, não ter consciência. Em seu Projeto de psicologia científica para neurólogos, de 1895, Freud estabeleceu alguns fundamentos para uma lógica da escolha. Em um verdadeiro processo de decisão, temos de comparar situações de tal forma que proposições se formem em nossa consciência. Antes de qualquer escolha há uma espécie de metadecisão envolvendo os caminhos pelos quais a opção pode ser feita. Podemos até estar bem-intencionados, e acreditar que escolha é apenas uma elaboração de pensamento. Mas temos um júri coletivo que será destinatário de nosso juízo. Perguntamos como agiriam as pessoas que conhecemos, amamos ou respeitamos e reciprocamente como seríamos julgados por elas. A diferença entre a verdade do que dizemos e o real do que fazemos emana do fato de que agir compromete, custa. Movendo a alavanca nos tornamos responsáveis diretos pela morte de inocentes. Esperando passivamente que o trem caia no precipício, ficamos em paz com nossa consciência, afinal "alguém" deveria ter pensado nisso antes, alguém da companhia de trens ou da vigilância antiprecipícios. Aqui surgem os dois outros elementos da lógica freudiana da decisão: a angústia e o tempo. A verdadeira escolha nunca é tomada sem a incerteza de um tempo de angústia. Há os que e deixam a alavanca intacta e contam com a teoria neurótica do tempo indefinidamente elástico no qual alguém tomará ou já a tomou a decisão certa por nós. Há aqueles que se lançam heroicamente para a alavanca seguem outra forma de temporalidade neurótica na qual o "alguém" sou eu mesmo livrando-me da angústia de decidir. De uma forma mais simples, vem a pergunta: você é quem decide, ou espera que alguém decida por você? Pense Nisso, mas pense agora.

23/08/2019 16:53 | DURAÇÃO 6:58

Relacionamento de um só

RELACIONAMENTO DE UM SÓ Por mais que amemos, por mais que nos dediquemos e alimentemos esperanças em relação aos nossos relacionamentos, por mais que queiramos, nem sempre o outro está disposto a oferecer retorno. Ou tentamos então manter uma relação unilateral, que pende somente sobre nossas cabeças, ou tomamos fôlego e percebemos que chega de sermos tontos. Não é fácil termos a noção exata de quando estamos embarcando em um barco furado, quando já fizemos tudo o que estava a nosso alcance, sem resultados consistentes. Da mesma forma, podemos nos enganar quanto às reais intenções do parceiro, caso sejamos o tipo de pessoa que espera demais, além da conta, sem prestar atenção no que o outro tem para dar. Muitas vezes, idealizamos um romance açucarado, esperamos que o outro corresponda àquilo que queremos, da forma como desejamos. No entanto, cada um tem a sua maneira própria de se expressar e de se importar, ou seja, muitas vezes o parceiro não corresponderá de forma fidedigna às expectativas que criamos e nem sempre isso quer dizer que ele não nos ama. No entanto, quando prestamos a atenção devida e refletimos com sobriedade acerca da forma como o nosso relacionamento vem sendo construído, teremos, sim, a resposta aos nossos questionamentos, por mais dolorosa que seja. No fundo, sabemos bem se estamos recebendo amor verdadeiro, se estamos vivendo a troca, a partilha, a soma de que se devem constituir as trocas amorosas. Infelizmente, muitas pessoas mal percebem que o parceiro está se despedindo a pouco e pouco, que os olhares deixaram de se cruzar, que as mãos pararam de se procurar, que o coração arrefeceu o ritmo e a intensidade de suas batidas, que o adeus há muito já se instalou. Então, quando se dão conta, o outro já nem estava mais ali ao lado e tomou a decisão de partir, em busca de ares menos densos onde pudesse respirar tranquilo, onde não fosse invisível. É preciso se conscientizar de que a única coisa que o vazio nos devolve é o eco da nossa própria e inútil insistência. É assim que muitas pessoas se perdem umas das outras, após o sofrimento calado e solitário da única parte que se entregou por inteiro, em vão, por dias, meses, anos. E, quando tomamos a decisão de sair dali, de nos libertarmos daquele vazio que suga e achata a nossa essência, nada mais importará, nada mais nos fará tentar de novo, porque o cansaço então terá varrido qualquer afetividade de dentro de nós. Já não estaremos mais por ali, nem junto, nem perto de fato, apenas distantes o bastante para sobrevivermos longe do terreno arenoso da entrega inútil. Felizmente, seguiremos prontos para recomeçar, pois estaremos levando conosco a nossa capacidade de amar com verdade, com entrega, de corpo e alma. *** Mas, para que esse amor não seja um relacionamento de um só, devemos nos ater nos detalhes, nas pequenas observações, nas respostas às perguntas mais simples que conseguimos alimentar a relação com demonstrações de generosidade e de amor. Como um lubrificante a facilitar o movimento das engrenagens, esses sentimentos permitem que a vida a dois ganhe profundidade e solidez. Frente à resposta ríspida, utilizemo-nos da bondade da palavra suave e compreensiva. Substituamos o julgamento severo e rígido, muitas vezes já desgastado pelo tempo, pela generosidade de quem percebe e reconhece valores em quem nos acompanha. Pensemos nesses detalhes.

22/08/2019 08:15 | DURAÇÃO 4:39

O Sonho de Martin

O sonho de Martin Martin era uma criança observadora que amava a liberdade. Ele podia suportar broncas, mas as reações de desprezo causavam-lhe grande impacto emocional. Infelizmente, elas foram muito constantes nos principais capítulos de sua vida. A sua pele era negra e ele não entendia como isso poderia justificar a discriminação que sofria pelas pessoas que tinham a pele branca. Para ele, brancos e negros, tinham os mesmos sentimentos, a mesma capacidade de pensar, a mesma necessidade de ter amigos e de amar. Quando repousava sua cabeça no travesseiro, o jovem Martin viajava no mundo de suas ideias e se questionava: “por que os negros não podem frequentar as mesmas escolas, os mesmos clubes, os mesmos bancos das igrejas, o mesmo transporte público que os brancos?” Por que não posso ter amigos brancos? Não somos todos seres humanos?” Ele conheceu de perto a dor indecifrável da humilhação. Sofria pela discriminação de que era vítima todo o seu povo. Resolveu fazer teologia a fim de navegar pelo mundo espiritual e encontrar respostas para o injusto mundo social onde estava inserido. Penetrou no sonho de que não houvesse discriminação de pessoas, nunca distinguiu nobres de miseráveis, reis de súditos, lúcidos de loucos. Foi contagiado pelo sonho dos direitos humanos e do respeito pela vida. Mais tarde, resolveu fazer uma incursão pela filosofia e aprendeu a não calar a sua voz. Tinha uma carreira promissora. Poderia ter seguido seu próprio caminho e seus próprios interesses. No entanto, preferiu dar seu tempo e sua inteligência para alterar a história dos outros. Queria contribuir para o bem da humanidade. Tinha pouco mais de vinte e cinco anos, mas era arrojado, culto e determinado. Sonhava em mostrar aos desprezados que eles não deveriam se envergonhar de si mesmos, que nada é mais digno do que um ser humano. Posteriormente participou ativamente do movimento em prol dos direitos civis. O clima era tenso e ele sabia que poderia perder a vida a qualquer momento. Mas não conseguia silenciar seus sonhos. Tornou-se um grande líder. Sua casa sofreu atentados à bomba, mas isso não o silenciou. Sofreu um atentado na noite de autógrafos de seu livro “a caminho da liberdade”. Sobreviveu, recuperou-se e continuou seu trabalho. Foi preso diversas vezes, mas nada parecia abalar aquele sonhador. Sua voz contagiava corações e, por isso, recebeu o prêmio Nobel da paz. E, em 04 de setembro de 1968, em Memphis, foi morto por um atirador. Martin Luther King morreu pelos seus sonhos, os quais não morreram com ele. Vivem, ainda, e viverão para sempre, no coração daqueles que se deixam tocar pela sua história e mensagem de vida.

21/08/2019 09:00 | DURAÇÃO 4:15

A nova geração dos Sessenta e Setenta

A Nova Geração dos Sessenta e Setenta Um amigo me enviou um texto, que a princípio não dei muita importância. Mas, ao lê-lo com mais atenção e meditar a respeito do conteúdo, me dei conta, que de fato é uma mensagem que vale a pena compartilhar com você ouvinte do Pense Nisso. A mensagem, fala sobre a nova geração de homens e mulheres que chegaram aos sessenta ou setenta anos. Diz o texto: “"Se estivermos atentos, podemos notar que está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade, é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer. Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica. Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta/setenta anos, teve uma vida razoavelmente satisfatória. São homens e mulheres independentes, que trabalham há muitos anos e conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho. Procuraram e encontraram, há muito, a atividade de que mais gostavam e com ela ganharam a vida. Talvez seja por isso que se sentem realizados! Alguns nem sonham em aposentar-se. E os que já se aposentaram gozam plenamente cada dia, sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 5º andar... Algumas coisas podem dar-se por adquiridas. Por exemplo: não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta/setenta", homens e mulheres, manejam o computador como se o tivesse feito toda a vida. Escrevem aos filhos que estão longe e até se esquecem do velho telefone fixo para contatar os amigos - mandam WhatsApp ou e-mails com as suas notícias, ideias e vivências. De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil, e, quando não estão, procuram mudá-lo. Raramente se desfazem em prantos sentimentais. Ao contrário dos jovens, conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflete, toma nota e parte pra outra... Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto, ou dos que ostentam um traje de grife famosa, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de uma modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, uma frase inteligente ou um sorriso iluminado pela experiência. Hoje, as pessoas na idade dos sessenta/setenta, estão estreando uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão com boa saúde física e mental; recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude, ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas. Celebram o sol a cada manhã e sorriem para si próprios. Talvez por alguma razão secreta, que só sabem e saberão os que chegarem aos 60/70 no século XXI" A vida, com suas fases de infância, juventude, madureza, é uma experiência constante. Cada fase tem seu encanto, sua doçura, suas descobertas. Sábio é aquele que desfruta de cada uma das fases em plenitude, extraindo dela o melhor. Velho é quem vive uma vida pautada em coisas liquidas que destrói a criatividade e nos distancia do ser real. Os jovens de sessenta/ setenta anos, suscitam uma condição humana na qual predominam a versatilidade em meio à incerteza e a vanguarda constante do eterno recomeço. E curtem um bom e vigorante Rock & Roll.

20/08/2019 17:16 | DURAÇÃO 5:01

Acomodação

ACOMODAÇÃO O animal satisfeito dorme! Esta reflexão é de Guimarães Rosa, e nós traz , um profundo alerta existencial. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital, toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão. Rende-se assim à sedução do repouso e imobiliza-se na perigosa acomodação. A advertência é preciosa, posto que, a satisfação conclui, encerra, termina. A satisfação não deixa margem para a continuidade, para prosseguimento, para a persistência, para desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece. Quando alguém nos fala: Fiquei muito satisfeito com você ou Estou muito satisfeito com seu trabalho, é algo assustador. Tal expressão pode ser entendida como uma barreira ao crescimento, dizendo que nada mais de nós desejam, ou que aquele é nosso limite, nossa possibilidade. O está bom como está pode nos acomodar à situação atual. Seria muito melhor a seguinte expressão: Meu trabalho é bom mas fiquei insatisfeito, e portanto, quero conhecer outras coisas. Percebamos que quando se utiliza da expressão insatisfeito, não é para criticar ou depreciar o trabalho, mas para incentivar a continuidade. Um bom filme, por exemplo, não é aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando quietos para a tela, enquanto passam os créditos, desejando que não acabe? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos no colo, absortos e distantes, pensando que poderia não terminar? É desta forma que a vida de cada um também deve ser, afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar plenamente satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado, e assim, sem necessidades de avanços em novos conhecimentos. O animal satisfeito dorme, pois não tem objetivos de vida, não tem razão para sair do lugar. O ser insatisfeito, sedento por melhorar-se, pára por pouco tempo, avalia-se, celebra e valoriza o que já conseguiu. Depois, segue em frente, rumo ao inexplorado. * * * Como se acomodar perante um horizonte sem limites? Como parar de caminhar sabendo que muito nos aguarda à frente? Como deixar de buscar o aprimoramento constante, se percebemos que quanto mais conseguimos, mais temos por co /nquistar? Despertemos, aqueles de nós que ainda dormimos o sono da acomodação! Pense nisso, e liberte-se do sono pernicioso do comodismo.

19/08/2019 11:05 | DURAÇÃO 3:06

Objetivos da Vida

Objetivos da vida Existir significa ter vida, fazer parte do Universo, contribuir para a harmonia do Cosmo. Assim, a vida que pulsa na intimidade de cada um de nós é um convite à nos integrarmos ao Universo, visto que somos herdeiros das estrelas. E a busca por um sentido, por entender a vida com um significado especial, é a força propulsora para o progresso. Todo aquele que encontra um objetivo para viver, sejam seus ideais, suas necessidades ou mesmo suas ambições, terá em sua vida um sentido maior. Mesmo sob cruciais e pesadas tormentas, o objetivo a se alcançar será sempre a mola propulsora. Afinal, quando se tem o porquê viver, a forma como se vive, até que se atinja o objetivo desejado, torna-se secundária. Viktor Frankl(frankol), psiquiatra judeu, afirmou que somente venceu os suplícios dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial porque conseguiu encontrar um nobre objetivo para quando saísse de lá. Ele tinha três razões para viver: sua fé, sua vocação e a esperança de reencontrar a esposa. Ali onde tantos perderam tudo, Frankl reconquistou não somente a vida, mas algo maior. Assim, enquanto tantos resvalavam na fuga pelo suicídio, nos dias de confinamento, ele superou as dores físicas e morais, ao se apoiar nos objetivos que se propôs alcançar. Thomas Alva Edison, após mais de dois mil experimentos, mantinha o mesmo ânimo na busca de soluções para a criação da lâmpada elétrica, impulsionado que estava pelo objetivo da descoberta e da criação. Muitos aposentados e idosos, depressivos diversos, que se neurotizaram, recuperam-se através do serviço ao próximo, da autodoação à comunidade, do labor em grupo, sem interesse pecuniário, reinventando razões e motivos para serem úteis, assim rompendo o refúgio sombrio da perda do sentido existencial. Sem meta não se vive. Mas essa se trata sempre de um sentido pessoal, que ninguém pode oferecer e que é particular a cada qual. Não por outra forma que, comumente, pessoas atuantes, vibrantes, quando perdem o objetivo pelo qual pautavam a vida, resvalam nos sombrios caminhos da depressão. Assim, cabe a cada um de nós não se esquecer do significado maior da vida. Se os parâmetros externos modificam-se, se a vida se altera, é natural que nossos objetivos também sigam curso semelhante. Porém, não esqueçamos que será sempre objetivo de todos nós a busca da construção íntima através do desenvolvimento intelectual e das conquistas morais. Será a conjugação desses dois valores que proporcionarão bem-estar interior e plenitude. Quem percebe a vida como uma oportunidade constante e inesgotável de progresso e conquistas, jamais deixará de possuir objetivos, pois terá como meta maior a construção da plenitude existencial na intimidade da alma.

17/08/2019 11:04 | DURAÇÃO 4:12