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Episódios

O abraço que eu não posso dar

O abraço que eu não posso dar É de nossa cultura a expressão afetuosa que envolve o toque, o contato físico. Sentimos muita falta do abraço. Sabe-se que o abraço carinhoso tem um poder sem igual, revitalizante e curador. Segundo alguns estudiosos, o abraço amplia nosso sentimento de autoaceitação, minimiza ansiedade e estresse, libera dopamina, o hormônio do humor e da motivação. Além disso, fortalece nossas conexões, possibilitando o exercício do perdão, apoio e amor. Em resumo, é essencial para nossas vidas. Mas, o que fazer quando ele nos falta? O que fazer quando, para preservar o outro, somos obrigados a nos manter afastados fisicamente? É aí que entra nossa criatividade e também o conhecimento da realidade. Há muitas outras formas de abraçar. A parte física do abraço é apenas uma pequena porção de uma expressão muito maior. Quem abraça não é o corpo. Abraçamos utilizando este corpo, que hoje existe e amanhã não existirá mais. Abraçamos com a alma, ou com o coração, utilizando dessa referência tão comum na esfera dos nossos sentimentos. Quando oramos por alguém, com sinceridade, estamos abraçando. Quando telefonamos para saber como o outro está, oferecendo alguns minutos para ouvir, doando nosso sorriso, nosso ombro amigo, estamos abraçando. Quando fazemos uma gentileza, alguma produção própria com a qual presenteamos as pessoas, estamos igualmente abraçando. Quando, finalmente, abrimos nosso coração, proferindo doces palavras, destacando qualidades, expressando nossa admiração, nosso amor a alguém, estamos lhe dando um forte e poderoso abraço. E como isso é bom!!! Assim, não nos preocupemos tanto pela falta do contato físico temporal. Encontremos outras formas de nos relacionarmos. Continuemos doando o abraço, o carinho, o interesse, de diferentes formas. Alguns escrevem poemas expressando seu amor. Outros alimentam e cozinham algo de especial, pensando no próximo. Alguns enviam seu canto ou compartilham uma Palavra para consolar. Há aqueles que oram, enviando o abraço dos fluidos invisíveis que revigoram tanto aquele que oferece quanto aquele que recebe. Então, pensemos de que forma podemos abraçar à distância. Cada um encontrará o seu jeitinho, a sua maneira, dentro de suas possibilidades infinitas, neste Universo onde tudo está conectado. A verdade é que estamos mais próximos uns dos outros do que imaginamos. Pense nisso, mas... pense agora! (*) Pense Nisso com base em texto do Momento Espírita

30/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:48

Um novo ano pela frente

Um novo ano pela frente Estamos no primeiro mês do ano. Quando o mês de janeiro chega, é sempre um momento de renovação de esperanças. Espera-se o Ano Novo para começar vida nova, para estabelecer novas metas, propósitos renovados para tantas coisas... É comum as pessoas elaborarem suas listas de bons propósitos para os próximos meses. Parar para pensar em seus projetos... Mesmo sabendo que o tempo somente existe em função dos movimentos estabelecidos pelo planeta, é interessante essa movimentação individual, toda vez que o novo período reinicia. Mas, falando de lista de bons propósitos, já se deu conta que, quase sempre, esquecemos o que listamos? Por muitas vezes, nem sabemos onde guardamos a tal lista... Um Ano Novo deve ter um significado especial. Embora o tempo seja sempre o mesmo, essa convenção se reveste de importância na medida em que, nos condicionando ao início de uma etapa diferente, renovada, sintamo-nos motivados a uma renovação. Renovação de hábitos, de atitudes, como estar mais com a família, reorganizando as horas do trabalho profissional. Ainda mais depois de um ano tão atípico que vivemos em 2020. Quanta coisa aprendemos... Agora, talvez seja o momento de colocarmos em prática todo nosso aprendizado. Podemos e devemos nos importar mais com os filhos, lembrando de não somente indagar se já fizeram a lição, mas participar, olhando, interessando-se pelos conteúdos disciplinares. Dedicar mais tempo às crianças, não somente para passeios como a praia, a viagem de férias. Mas, no dia a dia, um momento para um lanche e uma conversa, uma saída para deliciar-se com um sorvete... e olhar a carinha lambuzada de chocolate. Uma tarde para um papo com os mais velhos. Ainda que a distância, por telefone ou internet. Trocar e-mails afetuosos, não somente os corriqueiros que envolvam decisões e finanças. Usar o telefone para dar um Olá, desejar Boa viagem, Feliz Aniversário! Bom, você também pode fazer propósitos de comer menos doces ou diminuir os carboidratos da sua dieta, visando melhor condição de vida ou simplesmente adequar seu peso. Também pode pensar em mudar o visual. Quem sabe modificar o corte de cabelo, tentar pentear para outro lado, talvez aprender um novo idioma. Fazer uma visita ao dentista... E é claro, um bom check-up. Porque cuidar da saúde é essencial. Bom mesmo é não esquecer de formular propósitos para sua alma. Assim, acrescente na lista: estudar mais, ler mais, entender mais o outro, dedicar-se a um trabalho voluntário, servir a alguém com alegria e bom ânimo. Com certeza, cada um terá outros muitos itens a serem acrescentados à lista. Até mesmo coisas simples como alterar os roteiros de idas e vindas do trabalho para casa. Ou coisas mais complicadas, como se dispor a pensar um pouco no outro e não exclusivamente em si, no relacionamento a dois. Imprescindível, no entanto, é que você coloque a lista à vista, para olhar muitas vezes, durante todo o novo ano. Importante que se lembre de lê-la, para ir acompanhando o que já conseguiu e onde ou em que ainda precisa investir mais, insistindo, até a vitória. Ainda estamos no mês de janeiro. Tem um ano todo pela frente. Seja este Ano Novo o ano de concretas realizações na sua vida! Faça algo diferente, Pense nisso, mas... pense agora (*) Pense nisso baseado em texto do Momento Espírita

29/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:37

Pais brilhantes

PAIS BRILHANTES É bastante comum as pessoas justificarem os seus erros, invocando suas precárias condições de vida. Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades. Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram. Irmãos que mentem, enganam para ter um quinhão maior em heranças, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos. Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial, escreveu: Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão. Talvez eles tenham sido poucos. Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem. Menos uma coisa, a última das liberdades humanas – escolher que atitude tomar em quaisquer circunstâncias, escolher o seu próprio caminho. Portanto, escolher o bem ou o mal compete a cada um. O que nos falta, sim, é uma melhor educação. Não essa educação que se aprende nos livros. Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter da criatura. E para isso precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos. Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio ou compensação. Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer. Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida. Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir. Pais que tenham tempo, mesmo que o tempo seja muito curto. Pais que joguem menos golfe, futebol e se sentem para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo. Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos. Mas que também se preocupem em dialogar. Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos, dependentes. Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, as suas lágrimas e o seu tempo. Em suma: um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros. E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de griffe, ou não conseguiu viajar ao exterior nas férias. Será alguém que se preocupa não somente consigo mesmo, mas com o seu semelhante. Alguém que reconhecerá a grande diferença entre ter coisas e ser uma pessoa útil à comunidade, um cidadão honrado, um homem de bem. *** É possível que você diga que trabalha muito e não tem tempo. Contudo, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos. Role no tapete, faça poesias. Brinque, sorria. Conheça-os e permita que eles o conheçam. Lembre-se, por fim: seus filhos não precisam de um super-homem, de um executivo bem sucedido, de um empresário muito rico. Para eles não importa se você é médico, professor, administrador de empresa, copeiro, enfermeiro. Importa, sim, o ser humano que você é e que os ensinará a ser. Equipe de Redação do Pense Nisso com base no cap. 1 do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, de Augusto Cury e do cap. Obstáculos, do livro Histórias para Aquecer o Coração – edição de ouro, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ambos da ed. Sextante.

28/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:35

Descontrole

DESCONTROLE Naquele dia de sol, Mário chegou feliz e estacionou o reluzente caminhão em frente à porta de sua casa. Após vinte anos de muita economia e muito trabalho, sacrificando dias de repouso e lazer, ele conseguira. Comprara um caminhão. Orgulhoso, entrou em casa e chamou a esposa para ver a sua aquisição. A partir de agora, seria seu próprio patrão. Ao chegar próximo do veículo, uma cena o deixou descontrolado. Seu filho, de apenas seis anos, estava martelando alegremente a lataria do caminhão. Irritado, aos berros, ele investiu contra o filho. Tomou o martelo das mãos dele e, totalmente fora de controle, martelou as mãozinhas do garoto. Sem entender o que estava acontecendo, o menino se pôs a chorar de dor, enquanto a mãe interferiu e retirou o pequeno da cena. Na sequência, ela trouxe o marido de volta à realidade e juntos levaram o filho ao hospital, para fazer um curativo nos machucados. O que imaginavam, no entanto, fosse simples, descobriram ser muito grave. As marteladas nas frágeis mãozinhas tinham feito tal estrago que o garoto foi encaminhado para imediata cirurgia. Passadas várias horas, o cirurgião veio ao encontro dos pais e lhes informou que as dilacerações tinham sido de grande extensão e os dedinhos tiveram que ser amputados. De resto, falou ainda o médico, a criança era forte e tinha resistido bem ao ato cirúrgico. Os pais poderiam aguardá-lo no quarto para onde logo mais seria conduzido. Com a morte no coração, os pais esperaram que a criança despertasse. Quando, finalmente, abriu os olhos e viu o pai, o menino sorriu e falou: Papai, me desculpe, eu só queria consertar o seu caminhão, como você me ensinou outro dia. Não fique bravo comigo. O pai, com lágrimas a escorrer pela face, em desconsolo, se aproximou mais e lhe disse que não tinha importância o que ele havia feito. Mesmo porque, a lataria do caminhão nem tinha sido estragada. O menino insistiu: Quer dizer que não está mais bravo comigo? Não mesmo, falou o pai. Então, perguntou a criança, se estou perdoado, quando é que meus dedinhos vão nascer de novo? Toda vez que perdemos a calma, perdemos também a lucidez e o bom senso. Nesses momentos, podemos cometer muitas tolices. E quando investimos contra as criaturas que amamos, podemos machucá-las muito. Podemos feri-las com palavras e com atos. E, em se tratando de crianças, que são frágeis e ficam indefesas frente ao descontrole dos adultos, tudo assume maior gravidade. Jamais nos permitamos a ira, que é sempre má companhia. Domemos as nossas tendências e impulsos agressivos, recordando que nada na vida é mais precioso do que as pessoas. As coisas que possamos adquirir nos servirão por algum tempo, mas, somente os nossos amores estarão conosco sempre, não importando o local, as condições que venhamos a nos encontrar. Preservemos a calma e ofertemos para aqueles que são os sóis das nossas vidas somente o carinho, a ternura e as doces manifestações do amor.

27/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:04

Ser como se já não fôssemos

SER COMO SE JA NÃO FÔSSEMOS É preciso não esquecer nada: nem a torneira aberta nem o fogo aceso, nem o sorriso para os infelizes, nem a oração de cada instante. É preciso não esquecer de ver a nova borboleta, nem o céu de sempre. O que é preciso é esquecer o nosso rosto, o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso. O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos, a ideia de recompensas e de glória. O que é preciso é ser como se já não fôssemos, vigiados pelos próprios olhos, severos conosco, pois o resto... o resto não nos pertence. * * * Cecília Meirelles nos faz pensar e viajar por entre suas palavras singelas e profundas. Seria possível viver como se já não fôssemos, em um mundo de tangibilidade plena como o nosso? Seria possível como que viver em dimensões diferentes ao mesmo tempo? E, será que já não vivemos? Há uma parte de nós vivendo na esfera ponderável, da matéria, das necessidades de sobrevivência. Há outra, habitante do eterno, onde os espelhos do mundo não refletem nada, imponderável, espiritual. Viver como se já não fôssemos, pode significar estar no mundo, sem ser do mundo. Dependemos do material para a sobrevivência, para a manutenção da encarnação. Porém, nosso coração, nossas mais valiosas energias podem estar sendo investidas nessa vida maior, na vida eterna do Espírito imortal. Quando investimos no amor, na doação, no sorriso para os infelizes ao nosso redor, estamos sendo como se já não fôssemos, pois estamos vivendo o espiritual, o permanente, acima do efêmero, do passageiro. Quando investimos no autoconhecimento, buscando em nós, diariamente, o que precisa de reforma, estamos sendo como se já não fôssemos. Quando não esperamos as recompensas e glórias do mundo, vivendo com leveza o dia carregado de atos, estamos sendo como se já não fôssemos. Severos conosco, no sentido de vigiarmos nossos pensamentos e atos, dando conta de nossa própria administração. Não a severidade que pune, que enche de culpa, mas aquela que previne e que corrige sempre, evitando perdermos tempo em caminhos infelizes. E o resto... o resto não nos pertence. Pertencem a Deus a Lei e a Justiça. Pertence à consciência de cada um seu próprio julgamento. * * * Léon Denis, grande sábio do século 18, em sua obra Depois da morte, ensina:dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um sono agradável seguido de um despertar silencioso. O desprendimento é fácil para aquele que previamente se desligou das coisas deste mundo, para aquele que aspira aos bens espirituais e que cumpriu os seus deveres. . Ainda há tempo de escolher. Ainda há tempo de se preparar. Pensemos nisso. Redação do Pense Nisso com base no poema É preciso não esquecer nada, do livro Poesia completa, de Cecília Meirelles, ed. Nova Fronteira e no cap. 30, do livro Depois da morte, de Léon Denis, ed. Feb. Em 8.10.2012.

26/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:36

No próximo amanhecer

NO PRÓXIMO AMANHECER Hoje me dei “um tempo” para pensar na vida. Na minha vida! Decidi então que a partir do próximo amanhecer , vou mudar alguns detalhes para ser a cada novo dia, um pouco mais feliz. Para começar, vou procurar não olhar mais para trás. O que passou é passado, se errei, agora não vou conseguir corrigir. Então, para que remoer o que passou? Refletir sobre aqueles erros sim, e fazer deles o aprendizado para o “meu hoje”. Nem todas as pessoas que amo, retribuem meus carinhos como “eu” gostaria...E DAÍ? A partir do próximo amanhecer vou continuar a amá-las, mas sem tentar querer mudar ninguém. Pode ser que elas ficassem do jeito que eu gostaria que elas fossem, mas já não seriam as pessoas que eu amo. Isso eu não quero. Mudo eu...mudo a minha maneira de vê-las , respeitando o modo delas serem. Mas não pense que vou desistir dos meus sonhos!!! A partir do próximo amanhecer , vou lutar com mais garra para que eles aconteçam. Mas vai ser diferente. Não vou responsabilizar ninguém por minha felicidade.Eu simplesmente vou ser feliz, por minha conta própria. Não vou mais parar a minha vida, Porque o que desejo não acontece , Porque uma mensagem não chega, Porque não ouço o que gostaria de ouvir. Vou fazer o meu momento ...vou ser feliz agora... Terei outros dias pela frente!!! A partir do próximo amanhecer vou ser mais grato pela oportunidade que tenho de viver, apesar dos meus problemas. A partir do próximo amanhecer não vou mais querer ser um modelo de perfeição, porque se eu aceitar as minhas limitações, serei mais tolerante com as dificuldades dos meus irmão. A partir do próximo amanhecer vou viver a minha vida, sem medo de ser feliz.Mas sem esquecer de ninguém e compartilhar essa felicidade com todos ao meu redor. A partir do próximo amanhecer vou dizer sem medo, a mais pessoas, o quanto elas são especiais para mim, o quanto eu as amo. Mas pensando bem, não vou esperar o próximo amanhecer para fazer tudo isso.Porque pode ser que não haja o próximo amanhecer. É...vou dar aquele abraço apertado, sorrir e dizer que tenho muito amor para dar, HOJE.AGORA!!! Redação do Pense Nisso, com base no texto recebido por e-mail de autor desconhecido. Em 18.10.2012

25/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 2:47

A arte dos elogios

A ARTE DOS ELOGIOS A baixa autoestima é vista como uma espécie de carência de vitaminas emocionais para as crianças e adultos. Preocupados com o desenvolvimento dos seus filhos e com suas conquistas, alguns pais exageram na hora dos elogios. Adulada em excesso e sem motivo, a criança cresce esperando o mesmo de todas as pessoas. Hoje, ela espera o afago verbal dos pais, dos professores. Amanhã será do chefe, da namorada ou do namorado para se sentir bem. É que o excesso de elogios, e nem sempre verdadeiros, gera insegurança e não autoestima. O educador, escritor e pai de cinco filhos, Paul Kropp, de Toronto, estabeleceu alguns itens que acredita importantes para aumentar a autoconfiança dos nossos filhos, sem correr o risco de sermos demasiadamente generosos em elogios, sejam eles merecidos ou não: 1. Inclua seu filho no que você estiver fazendo. E lembre-se de que nem tudo precisa ser perfeito no trabalho dele. Deixe a criança experimentar, agir, auxiliar. Pequenas tarefas falam de responsabilidade e amadurecimento. 2. Não apresente ao seu filho obstáculos grandes demais. A dificuldade das tarefas atribuídas às crianças deve ir aumentando aos poucos. 3. Não corra para ajudar o seu filho. Dê a ele a chance de experimentar a frustração. A frustração faz parte do mundo real e a criança deve aprender, desde cedo, a lidar com ela. 4. Certifique-se de que ele tenha desafios fora de casa: grupos de excursão, equipes de natação, aulas de música. 5. Elogie os resultados finais com sensatez. Quando descobrir nos olhos de seu filho que ele está satisfeito com algo que fez, não seja severo na crítica. Finalmente, para ajudar a criança a desenvolver uma noção real de seu valor: Preste atenção ao que seu filho faz ou diz - você não precisa concordar, mas tem de ouvir. Encontre tempo suficiente para desenvolverem projetos juntos, sem perder de vistas as habilidades da criança. Lembre-se de que não são os falsos elogios que constroem a identidade de seu filho, mas sim a atividade e o sucesso. Os elogios, por si mesmos, não levam os filhos a crescer e buscar novos desafios. E para aquele que sabe o que quer, não serão uma ou duas críticas que o irão abater. Por tudo isso os pais, que conhecem seus filhos, devem usar de bom senso. Elogios e críticas bem dosadas, aliadas ao tempo e esforço pessoal, possibilitam a autoconfiança e a consciência do próprio valor. * * * O falso elogio enche a criança de expectativas irreais. A falta deles acaba por desvalorizá-la e deprimir. Quando a criança precisa de um elogio para elevar a sua autoestima, terá dificuldades para aprimorar o seu caráter porque estará sempre na dependência do que os outros pensam. Estará buscando aprovação e não aprimoramento. Incentivar é permitir a possibilidade da experiência, do erro e do acerto. Eis o caminho ideal para a correta formação do caráter dos nossos filhos. Pensemos nisso. Redação do Pense Nisso, com base no artigo Seu filho é viciado em elogios?, da revista Seleções Reader's Digest, de maio de 2000. Em 24.07.2012.

23/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:06

Solidão numa multidão

SOLIDÃO NUMA MULTIDÃO O sociólogo polonês Zygmunt Bauman declara que vivemos em um tempo que escorre pelas mãos, um tempo líquido em que nada é para persistir. Não há nada tão intenso que consiga permanecer e se tornar verdadeiramente necessário. Tudo é transitório. Não há a observação pausada daquilo que experimentamos, é preciso fotografar, filmar, comentar, curtir, mostrar, comprar e comparar. O desejo habita a ansiedade e se perde no consumismo imediato. A sociedade está marcada pela ansiedade, reina uma inabilidade de experimentar profundamente o que nos chega, o que importa é poder descrever aos demais o que se está fazendo. Em tempos de facebook, Instagram, Whatsapp...não há desagrados, se não gosto de uma declaração ou um pensamento, deleto, desconecto, bloqueio. Perde-se a profundidade das relações; perde-se a conversa que possibilita a harmonia e também o destoar. Nas relações virtuais não existem discussões que terminem em abraços vivos, as discussões são mudas, distantes. As relações começam ou terminam sem contato algum. Analisamos o outro por suas fotos e frases de efeito. Não existe a troca vivida. Ao mesmo tempo em que experimentamos um isolamento protetor, vivenciamos uma absoluta exposição. Não há o privado, tudo é desvendado: o que se come, o que se compra; o que nos atormenta e o que nos alegra. O amor é mais falado do que vivido. Vivemos um tempo de secreta angústia. Filosoficamente a angústia é o sentimento do nada. O corpo se inquieta e a alma sufoca. Há uma vertigem permeando as relações, tudo se torna vacilante, tudo pode ser deletado: o amor e os amigos. Nunca o nosso mundo teve ao seu dispor tanta comunicação. E nunca foi tão dramática a nossa solidão. Nunca houve tanta estrada. E nunca nos visitamos tão pouco. Assim, raros são os momentos em que estamos sozinhos. E o medo de estarmos sozinhos nos faz cada vez mais mergulhar nas comunicações, nos contatos, não poucas vezes vazios e sem significados reais. E o medo da solidão nasce muitas vezes do medo de encontrarmos a nós mesmos, nossa essência. Como se isso não fosse necessário e inevitável. Assim, fugimos de nós mesmos, mergulhando nos barulhos do mundo. Afastamo-nos de nós mesmos buscando respostas que, ao final, só poderão ser encontradas em nossa intimidade. Por isso se faz necessário que busquemos a nós mesmos, de tempos em tempos. Buscar a solidão para encontrarmo-nos conosco, em um reencontro com a própria alma, de maneira tranquila e serena, sabendo que guardamos em nossa intimidade a chave para nossa felicidade. Será nesses momentos de introspecção que conseguiremos analisar nossas atitudes, nossos valores e sentimentos. Quando fazemos silêncio exterior, damos vazão ao mundo interno, intenso e palpitante e que, muitas vezes, relegamos ao esquecimento. Nessas horas, teremos a oportunidade de entender nossas reações, repensar nossos atos, ponderar valores e atitudes para os próximos embates. Somente assim, ao permitirmos esse encontro conosco mesmos, conseguiremos alçar a patamares mais maduros e tranquilos em nosso mundo emocional. Dessa forma, a solidão será oportuna companheira a ser buscada, para que possamos nos encontrar e conhecer. * * * Permitamo-nos, assim, com regularidade, evadirmo-nos do mundo, buscando momentos de solidão, onde teremos apenas a nós mesmos para conversar. Aproveitemo-los para rever, repensar ações, horas de dificuldade e apreensão. Serão esses espaços de solidão que nos permitirão reavaliar atitudes para, nas próximas experiências, evitar que venhamos a repetir os mesmos erros, em idênticas situações. Sem nos permitirmos esse encontro interior, continuaremos a ser aqueles que tropeçamos em nós mesmos, sem saber porquê, nem como, tentando achar algum culpado, quando, na verdade, somos apenas nós a andar, sem rumo e sem autoconhecimento. * * * A sós, todos os dias, alguns momentos para reflexionar a respeito do que fazemos, como fazemos nos permitirá o autoconhecimento. E essa é a chave do progresso individual. Pensemos nisso.

22/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 6:07

Para mudar o mundo

Para mudar o mundo Na manhã que apenas se espreguiçava, a manchete estampada na primeira página do jornal, chamava a atenção: Maldade registrada. Em outro jornal, a notícia, em letras garrafais, era a respeito da infelicidade de uma família, cujo filho adolescente fora vítima de uma dita bala perdida. Isso, no Dia das Mães, enquanto a família se preparava para o almoço, e o jovem se dirigia à farmácia para comprar medicamento para o pai. Desgraças. Violência. Olhamos o mundo e, por vezes, nos sentimos inseguros, amedrontados. Parece que a honra se despediu da Humanidade, a decência se escondeu em algum recanto secreto e os maus tomam conta do mundo. Parece. Só parece. Tudo isso acontece, em verdade, porque, embora estejamos no Terceiro Milênio, no século XXI, ainda o homem se compraz com as coisas ruins. Senão vejamos: por que estampamos na primeira página do jornal o criminoso cruel, desumano, com a descrição do seu crime hediondo? Por que tanto espaço para a atrocidade que ele cometeu, que é descrita em detalhes? Por que a visita de um cientista que se dedica, há anos, à pesquisa em laboratório, para a descoberta de uma vacina, recebe uma nota pequena, numa página interna? Por que estampamos na primeira página a corrupção, enquanto um ato de heroísmo é noticiado sem destaque algum? Por que valorizamos o mal, a maldade, em detrimento do que é bom, belo e deve ser imitado? Por que não usamos a primeira página do jornal para noticiar a conquista de uma medalha por um atleta? Ou para anunciar o espetáculo de ballet que uma escola apresentará? Ou, ainda, um espetáculo, cuja renda beneficiará a portadores de determinada enfermidade? Por que premiamos os que fazem o mal e não apontamos os que realizam o bem? Quem já viu estampada manchete sobre entidade beneficente que abriga pessoas portadoras de necessidades especiais? Por que não se mostra a dedicação de fisioterapeutas, de fonoaudiólogos trabalhando com paralisados cerebrais? Os que trabalham com idosos, os portadores de Alzheimer? Por que não se relata o trabalho dos médicos sem fronteiras, em manchete? Dos benefícios que propiciam, das batalhas vitoriosas contra a morte, das vidas que modificam? Por que não se mostra a abnegação de mães valorosas que abraçam, todos os dias, seus filhos totalmente dependentes de seus cuidados? O carinho de filhos adultos por pais idosos e dependentes? Por que não se colocam, em amplo destaque, as entidades que protegem cães e gatos abandonados pelas ruas? Por que não se anuncia, com grandes fotos coloridas, a inauguração de uma nova creche, de um jardim, de um parque? Por que não se fala do bom trabalho de um hospital, de uma escola? Quase sempre essas instituições aparecem, quando algo suspeito ou equivocado por lá acontece. Será que anos e anos de dedicação, de serviço ao povo não valem nada? * * * Pensemos nisso e comecemos a exigir dos que movimentam a imprensa, a inserção de coisas positivas. Digamos, não aderindo à onda de violência e maldade que deseja tomar conta da Terra, que desejamos ver, ouvir e sentir coisas boas. Por isso, invistamos nas boas revistas, nos bons periódicos, nos programas de valor. Ajudemos a sustentar um bom programa de rádio, de televisão. E, se somos dos que escrevem, ilustram, criam, evidenciemos em nossas letras, gravuras e criações, com muito destaque, o que é bom, belo e proveitoso. Guardemos a certeza que, dessa forma, estaremos investindo no mundo melhor que todos desejamos para nós e para nossos filhos. Redação do Pense Nisso Em 05.7.2017.

21/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 5:12

Um amor especial

Um amor especial Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe. Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado. Todos tinham a mesma reação, menos a sua avó. Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam. Olhou para aquele bebê, sua primeira netinha e, emocionada, falou: Linda. No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada. Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida. Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu... A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: Jéssica. A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha quatro filhos, dois genros, uma nora e seis netos. Como ela sabia que era ela? Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos quatorze recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no Natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta de que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar ao seu lado, para admirar a árvore de Natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse. As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: Você está linda. * * * Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita. Redação do Pense Nisso, com base no cap. Linda, de autoria de Jéssica Gardner, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante. Em 23.10.2017.

20/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 5:33

Seja patrão

SEJA PATRÃO Você é empregado? ... Desculpe, usei o termo errado. Nesses tempos do politicamente correto e de eufemismos, a pergunta correta é: Você é um colaborador? Vivem reclamando da empresa, do chefe...do Patrão? Se sente um injustiçado e acha que merece ganhar mais? Tudo bem. Não há mal algum em querer um soldo maior, é um direito seu. Mas, será que você tem ideia do que é administrar uma empresa e ter sobre os seus ombros a responsabilidade de centenas, quando não, milhares de famílias que dependem das suas decisões nos negócios, para que ganhem os seus sustentos? Então, aconselho que você abra uma empresa e se torne Patrão. Eu indico a todos abrirem uma empresa um dia e experimentar por alguns anos o que é a responsabilidade de enfrentar uma folha de pagamento, a regularização de impostos e equipe, o processo de seleção do time, o investimento em equipamentos, estrutura e conforto para o trabalho. Indico a todos que façam esse experimento. Que aprendam a calcular o valor hora de um trabalho. Aprenda a calcular o valor de um salário. Que invistam incontáveis horas com contadores. Que fiquem outras noites sem conseguir dormir preocupado com as contas. Indico também que experimentem formar pessoas, inspirar o melhor em cada um. Motivar com palavras, com respeito, honestidade e com dinheiro. Invista em marketing, vista a camisa e saia pelas ruas e redes sociais para atrair clientes. Experimente também segurar a onda quando os” haters”(inimigo em inglês) e as críticas chegarem. Quando duvidarem de você e quando você mesmo duvidar. De verdade eu recomendo isso. Recomendo ficar no cheque especial para não atrasar um dia a folha. Experimente também olhar no olho de um funcionário e demiti-lo. Chegar em casa detonado por cada plano, ideia, estratégia que não deu certo. Mas mesmo assim continuar firme e animado tentando. Faça esse teste. Vai se ver acordando as 3 da manhã sem razão e com o pensamento num produto, numa conversa de escritório ou num plano para evitar a falência. Faça esse favor a você mesmo. Tente ser o filho da puta (colocar o bip de censura) do patrão por alguns anos. Ser visto como explorador. Faça esse teste. Mas faça por acreditar que seu negócio vai muito além de dinheiro. E quando você cansar, falir, ou tiver sucesso... lembre-se de tudo que você passou. Guarde isso na alma. Você um dia vai precisar, quando a maré virar e transformar a vaidade em humildade, o ego em me desculpe, a marra em companheirismo, a malandragem em dedicação, a inveja em desejo de sucesso e as certezas em dúvidas. Faça esse experimento um dia. Abra uma empresa...ou pelo menos, Pense Nisso.

19/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:56

É preciso saber morrer

É PRECISO SABER MORRER Depois que nascemos só temos uma certeza: nós vamos morrer! E paradoxalmente vivemos como se ela, a morte, não existisse. Se a morte é uma das poucas certezas da vida, por que temos tanta resistência em aceitá-la com a naturalidade que lhe é inerente? Talvez, por isso, vivemos com tanto medo...com tantas ansiedades. É esse medo da morte, esse medo de morrer antes de ter realizado o que desejamos ou de ver nossos filhos crescerem. É isso o que mais nos perturba. Devemos ter em mente que a morte é parte da vida, querendo ou não, e ignorar essa verdade essencial tem um custo psicológico pesado. Neste sentido, não é desproposito algum, propor que se medite cinco minutos por dia a respeito da morte. Isso vai, com o tempo, nos deixando menos ansiosos e perturbados diante do inevitável. Foi publicada no New York Times no dia 19 de fevereiro de 2015, uma matéria intitulada “Oliver Sacks: Minha Própria Vida”. Nela o escritor e neurologista declara ter descoberto um câncer em estado terminal. É uma belíssima reportagem onde o mesmo relata seus sentimentos diante de tal revelação. Oliver encara a morte como um processo natural e mostra gratidão pela vida que teve. “Não posso fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é de gratidão. Amei e fui amado; recebi muito e dei algo em troca; li, viajei, pensei e escrevi. Tive uma boa relação com o mundo”– escreveu Oliver. Se a morte é uma das poucas certezas da vida, por que temos tanta resistência em aceitá-la com a naturalidade que lhe é inerente? Talvez, porque vivemos em uma sociedade pautada no apego. Nossa jornada é baseada em acumular, e dessa forma é praticamente impossível ter o desprendimento necessário para aceitar que nosso tempo, ou de entes queridos, por aqui possa estar no fim. É muito comum relacionarmos a morte com dor, desespero e sofrimento, essa é a atitude esperada quando lidamos com este assunto. Cada um desses sentimentos está intrínseco em nós culturalmente, socialmente e religiosamente. Porém, não é necessário ser dessa forma, no caso de Sacks houve uma quebra de tabus em relação a um tema tão pouco explorado. “Depende de mim agora escolher como levar os meses que me restam. Tenho de viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que conseguir” – disse Oliver, nos seus últimos dias de vida Todos têm medo do desconhecido, porém pode ser mais digno aceitar vivê-lo com intensidade e gratidão, do que se revoltar diante de uma situação irreversível como a morte. Certo dia, enquanto arrancava do jardim as ervas daninhas, perguntaram a São Francisco de Assis: Irmão Francisco, se você soubesse que morreria hoje, o que faria? Francisco descansou o ancinho, por um instante. Seus olhos, apagados para as coisas do mundo passageiro, pareceram contemplar paisagens interiores de beleza. Suspirou, pareceu mergulhar o olhar para o mais profundo de si e respondeu, sereno: Eu? Eu continuaria a capinar o meu jardim. E retomou a tarefa, no mesmo ritmo e tranquilidade. Quantos de nós teríamos condições de agir dessa forma? A morte nos apavora a quase todos. Tanto a tememos que existem os que sequer pronunciamos a palavra, porque pensamos atraí-la. Outros, nem comparecemos ao enterro de colegas, amigos, porque dizemos que aquilo nos deprime, quando não nos atemoriza. Algo como se ela nos visse e se recordasse de nos vir apanhar. E andamos pela vida como se nunca fôssemos morrer. Mas, de todas as certezas que o mundo das formas transitórias nos oferece, nenhuma maior que esta: tudo que nasce, morre um dia. Assim, embora a queiramos distante, essa megera ameaçadora que chega sempre em momentos impróprios, ela vem e arrebata os nossos amores, os desafetos, nós mesmos. Por isso, importante que vivamos cada dia com toda a intensidade, como se nos fosse o derradeiro. Não no sentido de angústia, temor, mas de sabedoria. Viver cada amanhecer, cada entardecer e cada hora, usufruindo o máximo de aprendizado, de alegria, de produção. Usar cada dia para o trabalho honrado, que nos confira dignidade. Estar com a família, com os amigos. Sorrir, abraçar, amar. Realizar o melhor em tudo que façamos, em tudo que nos seja conferido a elaborar. Deixar um rastro de luz por onde passemos. Façamos isso e, então, se a morte nos surpreender no dobrar dos minutos, seguiremos em paz, com a consciência de que vivemos na Terra doando o nosso melhor. Lembre-se, é preciso saber morrer. Pensemos nisso.

18/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 6:08

Tato de pais

TATO DE PAIS Um menino, com um breve poeminha à mão, entrou correndo pela porta do quarto dos pais, ansioso para que o lessem. Encontrou os pais numa discussão acirrada a respeito de um tema que desconhecia. À maneira que só as crianças conseguem fazer, ficou ali, ao lado, quase invisível, tentando ser escutado. Pai, mãe, olha o que escrevi! Repetiu esse acalanto algumas vezes, falando cada vez mais alto, tornando a balbúrdia no aposento quase insuportável. Ninguém se entendia e todos queriam ser ouvidos. Repentinamente, o pai, já sem paciência, tomou a folha de papel das mãos do filho, amassou com força e disse: Já não expliquei que agora não posso!? Atirou o papelote na lixeira mais próxima, o que deixou o filho sem chão e repleto de lágrimas. Mais tarde, a mãe, que não havia ficado satisfeita com a cena presenciada e se enchia de compaixão, procurou o menino. Ela carregava na mão esquerda uma folha de papel enrugada. Tinha a expressão emocionada e condoída. Filho... Foi você quemescreveu este poema? O menino, que ainda estava cabisbaixo, apenas acenou com a cabeça que sim. Que coisa mais linda! Você é um poeta, meu filho! Você é um poeta! –E abraçou, carinhosamente, a criança. A partir daquele dia, diz a história desse menino, ele resolveu definitivamente ser poeta. O relato é do próprio autor que conta que, se não fosse pela destreza e tato de sua mãe, possivelmente não se dedicaria à poesia. Assim, graças à sensibilidade daquela mulher, o mundo pôde conhecer a arte e inspiração de Pablo Neruda. * * * O tato é essa capacidade que temos, ou não, de lidar com situações delicadas. Saber dizer as coisas certas na hora certa. Saber calar. Saber abraçar e chorar junto. Para se ter tato faz-se necessário desenvolver a empatia, essa capacidade sublime de colocar-se no sentimento do outro. O amor também faz parte da conquista do tato, pois tudo aquilo que é dito com carinho, tem muito mais chance de ser bem recebido pelo outro. Ficamos a pensar quantos Neruda deixamos de conhecer no mundo, pela simples falta de tato de pais e educadores, que não promoveram o incentivo necessário ou que simplesmente abafaram, silenciaram talentos tão importantes. Assim, olhemos nossas crianças com atenção. Operemos sempre com muito tato, psicologia, em tudo que façamos, falemos ou deixemos de falar a eles. Nem sempre serão grandes talentos ou gênios. Porém, um incentivo aqui, um elogio ali são os responsáveis primeiros pela formação de uma boa autoestima. Tratemos o lar como a terra que necessita estar sempre fértil, preparada para receber as mudas da filiação bendita, que Deus nos dá como presente e responsabilidade. Redação do Pense Nisso. Em 24.09.2012.

16/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:38

Vozes amigas

Vozes amigas Pedro e Ana se conheceram no colégio. De início, não simpatizaram muito um com o outro, mas reconheceram a inteligência e a integridade mútuas e se tornaram amigos. A amizade foi se consolidando e, em pouco tempo, evoluiu para algo mais forte, mais intenso. Eram companheiros de ideias e ideais. Um até sabia o que o outro estava pensando. Casaram-se, tiveram filhos, alguns cachorros, gatos, peixes. Fizeram amigos, viajaram, trabalharam em parceria. A vida nem sempre foi fácil, mas encararam unidos as dificuldades. O amor crescia, amadurecia e se fortalecia. Entraram na meia idade planejando a aposentadoria e as viagens que fariam. Os filhos, criados, não precisavam mais de dedicação integral. Estavam batendo asas, independentes e autônomos. Em meio a planos resgatados do fundo do baú e o nascimento de novos sonhos, Ana começou a sentir que algo não estava bem. Evitou alarmar o marido e foi ao médico. Para sua surpresa, foi diagnosticada com um tipo de câncer raro e agressivo. Passado o choque inicial, ela não se rendeu. Buscou informações, médicos e tratamentos alternativos. As perspectivas, no entanto, eram bastante sombrias. A família se uniu e Ana decidiu seguir a vida até o momento em que não seria possível fazer mais nada. Foram anos de batalha com quimioterapia, cirurgias para a retirada de tumores, testes com novos medicamentos. Uma noite, internada na Unidade de Terapia Intensiva e desenganada pelos médicos, pediu ao marido para conversar com familiares e amigos distantes. Como seria possível, contudo, se a entrada na UTI era restrita e nem todos conseguiriam chegar a tempo? Além disso, conversar com todos lhe seria exaustivo e desgastante. Pedro teve uma ideia. Conversou com o médico de plantão e obteve autorização para permanecer ao lado dela e usar o celular. Fez contato com quase toda a sua lista de amigos e familiares, solicitando que gravassem, num dos aplicativos do celular, mensagens de afeto para Ana. Muitos não conseguiram gravar, por conta da emoção. Mas vieram mensagens de todos os cantos, com palavras entoadas, cantadas, sussurradas. Todas carregavam carinho, respeito e a esperança de um reencontro. Ana passou a noite ouvindo as mensagens, que Pedro tocava de tempos em tempos, em seu celular. Lágrimas escorriam dos olhos de ambos. Lágrimas escorriam também dos olhos de enfermeiros e médicos. Aquela UTI estava cheia de pessoas, não fisicamente, mas em boas energias, em luz. Ana atravessou aquela noite, acordou na manhã seguinte e permaneceu por mais uma semana, tranquila e serena, até a sua morte. Nesse período, pedia para ouvir as vozes amigas que tanto bem lhe haviam feito, que tanto carinho lhe haviam transmitido. Partiu em paz, sabendo que não estava só. As vozes amigas a ladeavam, amparavam e a preparavam para retornar, segundo a sua crença, à pátria espiritual, onde iria se encontrar com outras vozes amigas, igualmente cheias de amor e saudade, ansiosas por aquele tão esperado reencontro. Redação do Pense Nisso. Em 28.10.2017

15/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:29

STEPHEN HAWKING – Um Homem Notável

STEPHEN HAWKING – Um Homem Notável. Era o dia 8 de janeiro de 1942, dia em que o mundo lembrava os 300 anos da morte de Galileu Galilei. Em uma maternidade da cidade de Oxford, Inglaterra, nascia um menino que seria chamado Stephen. Em plena Segunda Guerra Mundial, a cidade de Oxford era segura devido a um acordo mútuo de não agressão às cidades de grandes universidades, firmado entre a Inglaterra e a Alemanha. Criado em Londres, foi um garoto saudável e de desempenho escolar regular, nunca ficando entre os primeiros da classe. Aos 17 anos, contra a vontade do pai que o queria médico, Stephen Hawking inicia o curso de Física, seu grande sonho, em Oxford. Ainda durante a Universidade começou a mostrar sintomas de uma estranha doença: lentidão nos movimentos, quedas, dificuldades de fala. Aos 21 anos o diagnóstico sombrio: esclerose lateral amiotrófica. Até hoje sem cura, essa doença destrói os neurônios que controlam os movimentos, e os músculos vão paralisando lentamente. É como uma sentença de morte sem data para acontecer, como escreveria ele mais tarde. Os médicos tinham dado 3 anos, no máximo, de vida ao jovem Stephen. O jovem rapaz, aturdido pelo diagnóstico, encontrou apoio em sua namorada, Jane, que o incentivou a fazer o doutorado e a procurar emprego, pois os dois deveriam casar. Em sua tese iniciou os estudos que comprovaram a teoria do Universo em expansão, a partir de um ponto conhecido como Big Bang. Casou-se e teve três filhos, encontrando, na esposa, uma companheira incansável. A lentidão física, segundo ele, lhe dava tempo para pensar mais.Em 1991, Hawking e Jane se divorciaram, mas continuaram unidos pelo amor. Ganhou fama também com o estudo dos Buracos Negros, publicando trabalhos científicos e livros que o notabilizaram, enquanto seu corpo paralisava progressivamente. No início do livro Uma breve história do tempo, ele diz que, exceção feita à sua doença, ele é feliz em todos os aspectos de sua vida, tendo sorte de ter escolhido uma profissão que só precisa do intelecto. Chegou a escrever que sua deficiência não lhe causara maiores problemas, tendo contado com auxílio da família, de colegas e alunos. Ele se comunicava por um sintetizador de fala, ligado a um computador, possibilitando-o até de dar palestras. Nunca parou de estudar. Desafiou a medicina com sua longa sobrevida. Em 14 de março de 2018, Stephen Hawking morreu sereno aos 76 anos, em sua casa em Cambridge, Reino Unido, no mesmo dia do nascimento de outro grande gênio, Albert Einstein. . * * * Pensemos quantos de nós, frente ao mais leve sintoma de doença, cuidamos de nos afastar do trabalho ou dos estudos, com atestados médicos de longa duração. Quantos se aposentam por invalidez e não voltam mais a estudar, sequer desenvolvendo algum trabalho que esteja dentro das novas condições físicas. Que o exemplo desse notável homem, que ocupou a cadeira de Professor Lucasiano de matemática, na Universidade de Cambridge, lugar já ocupado por Isaac Newton, nos sirva de reflexão e de exemplo de vida. Para finalizar o Pense Nisso de hoje, vamos refletir com as palavras de Stephen Hawking: Você pode me ouvir? Tem sido uma época gloriosa estar vivo e fazer pesquisas em Física Teórica. Nossa imagem do Universo mudou muito nos últimos cinquenta anos e estou feliz por ter feito uma pequena contribuição. O fato de nós humanos, que somos uma mera coleção de partículas fundamentais da Natureza, termos sido capazes de chegar tão perto para compreender as leis que governam nós e o nosso universo. Quero compartilhar a minha alegria e entusiasmo sobre essa busca. Então, lembre-se de olhar para as estrelas e não para os pés. Tente compreender o que você vê e se pergunte o que faz o Universo existir. Seja curioso. E por mais que a vida possa parecer difícil há sempre algo que você pode fazer para ter sucesso. O que importa é que você não desista. Quando temos de enfrentar a possibilidade de uma morte prematura, nos damos conta do quanto vale a pena viver! Obrigado por me ouvir. Redação do Pense Nisso. Em 14.03.2018.

14/01/2021 08:30 | DURAÇÃO 5:41

A elegância

A ELEGÂNCIA As pessoas geralmente se esmeram para mostrar certa elegância, de acordo com suas possibilidades. Isso é natural do ser humano. Tanto que muitos buscam escolas que ensinam boas maneiras. No entanto, existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza. É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais corriqueiras, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto: é uma elegância desobrigada. É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas de boca em boca. É uma elegância que se pode observar em pessoas pontuais, que respeitam o tempo dos outros e seu próprio tempo. Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece. É quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não. Sobrenome, cargo e jóias não substituem a elegância do gesto. Não há livro de etiqueta que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo e a viver nele sem arrogância. A pessoa de comportamento elegante fala no mesmo tom de voz com todos os indivíduos, indistintamente. Ter comportamento elegante é ser gentil sem afetação. Ser sincero sem agressividade. É ser humilde sem relaxamento. Ser cordial sem fingimento. É ser simples com sobriedade. É saber desarmar a violência com mansuetude e alcançar a vitória sem se vangloriar. Enfim, elegância de comportamento não é algo que se tem, é algo que se é. **** Mais do que decorar regras de etiqueta e elaborar gestos ensaiados, é preciso desenvolver a verdadeira elegância de comportamento. Importante que cada gesto seja sincero, que cada atitude tenha sobriedade. A verdadeira elegância é a do caráter, porque procede da essência do ser. Pense Nisso

13/01/2021 08:30 | DURAÇÃO 2:59

Oh, como eu a amei

OH, COMO EU A AMEI O padre estava terminando o serviço fúnebre na hora do sepultamento. De repente, o homem de 78 anos, cuja esposa de 70 anos acabara de morrer, começou a gritar: - “Oh, como eu a amei!” Seu lamento desolado interrompeu o silêncio da formalidade. Os outros familiares e amigos permaneceram de pé em torno da sepultura, parecendo chocados e embaraçados. Seus filhos, envergonhados, tentaram silenciar seu pai. Está certo, papai; nós entendemos. O velho homem olhava fixamente o caixão descer lentamente na sepultura. O padre continuou. Terminando, ele cumprimentou os familiares que, um a um, foram deixando o local. Todos, exceto o velho homem. - “Oh, como eu a amei!” Gemeu ruidosamente. Sua filha e dois filhos novamente tentaram contê-lo, mas ele continuou. -“Como eu a amei!” Aquele homem permaneceu olhando fixamente para o sepulcro. O padre o abordou dizendo: “eu sei como você deve se sentir, mas está na hora de irmos embora.” Todos devemos ir e continuar nossa vida. “Oh, como eu a amei!” Disse novamente o velho homem ao padre. “Você não faz idéia...” “Eu quase disse isso a ela, uma vez...” *** Incontável número de pessoas passa por uma situação semelhante a essa. São esposas e esposos, filhos, irmãos, tios, amigos, que passam uma vida inteira juntos e não têm coragem de declarar seus sentimentos. No momento em que o criador, pai amoroso e bom, vem requisitar nosso ente querido, e este viaja com destino ao mundo espiritual, muitas vezes fazemos como aquele esposo e gritamos com todas as forças que nós o amamos, mas é demasiadamente tarde... Para que você não fique com uma declaração de amor presa na garganta, diga hoje mesmo o que você sente pelos seus afetos. Diga ao seu filho o quanto você o ama. Fale para os irmãos que eles são importantes para você. Talvez a felicidade deles dependa dessa declaração. Confidencie aos seus pais que você os ama, se é que ainda não o fez. Isso lhes trará uma alegria inesperada. Não esconda dos seus amigos o que você sente por eles. Talvez eles desconheçam seus sentimentos de ternura. Abrace seus avós, se ainda os tem por perto. Um abraço de neto representa o maior dos tesouros. E, talvez, o melhor dos remédios. Confesse ao seu esposo ou a sua esposa o seu amor. Isso fará com que o relacionamento se torne mais agradável e os eventuais problemas se tornem mais fáceis de superar. Às vezes pensamos que as pessoas sabem o que sentimos por elas e por isso não dizemos, mas nem sempre elas adivinham. Pense nisso e tome uma atitude agora. Conjugue o verbo amar no tempo presente. Equipe de Redação do Pense Nisso, com base em texto intitulado "Oh, how i loved her", de Hanonch Mccarty, encontrável na página: http:www.tribuneindia.com/200320030427spectrumlessons.htm Em 09.07.2012

12/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:47

Acostumados demais

Acostumados demais

11/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:14

Não basta ser executivo, tem que ser pai

NÃO BASTA SER EXECUTIVO, TEM QUE SER PAI Ser um executivo de sucesso e pai, ao mesmo tempo, parece impossível. A empresa exige excessiva dedicação e há executivos que chegam a passar cento e oitenta dias por ano entre aeroportos, táxis e hotéis. Estudos feitos na Califórnia indicam que um pai típico da década de sessenta costumava passar quarenta e cinco minutos por dia com os filhos. Três décadas depois, esse tempo foi reduzido para seis minutos. O empresário americano, Tom Hirschfeld, de trinta e seis anos, afirma, no entanto, que é possível ser um ótimo executivo e um ótimo pai. Com dois filhos, de cinco e dois anos, diz que um pai que consegue driblar as manhas e vontades de um filho de cinco anos, por exemplo, tem todas as condições para tirar de letra quaisquer problemas com um funcionário talentoso, mas complicado. Homens de negócios, bons empresários, diz ele, podem ser ótimos pais. Assim, aconselha: Faça com que seu filho tenha confiança em você. Marque presença. Administre sua agenda e esteja presente nos momentos importantes da vida dele. Saiba quando e a quem delegar a sua substituição. Assim, não deixe a babá levar o seu filho para a cama só porque você quer assistir o segundo tempo do futebol na TV. Aproveite e esteja com ele. Resista à tentação de deixar seu filho aos cuidados da televisão ou do computador. Nada é tão importante como a presença, o toque, a palavra. Não há necessidade de estar cem por cento do tempo com os filhos, mas aprenda a reservar um tempo com qualidade para a família. O restante é seu, não importando o que você faça com ele. E não se esqueça que é preciso ter disciplina, pois a melhor forma de ensinar ainda é o exemplo. E o melhor caminho é o diálogo. * * * No trato com os filhos, seja sempre imparcial, a fim de não incorrer em injustiças. Mas não confunda justiça com igualdade. Cada filho, por sua personalidade única, deve ser tratado de forma diferente. Dose, portanto, sua energia com uns e outros. Com certeza, a tarefa não é fácil. Contudo, com organização e disciplina você será um bom executivo e um pai por excelência. Pense Nisso. Redação do Pense Nisso, com base no artigo Não basta ser executivo... Tem que ser pai, de Alexandre Alfredo, da revista Exame, de 11 de agosto de 1999.

09/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 2:58

Importante lição

IMPORTANTE LIÇÃO Numa época em que um sorvete custava muito menos do que hoje, um menino de dez anos entrou numa lanchonete e se sentou a uma mesa. Uma garçonete colocou um copo d'água na frente dele. Quanto custa um sundae? Ele perguntou. Cincoenta centavos, respondeu a garçonete. O menino puxou as moedas do bolso e começou a contá-las. Bem, quanto custa o sorvete simples? Perguntou outra vez. A essa altura, mais pessoas estavam esperando por uma mesa. A garçonete foi se irritando. De maneira brusca, respondeu: Trinta e cinco centavos. O menino, mais uma vez, contou as moedas e disse: Eu vou querer, então, o sorvete simples. Depressa, a moça trouxe o sorvete simples e a conta, colocou na mesa e saiu. O menino acabou o sorvete, pagou a conta no caixa e saiu. Quando a garçonete voltou e começou a limpar a mesa, não pôde deixar de chorar. Ali, do lado do prato, havia duas moedas de cinco centavos e cinco moedas de um centavo. Ou seja, o menino não pôde pedir o sundae porque ele queria que sobrasse a gorjeta da garçonete. * * * Ser grato aos que nos servem é um dever tanto quanto servir com alegria. Quem serve, deve mostrar gratidão pela oportunidade do trabalho. Quem é servido deve demonstrar gratidão pelo serviço do outro, de que necessita. Afinal, todos somos, na Terra, dependentes uns dos outros. Já imaginou em que se transformaria o panorama do mundo sem a contribuição de faxineiros, pedreiros, carpinteiros, jardineiros? O que seria do hospital, com médicos, enfermeiras e gente especializada nos laboratórios, se faltasse a faxina para garantir a limpeza? Como poderia garantir a qualidade dos seus pães e doces, o padeiro, sem o concurso do produtor que lhe entregasse a farinha de boa qualidade? De que valeria o trabalho muito bem pensado e estruturado de engenheiros e arquitetos, se faltasse a preciosa mão de obra de serventes e carpinteiros? Em todo lugar, sempre, dependemos uns dos outros. O que abre a loja e expõe a mercadoria, necessita do cliente que observe, goste e compre. Clientes e vendedores, patrões e empregados, superiores e subordinados, necessitamos e muito uns dos outros. Não podemos sobreviver, muito menos viver uns sem os outros. Por isso, a melhor técnica é nos unir, dar as mãos, valorizarmo-nos uns aos outros e sermos gratos pela oportunidade de servir e receber serviços. * * * O comércio é também uma escola de fraternidade. Realmente, precisamos da atenção do vendedor, mas o vendedor espera de nós a mesma atitude. Sempre que nos sintamos no direito de reclamar, não façamos do nosso verbo um instrumento de agressão. Por vezes, a pessoa mal-humorada, em seus contatos públicos, carrega um pesado fardo de inquietação e doença. Acostumemo-nos a pedir por favor aos que trabalham em repartições, armazéns, lojas, lanchonetes e hotéis. Antes de serem empregados à disposição de clientes, são seres humanos que sentem alegria, dor, têm seus problemas e esperam compreensão dos demais seres humanos. Redação do Pense Nisso, com base em história de autoria ignorada e no cap. 11 do livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Cec.

08/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:34

Influências na infância

INFLUÊNCIAS NA INFÂNCIA Na França, ele foi um dos mais ardorosos adeptos do romantismo. Foi membro da Academia Francesa e chamado de Leão das tulherias, em razão do seu espírito combativo. No Brasil, influenciou escritores e poetas como Castro Alves, Gonçalves Dias, José de Alencar e Casimiro de Abreu. Idealista, não se atemorizava pelas consequências das suas iniciativas. Foi defensor dos excluídos e sua obra é farta em demonstrar as injustiças sociais do seu tempo. Falamos do poeta, escritor e jornalista Victor Hugo. Pois essa figura ímpar, quando tinha onze anos, escreveu estes versos: Eu tive em minha loira infância ah, tão efêmera, três mestres: um jardim, um velho padre e minha mãe... Tem fundamento semelhante afirmativa. O jardim deve ter sido o da casa onde habitou, na capital francesa, quando criança. O contato com a natureza lhe moldou a observação minuciosa que o transformaria em um escritor detalhista. Olhando a grama crescer no jardim, aprendeu a abençoar a chuva generosa e o sol que assim a fazia brotar viçosa. Observando as formigas minúsculas transitando pelas alamedas, transportando seus tesouros para o formigueiro, aprendeu a respeitar os pequenos, dos quais jamais se esqueceria. O velho padre, do convento próximo de sua casa, com certeza foi quem lhe ministrou as lições do Evangelho de Jesus. Lições que ele aprendeu muito bem: amor ao próximo, compaixão para com a dor alheia, igualdade de direitos, justiça. Dos lábios maternos recebeu as primeiras lições de Deus, Pai generoso e bom. Victor Hugo passou com sua mãe a maior parte da infância porque o pai, um militar, sempre estava longe, em serviço. Ela o instruiu a respeito da vida imortal do Espírito. Certeza que ele tinha e que o levou a escrever a um amigo, cuja esposa desencarnara: Caro Lamartine, uma grande desgraça vos fere. Necessito pôr meu coração junto do vosso. Eu venerava aquela que amáveis. Vosso alto Espírito vê além do horizonte. Percebeis distintamente a vida futura. Não é a vós que se precisa dizer: Esperai. Sois daqueles que sabem e esperam. Ela é sempre vossa companheira, invisível, mas presente. Perdestes a esposa, mas não a alma. Esse é o discurso de quem é amigo, de quem crê na Imortalidade e distribui esperanças. Discurso de quem viveu na natureza, foi alimentado pelo Evangelho de Jesus e a doçura de um coração materno. * * * Todo investimento educativo na infância frutificará positivamente, ofertando às nações homens dignos e cidadãos honrados. Se à educação se acrescentar o ensino do Evangelho de Jesus, que é a condução do Espírito imortal para os verdadeiros objetivos da vida, que transcendem a materialidade, então poderemos ficar tranquilos. Isso nos permitirá ter a certeza de que o mundo do amanhã se constituirá de governantes corretos, executivos responsáveis, pais e mães de família exemplares, enfim, homens de bem. Invistamos na infância. Redação do Pense Nisso, com base no artigo Duas naus, um capitão..., da revista Reformador, de fevereiro de 2001, ed. Feb.

07/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:17

Créditos de vida

CRÉDITOS DE VIDA Jamais esqueça seus sonhos, eles serão o motor da sua existência, eles serão o gosto e o odor das suas manhãs." "A dúvida e a escolha que o acompanham são as duas forças que fazem vibrar as cordas das nossas emoções. Lembre-se sempre de que a única que conta é a harmonia dessa vibração." "Todos os começos das manhãs são silenciosos, mas só alguns silêncios são sinônimos de ausência, outros, ás vezes, são ricos de cumplicidade." "Nada é impossível, só os limites de nossas mentes definem certas coisas como inconcebíveis. Muitas vezes é preciso resolver muitas equações para admitir um novo raciocínio. É uma questão de tempo e de limites do nosso cérebro. Transplantar um coração, fazer voar um avião de 350 toneladas, andar na Lua deve ter dado muito trabalho, mas foi preciso, sobretudo, de imaginação. Então, quando nossos sábios, tão sábios, declaram impossível transplantar um cérebro, viajar à velocidade da luz, clonar um ser humano, digo a mim mesmo que, afinal, não aprenderam nada sobre seus próprios limites, deve-se pensar que tudo é possível e que é uma questão de tempo, o tempo de compreender como é possível." "Todas as manhãs, ao acordar, recebemos um crédito de 86.400 segundos de vida para aquele dia, e quando vamos dormir à noite não há transporte dessa quantia. O que não foi vivido naquele dia está perdido, o ontem acabou de passar. Todas as manhãs essa magia recomeça, ganhamos um novo crédito de 86.400 segundos de vida e essa regra do jogo é incontornável: o banco pode fechar nossa conta a qualquer momento, sem nenhum aviso prévio; a qualquer momento a vida pode ser interrompida. E o que fazemos com nossos 86.400 segundos cotidianos?" "Sempre gostei muito da noite, por causa do silêncio das silhuetas sem sombra, dos olhares que não cruzamos durante o dia. Como se dois mundos compartilhassem a cidade sem se conhecer, sem imaginar a reciprocidade da existência do outro." "Identificar a felicidade quando ela está a seus pés, ter a coragem e a determinação de se abaixar para pegá-la... E para mantê-la. Essa é a inteligência do coração." "Acredito que o cotidiano é a fonte da cumplicidade, é aí que, em vez de hábitos, podemos inventar “o luxo e o banal”, o incomensurável e o comum." "- Não pertenço a um sistema, sempre lutei contra isso. Vejo as pessoas de quem gosto, vou aonde quero ir, leio um livro porque ele me atrai e não porque ele “deve ser lido”, e toda a minha vida é assim." "Já que não se pode viver tudo, o importante é viver o essencial, e cada um de nós tem o “seu essencial.” "Acredite que a coisa de que o homem tem menos consciência é da própria vida." "Você quer entender o que é um ano de vida: pergunte a um estudante que acabou de ser reprovado no exame de fim de ano. Um mês de vida: fale com a mãe que acabou de dar à luz um filho prematuro e que está esperando que ele saia da incubadora para segurar o bebê nos braços, são e salvo. Uma semana: pergunte a um homem que trabalha numa fábrica ou numa mina para alimentar a família. Um dia: pergunte a duas pessoas loucamente apaixonadas que estão esperando para se encontrar. Uma hora: pergunte a um claustrófobo, preso num elevador quebrado. Um segundo: olhe a expressão de um homem que acabou de escapar de um acidente de carro, e um milésimo de segundo: pergunte ao atleta que acabou de ganhar a medalha de prata nas Olimpiadas e não a medalha de ouro pela qual treinou durante toda a sua vida." Redação do Pense Nisso.

06/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:45

Norte, sul, leste, oeste: lugar nenhum

NORTE, SUL. LESTE, OESTE: LUGAR NENHUM Tem gente que não ouve ninguém. Tem gente que faz pouco da experiência e da opinião de todo o mundo. Mas há também quem não saiba fazer outra coisa senão ir atrás de tudo quanto é conversa que não agrega em nada. Alguns sentem dificuldade para encontrar seu caminho na vida porque acreditam em tudo o que ouvem, pouco importando a procedência, a consistência ou a conveniência da mensagem. Pela manhã, seu rumo é o norte, porque ouviram no cabeleireiro que a felicidade se encontra lá. Ao meio-dia, já estão indo para o sul, pois o artigo de uma revista garante que é no sul que mora alegria. Já à tarde, lá vão eles em direção ao leste, pois uma cartomante jurou que o caminho do sucesso é por ali. Mas, à noite, seu destino já é o oeste, pois uma vizinha falou que uma amiga disse que a cunhada dela ouviu a empregada contando que, no colégio da filha, tem uma menina que viu na televisão que... Conclusão: depois de ameaçar para todos os lados, não vão mesmo a lugar nenhum. Claro que é importante ponderar o que acontece à nossa volta e escutar com atenção as opiniões e experiências de todas as pessoas. Ignorar as lições que nos são oferecidas pelos outros seria jogar fora um material valioso, que nos pode ser útil num momento de aperto. Porém, não menos necessário é saber adaptar a história dos outros ao contexto da nossa vida. É saber avaliar a utilidade de uma experiência que vem de fora à nossa realidade. E, sobretudo, é ter a sabedoria de separar o que nos serve daquilo que é somente fantasia, folclore, crendice, conversa pra boi dormir. E, acima de tudo, é prioritário que, antes de dar ouvidos a quem quer que seja, nos perguntemos a nós mesmos: quem realmente eu sou? O que realmente eu quero da vida? O que é mesmo importante para mim? Do que na verdade eu preciso para ser feliz? Sim, porque cada pessoa é um universo à parte. Não é porque seja moda, ou porque o vizinho esteja fazendo tal coisa, que nós devemos fazer também. A verdade é que, só mesmo depois de saber com clareza quem somos de fato, é que temos condições de avaliar e aproveitar a experiência dos outros em nosso benefício. Antes disso, estamos sempre correndo o risco de enveredar por caminhos que jamais nos levarão ao lugar com o qual sonhamos. E quem sabe daqui a dez anos estejamos ainda indo para o norte pela manhã, para o sul ao meio-dia, para o leste à tarde, para o oeste à noite, só porque uma vizinha falou que uma amiga disse que a cunhada dela ouviu a empregada contanto que, no colégio da filha, tem uma menina que viu na televisão que... E estaremos, então, exatamente no ponto onde estamos agora, viajando para lugar nenhum. Portanto, pense nisso.Mas, pense agora. ****** Quer conhecer, ou ouvir, outros textos do Pense Nisso? Acesse o nosso site: centroamericafm.com.br Redação do Pense Nisso com base do Livro Melhores Pensamentos Vol II de Renato Gaúcho. Em 13.06.2013

05/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 3:33

Tempos Fugazes

Tempos Fugazes Nossos dias parecem feitos de momentos instantâneos. As coisas se transformam, as necessidades se sucedem e se modificam, fazendo com que tudo pareça volátil e fugaz. Por vezes, nos parece que a própria vida é nada mais do que uma leve impressão e que nada vale um grande investimento, pois não há o que sobreviva ao descarte e a se tornar obsoleto. Talvez por isso alguns de nós imaginamos que nossos relacionamentos também são descartáveis e fugazes, nesses dias em que vivemos. Acabamos aceitando a ideia infeliz de que qualquer esforço de investimento nas pessoas parece algo inútil, uma verdadeira perda de tempo, pois logo essas serão, ou poderão ser substituídas. Logo, é natural que nossos relacionamentos não suportem as primeiras rusgas, não sobrevivam aos primeiros embates, não ultrapassem os primeiros enfrentamentos. Os investimentos da paciência, da consideração, do carinho, perdem sentido, nesse insistente descarte de tudo e de todos. A amizade logo se desfaz, o relacionamento não cria raízes, os laços não se apertam e os nós se desfazem ao menor esforço. Tudo isso porque esquecemos de que, muito embora o mundo esteja veloz, a comunicação seja instantânea, e a tecnologia se renove rapidamente, nossa mente e nosso coração são os mesmos de sempre. Nossas necessidades emocionais em nada mudaram com a tecnologia. A construção de nossos sentimentos ainda se faz gradual e lentamente, como a cem, quinhentos ou mil anos atrás. Aprender a amar, cultivar uma amizade, aprender a querer bem, tudo se faz em velocidades medievais, poderíamos dizer. Nada disso mudou no século XXI. O mundo externo se transformou por completo. Nossas necessidades e capacidades de amar são as mesmas. Assim, cada vez mais se torna importante que resgatemos o tempo a dedicar aos nossos amores. Nenhum casamento se fortalecerá sem o investimento de ambos. Porém, se entre nossas prioridades não há tempo e investimento suficiente para que a vida seja compartilhada, natural que a relação feneça. Se em nossos dias não há prioridade e tempo para os amigos, como manter as amizades? Ninguém pode esquecer que a amizade se consolida lentamente, como quem cozinha no fogo brando, através da conversa solta e fraterna, da visita despretensiosa que estreita laços, ou do telefonema sem hora marcada mas que aconchega o ouvido. Serão esses investimentos lentos, graduais, que serão efetivos, pois que criarão raízes profundas no coração. Somente dessa forma nossos laços conseguirão vencer o tempo e a distância, a ponto de nos acompanhar para além desta vida, pois que permanecerão no coração. O mais, o que efetivamente é descartável ou volátil, isso ficará, se perderá no tempo, ganhará esquecimento. Entretanto, que nunca aquilo que pertença ao coração ganhe a falsa impressão de também ser descartável. Porque, um dia, ao se perder tudo, inevitável fator da vida, permanecerá em nós somente aquilo que agasalharmos na mente e no coração. Pensemos nisso. *** Redação do Pense Nisso. Em 25.4.2014.

04/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:23

Sentir na própria pele

SENTIR NA PRÓPRIA PELE Uma determinada ONG alemã apresentou, de forma inusitada, um excelente exemplo de marketing social. Em alguns cinemas da Alemanha, o público entrava para assistir aos filmes e se deparava com diversos cobertores dobrados, colocados um em cada poltrona. Nada foi dito ou explicado e, conforme os primeiros anúncios e trailers iam passando, a sala começava a esfriar, chegando a temperaturas baixíssimas, similares às das madrugadas de inverno naquela região. Então, subitamente, uma mensagem começava a aparecer, mostrando moradores de rua em muita dificuldade, assim como seus próprios relatos narrando os problemas causados pelo frio intenso. Ao final da mensagem, um deles, inclusive, em tom de bom humor, dizia para que não incomodassem mais as pessoas no cinema e as deixassem assistir a seus filmes. A campanha finalizava avisando às pessoas que, em cada cobertor que receberam, havia um código, que poderiam ler com seus celulares, e efetuar uma doação espontânea para ajudar os moradores de rua, os sem teto. O resultado foi surpreendente. Após realizarem a experiência em diversas salas de cinema de todo o país, computaram um retorno de noventa e cinco por cento, isto é, noventa e cinco por cento das pessoas que estiveram nessas salas de cinema se comoveram e fizeram doações. * * * A interessante experiência revela que ainda precisamos sentir na própria pele para que desenvolvamos a verdadeira empatia para com o outro. Colocar-se no lugar do outro é fundamental para que possamos entender a situação do nosso próximo e ajudá-lo sem ressalvas e sem medo. Deus e Sua providência, nos processos das vidas sucessivas, nos coloca em tais situações, para que aprendamos a enxergar a vida, as pessoas, estando do outro lado. Assim, renascemos, muitas vezes, em condições opostas às que antes tínhamos no planeta, como por exemplo, tendo que lidar com a miséria material, muitos de nós que, em existência anterior, tivemos tudo e nem sequer olhamos para os lados para encontrar o próximo necessitado. Em países, onde ainda se vive a realidade de castas, de segregações de raças etc, aqueles que detinham o poder, que viviam privilégios, renascem por vezes entre os subjugados; tanto quanto os que antes ocupavam posições de inferioridade, retornam como ricos, como poderosos – quando necessário. Essas variações, essas mudanças de lado se fazem necessárias para que alarguemos nossos horizontes e enxerguemos a vida de forma diferente, com menos egoísmo, com menos orgulho. Costumamos dizer que só quem passou por esta ou aquela situação sabe como é estar lá. Porém, podemos desenvolver em nós esse costume, essa prática saudável de nos colocarmos no lugar do outro, buscando estar em seu sentimento e, assim, compreendê-lo melhor em todas as situações. Seremos mais indulgentes e, por consequência natural, mais caridosos com nosso próximo. A empatia nos tira da indiferença, da estagnação, desse como que sono profundo onde ainda estamos todos nós que insistimos em enxergar apenas nosso próprio umbigo. Pensemos no outro. Sintamo-nos como o outro. Ajudemos. Redação do Pense Nisso. Em 28.10.2013.

02/01/2021 06:45 | DURAÇÃO 4:39