Pense Nisso | Centro América FM Cuiabá - Easy | Cadena

Episódios

Servos e anjos

Servos e Anjos Quando tuas mãos ainda cabiam dentro das minhas e num abraço eu te fazia como que desaparecer, a ventania passava veloz e enfurecida, e feito árvore de raiz profunda, nada nos fazia mover. Quando teus sonhos ainda cabiam dentro dos meus e uma dúzia e meia eram os habitantes da Terra, nem um dia sequer de sorriso se perdeu e de meu rosto sempre tiveste a expressão mais sincera. Quando teus deuses do Olimpo eram apenas dois, socorrendo-te e atendendo-te na velocidade do pensar, percebi que servir me fez feliz, pois a entrega me deu sentido. Viver é se entregar. Quando tua mente ainda era casa de brinquedo, que eu conhecia cômodo a cômodo, do teto ao chão; Quando ainda tua morada não possuía sequer um segredo, e o teu respirar, no colo, era letra da minha canção; Quando tua voz no mundo ainda era a minha, eu me desafiava tentando te entender. Perdi-me de mim e encontrei a linha; teci no teu linho e aceitei te ensinar a tecer. Quando teu ir e vir dependia do meu e ainda te levava para onde meu coração queria, já aceitava o futuro meu, o futuro teu, o dia em que esse meu amor, sem pesar, te libertaria. * * * Estudos mostram que até em torno dos seis meses, os bebês se percebem como extensão das mães, isto é, não se veem ainda como um outro ser. As mães, por sua vez, pela intensa ligação que têm com os filhos, desde a vida intrauterina, acabam tendo a impressão de que os filhos são como que partes de si mesmas. Os filhos crescem. Enxergam-se como individualidades. Pensam por si só. têm vontade própria e tornam-se independentes em quase tudo. Por outro lado, muitos corações de mãe e de pai ainda permanecem com aquela impressão singela de que continuam sendo seus bebês. Como se uma parte de seu amor tivesse ficado mergulhado no passado... Tornam-se nostálgicos, voltam a olhar os álbuns de fotografias para tentar entender quando foi que cresceram, quando foi que mudaram tanto e não conseguem encontrar... Tudo isso é saudável quando serve para reforçar os laços, quando torna os vínculos cada vez mais fortes e perenes, impossíveis de serem afetados por qualquer dificuldade encontrada pelo caminho. Os pais devem apenas ter atenção quando esses sentimentos descambam para as esferas da superproteção, do excessivo cuidado que sempre trazem prejuízo para todos na família. Há o tempo de carregar no colo, de atender as vontades, de seguir as escolhas dos pais. Depois há o tempo de caminhar ao lado, atender uma ou outra vontade e lhes dar a chance de fazer algumas escolhas. E, por fim, o tempo de observar sua nova caminhada à distância, de permitir que eles mesmos satisfaçam suas vontades, aceitando as consequências de todas suas decisões e escolhas. Não se trata de um abandono, mas é o momento em que os pais deixam de ser servos – e não há nada depreciativo nesta palavra – e passam a ser anjos de guarda. Os anjos guardiões estão sempre presentes, atuam prontamente em toda necessidade, porém, não interferem no livre-arbítrio das criaturas. Aconselham, advertem, consolam. A decisão final é sempre do protegido. Redação do Pense Nisso, com base no poema Tuas mãos cabiam dentro das minhas, de Andrey Cechelero. Em 24.9.2017.

27/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:00

0 exemplo de João Carlos

O Exemplo de João Carlos A capacidade do ser humano de superar adversidades é inacreditável. E certos exemplos nos levam a acreditar que o ser humano ainda não descobriu tudo de que é capaz. Também nos servem de exemplos para nossas próprias vidas. Um desses é o pianista João Carlos Martins. Começou a estudar piano aos oito anos de idade. Após nove meses de aula vencia, com louvor, o concurso da Sociedade Bach, de São Paulo. Um prodígio. Rapidamente ele desenvolveu uma carreira de pianista internacional. Tocou nas principais salas de concerto do mundo. Dedicou-se à obra de Bach. No auge da fama, sofreu um grande revés. Jogando futebol, sua outra paixão além da música, caiu sobre o próprio braço. O acidente o privou dos movimentos da mão. Para qualquer pessoa, uma tragédia. Para ele, um desastre total. Mas não se deu por vencido. Submeteu-se a cirurgias, dolorosas sessões de fisioterapia, injeções na palma da mão. E voltou ao piano e às melhores salas de concerto. Com dor e com paixão. Mas a persistência de Martins voltaria a ser testada. Anos depois, vítima de um assalto na Bulgária, foi violentamente agredido. Como consequência, teve afetado o movimento de ambas as mãos. Para recuperar as suas ferramentas de trabalho, voltou às salas de cirurgias e à fisioterapia. Conseguiu voltar ao amado piano mais uma vez. Finalmente, em 2002, a sequela das lesões venceu. A paralisia definitivamente dominou suas duas mãos. Era o fim de um pianista. Afastou-se do piano, não da sua grande paixão, a música. Aos sessenta e três anos de idade, ele foi estudar regência. Dois anos depois regeu a Orquestra Inglesa de Câmara, em Londres. Em um concerto, em São Paulo, surpreendeu outra vez. Regeu a Nona Sinfonia de Beethoven, totalmente de cor. Ele precisou decorar todas as notas da obra por ser incapaz de virar a página da partitura. A plateia rompeu em aplausos. Mas João Carlos Martins ainda tinha mais uma surpresa para o público, naquela noite. Pediu que subissem um piano pelo elevador do palco. E, com apenas três dedos que lhe restaram, ele tocou uma peça de Bach. A ária da quarta corda foi originalmente escrita para violino. É uma peça musical em que o violinista usa apenas a corda sol para executar a bela melodia. Bom, Martins a executou ao piano com três dedos. E, embora não fosse a sua intenção, a impressão que ficou no ar é que todos os presentes se sentiram muito pequenos ante a grandeza de João Carlos Martins. * * * Como Martins, existem muitos exemplos. Criaturas que têm danificado seu instrumento de trabalho e dão a volta por cima, não se entregando à adversidade. Recordamos de Beethoven, compositor, perdendo a audição e, nem por isso deixando de compor. De Helen Keller, cega, surda, muda se tornando a primeira pessoa com tripla deficiência a conseguir um título universitário. Tornou-se oradora, porta-voz dos deficientes, escritora. Pense nisso e não se deixe jamais abater porque a adversidade o abraça. Pense: você a pode vencer. Vença-a. Redação do Pense Nisso, com base na biografia de João Carlos Martins, colhida em pt.wikipedia.org.wiki/João_Carlos_Martins. Em 18. 11.2017.

26/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:50

Gentileza virilizada

Ao médico que nos atenda, ao balconista, ao caixa do supermercado... E a um professor, então? Quantos se mostram desestimulados porque ninguém lhes reconhece o trabalho! Se receber um elogio, se alguém lhe disser como é bom o trabalho que está realizando com seu filho, como ele influenciará todos os alunos das várias classes em que leciona! E cada aluno levará a mensagem para suas casas, seus amigos, seus vizinhos. Pode não ser fácil, mas se pudermos recrutar alguém para a nossa campanha da gentileza... Diz um provérbio de autoria desconhecida que as pessoas que dizem que não podem fazer, não deviam interromper aquelas que estão fazendo alguma coisa. Pensemos nisso e procuremos nos engajar na campanha da gentileza. Pode não dar certo com uma pessoa muito mal-humorada. Mas também pode ser que ela se surpreenda por ser cumprimentada, e responda. Melhor do que isso: pode ser que ela decida cumprimentar alguém. E, em fazendo isso, se sinta bem. E passe a cumprimentar as pessoas todos os dias. Assim estaremos espalhando o gérmen da gentileza, que torna as pessoas mais próximas umas das outras. Uma campanha que espalha confiança, tranquilidade... Afinal, se viriliza tantas coisas inúteis e com teor duvidoso, por que não virilizar algo tão salutar como a fraternidade? Pensemos nisso e façamos nossa adesão à campanha da gentileza, transformando a nossa cidade num oásis de paz. Redação do Pense Nisso, com base no cap. O amor e o taxista, de autoria de Art Buchwald, do livro Histórias para aquecer o coração, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ed. Sextante. Em 23.11.2017.

23/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:48

Velocidade máxima

Velocidade Máxima O escritor português José Saramago escreveu: Não ter pressa não é incompatível com não perder tempo. Mas, hoje, o que mais se exige é rapidez. Rapidez em tudo. O computador deve ser de alta velocidade, é preciso pensar rápido, agir rápido para não perder negócios, para não perder audiência, para não perder mercado de trabalho. No mundo dos executivos, ao contrário da realidade do trânsito, não há limite de velocidade. A multa é alta para quem anda lento. A ordem é é ser “The Flash”. Para esses, cada minuto conta. E se estressam somente contando o tempo que perdem aguardando o elevador, o semáforo abrir, o autoatendimento bancário lhes fornecer as informações de que necessitam. São pessoas que se sentem culpadas quando param para um cafezinho, porque poderiam estar produzindo. A sua meta é executar projetos, ler apenas livros técnicos, acelerar a rotina. Tudo o mais é desperdício. E, no entanto, a vida é feita de pequenas coisas. Felizes são aqueles que decidem subir pela escada para exercitar as pernas e a imaginação. Aqueles que têm tempo para um sorriso ao desconhecido que está na fila, logo atrás, esperando sua vez para ser atendido. Os que, em vez de engolirem um sanduíche rápido no escritório, preferem almoçar com um amigo, com calma, bater um papo descontraído. Ou melhor, ir até em casa e observar os filhos crescerem, enquanto a família se reúne em volta da mesa. Essas pessoas não costumam usar atalhos para encurtar caminhos. Elas preferem procurar estradas com paisagens com que se possam deliciar. Quando viajam, vão com calma. Não têm hora para chegar. Como as crianças, a quem o fazer é mais importante do que a tarefa pronta, eles param na beira da estrada para provar uma fruta e conversar com o vendedor, que sempre tem histórias para contar. Histórias de vida. Experiências importantes. Quando descobrem uma paisagem bonita, param para apreciá-la. Alguns fotografam para levar consigo aquele momento mágico. Chegam ao destino com maior disposição e alegria. Esses são os que adotam a filosofia de que menos é mais. Menos velocidade é mais oportunidade de olhar para os lados e apreciar a natureza. Menos horas de trabalho equivalem a mais tempo com a família. Tirando levemente o pé do acelerador das suas vidas têm mais tempo para ouvir música, ler algo mais além do que a profissão lhes exige, assistir um filme, meditar. Em síntese, têm mais tempo para viver. Em verdade, a velocidade máxima permitida para ser feliz é aquela que não nos deixa esquecer de que, além dos negócios, do trabalho, do dinheiro, o mais importante é a vida em si mesma. * * * Viver é uma arte. Por isso, todo momento se faz importante. Também todas as experiências do cotidiano nos enriquecem. Desfrutar de cada uma delas retirando o máximo de proveito, deve ser a meta do homem sábio. Isto significa aproveitar bem a vida. Não desperdiçar nenhuma de suas oportunidades. Redação do Pense Nisso, com base no texto Velocidade máxima, publicado na revista Exame, de 15.12.1999. Em 22.06.2017.

21/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:42

Um amor especial

Um amor especial Quando Jéssica veio ao mundo, trazia a cabeça amassada e os traços deformados, devido ao parto difícil vivido por sua mãe. Todos a olhavam e faziam careta, dizendo que ela se parecia com um jogador de futebol americano espancado. Todos tinham a mesma reação, menos a sua avó. Quando a viu, a tomou nos braços, e seus olhos brilharam. Olhou para aquele bebê, sua primeira netinha e, emocionada, falou: Linda. No transcorrer do desenvolvimento daquela sua primeira netinha, ela estaria sempre presente. E um amor mútuo, profundo, passou a ser compartilhado. Quando a avó recebeu o diagnóstico, anos depois, de mal de Alzheimer, toda a família se tornou especialista no assunto. Parecia que, aos poucos, ela ia se despedindo. Ou eles a estavam perdendo. Começou a falar em fragmentos. Depois, o número de palavras foi ficando sempre menor, até não dizer mais nada. Uma semana antes de morrer, seu corpo perdeu funções vitais e ela foi removida, a conselho médico, para uma clínica de doentes terminais. Jéssica insistiu para ir vê-la e seus pais a levaram. Ela entrou no quarto onde a avó Nana estava e a viu sentada em uma enorme poltrona, ao lado da cama. O corpo estava encurvado, os olhos fechados e a boca aberta, mole. A morfina a mantinha adormecida. Lentamente, Jéssica se sentou à sua frente. Tomou a sua mão esquerda e a segurou. Afastou daquele rosto amado uma mecha de cabelos brancos e ficou ali, sentada, sem se mover, incapaz de dizer coisa alguma. Desejava falar, mas a tristeza que a dominava era tamanha, que não a conseguia controlar. Então, aconteceu... A mão da avó foi se fechando em torno da mão da neta, apertando mais e mais. O que parecia ser um pequeno gemido se transformou em um som, e de sua boca saiu uma palavra: Jéssica. A garota tremeu. O seu nome. A avó tinha quatro filhos, dois genros, uma nora e seis netos. Como ela sabia que era ela? Naquele momento, a impressão que Jéssica teve foi que um filme era exibido em sua cabeça. Viu e reviu sua avó nos quatorze recitais de dança em que ela se apresentou. Viu-a sapateando na cozinha, com ela. Brincando com os netos, enquanto os demais adultos faziam a ceia na sala grande. Viu-a, sentada ao seu lado, no Natal, admirando a árvore decorada com enfeites luminosos. Então Jéssica olhou para ela, ali, e vendo em que se transformara aquela mulher, chorou. Deu-se conta de que ela não assistiria, no corpo, ao seu último recital de dança, nem voltaria a torcer com ela pelo seu time de futebol. Nunca mais poderia se sentar ao seu lado, para admirar a árvore de Natal. Não a veria toda arrumada para o baile de sua formatura, ao final daquele ano. Não estaria presente no seu casamento, nem quando seu primeiro filho nascesse. As lágrimas corriam abundantes pelas suas faces. Acima de tudo, chorava porque finalmente compreendia como a avó havia se sentido no dia em que ela nascera. A avó olhara através da sua aparência, enxergara lá dentro e vira uma vida. Lentamente, Jéssica soltou a mão da avó e enxugou as lágrimas que molhavam o seu rosto. Ficou de pé, inclinou-se para a frente e a beijou. Num sussurro, disse para a avó: Você está linda. * * * Se desejas ensinar a teu filho o que é o amor, demonstra-o. Não lhe negues a carícia, a atenção, a palavra. O que faças ou digas é hoje a semeadura farta de bênçãos que o mundo colherá, no transcurso dos anos dos teus rebentos. E o mundo te agradecerá, por teres sido alguém que entregou ao mundo um ser que saiba amar, de forma incondicional e irrestrita. Redação do Pense Nisso, com base no cap. Linda, de autoria de Jéssica Gardner, do livro Histórias para aquecer o coração dos adolescentes, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen e Kimberly Kirberger, ed. Sextante. Em 23.10.2017.

20/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:57

Como vivem as flores

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19/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:24

Seja patrão

SEJA PATRÃO Você é empregado? ... Desculpe, usei o termo errado. Nesses tempos do politicamente correto e de eufemismos, a pergunta correta é: Você é um colaborador? Vivem reclamando da empresa, do chefe...do Patrão? Se sente um injustiçado e acha que merece ganhar mais? Tudo bem. Não há mal algum em querer um soldo maior, é um direito seu. Mas, será que você tem ideia do que é administrar uma empresa e ter sobre os seus ombros a responsabilidade de centenas, quando não, milhares de famílias que dependem das suas decisões nos negócios, para que ganhem os seus sustentos? Então, aconselho que você abra uma empresa e se torne Patrão. Eu indico a todos abrirem uma empresa um dia e experimentar por alguns anos o que é a responsabilidade de enfrentar uma folha de pagamento, a regularização de impostos e equipe, o processo de seleção do time, o investimento em equipamentos, estrutura e conforto para o trabalho. Indico a todos que façam esse experimento. Que aprendam a calcular o valor hora de um trabalho. Aprenda a calcular o valor de um salário. Que invistam incontáveis horas com contadores. Que fiquem outras noites sem conseguir dormir preocupado com as contas. Indico também que experimentem formar pessoas, inspirar o melhor em cada um. Motivar com palavras, com respeito, honestidade e com dinheiro. Invista em marketing, vista a camisa e saia pelas ruas e redes sociais para atrair clientes. Experimente também segurar a onda quando os” haters”(inimigo em inglês) e as críticas chegarem. Quando duvidarem de você e quando você mesmo duvidar. De verdade eu recomendo isso. Recomendo ficar no cheque especial para não atrasar um dia a folha. Experimente também olhar no olho de um funcionário e demiti-lo. Chegar em casa detonado por cada plano, ideia, estratégia que não deu certo. Mas mesmo assim continuar firme e animado tentando. Faça esse teste. Vai se ver acordando as 3 da manhã sem razão e com o pensamento num produto, numa conversa de escritório ou num plano para evitar a falência. Faça esse favor a você mesmo. Tente ser o filho da puta (colocar o bip de censura) do patrão por alguns anos. Ser visto como explorador. Faça esse teste. Mas faça por acreditar que seu negócio vai muito além de dinheiro. E quando você cansar, falir, ou tiver sucesso... lembre-se de tudo que você passou. Guarde isso na alma. Você um dia vai precisar, quando a maré virar e transformar a vaidade em humildade, o ego em me desculpe, a marra em companheirismo, a malandragem em dedicação, a inveja em desejo de sucesso e as certezas em dúvidas. Faça esse experimento um dia. Abra uma empresa...ou pelo menos, Pense Nisso. Redação do Pense Nisso Em 01.12.2018

17/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:20

No exercício profissional

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16/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:21

Chegou a hora de recomeçar

Certo dia, uma criança e sua mãe estavam passeando pelo parque quando avistaram várias árvores repletas das mais variadas flores e cores. Empolgada a criança gritou – olha mamãe quantas flores, viemos aqui esses dias e essas árvores estavam todas secas, e agora estão todas floridas e bonitas. Sorridente a mãe responde: não minha filha, elas não estavam secas, apenas descansando para enfrentar mais um ciclo da sua vida. Descansando? Pergunta a criança Sim minha querida, essas árvores floresceram na primavera passada, logo após no outono, seus frutos amadureceram e durante o inverno ela precisou se transformar, deixar as folhas que não servia mais cair e descansou por um período para recuperar suas forças para mais um ciclo de produção. E assim, é a vida, tudo floresce e produz, mas é chegada uma hora que é preciso mudar, abandonar tudo aquilo que não te representa, e tirar um período de repouso, pois o repouso é essencial para poder recomeçar. *************** Recomeçar é acreditar que a vida se renova, nossos pensamentos se renovam, e, sobretudo, as nossas atitudes se renova no fazer e refazer das nossas condutas. Todos nós somos como as arvores, temos missões na vida que precisamos concluir. Muitas das vezes não sabemos quais são essas missões e como ela tornará realidade. Outrora temos medo do renovo e mesmos cansados da estagnação, continuamos tentando. As oportunidades são inexauríveis, e o ciclo da vida se recomeça a cada novo dia, mas para que haja um florescimento de coisas boas, é preciso renunciar às velhas, as que não faz mais sentindo nas nossas vidas. Como humanos temos medo do recomeço e sabemos o quanto pode ser difícil, renovar não significa fracassar, apenas consiste em saber renunciar a algo que se esgotou. Pode ser uma relação afetiva, uma demissão, a falência de um negócio. Às vezes é preciso dar uma pausa, um tempo de descanso, repouso, fazer reflexão, saber quais são os nossos objetivos e como alcançar; para podermos recomeçar. A Sabedoria Divina, é atenta à fragilidade humana e providenciou um novo recomeço a cada amanhecer. Então, assim como a árvore aproveite cada ciclo da vida com sabedoria e abnegação faça sempre o seu melhor, mas não se aborreça quando for a hora de se transforar e deixar sair tudo aquilo que você não precisa para poder recomeçar novamente. Pense nisso...Mas pense agora. Redação Centro América Fm: Texto baseado na Redação do Momento Espírita: Nosso recomeço

15/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:00

Um herói 669 vidas

UM HERÓI, 669 VIDAS Quando alguém nos pergunta, o que imaginamos ao ouvir a palavra “herói”, é praticamente unanime que nos venha à cabeça a figura masculina com um uniforme colado ao corpo, musculoso, uma capa esvoaçante, com o peito estufado e de mãos na cintura. Aposto que foi exatamente isso que você imaginou. Quando na verdade, esse é apenas um arquétipo que habita o nosso inconsciente coletivo. Poucos imaginaram, um bombeiro, médico, policial...enfim, uma pessoa comum. O jovem britânico Nicolas Winton, não se encaixaria nesse padrão de herói que a maioria de nós temos no inconsciente. Mas, ele foi um grande herói. Um herói de verdade; de carne e osso. Tudo começou no ano de 1938, quando ele tinha somente 29 anos e viu cancelado seu plano de férias de final de ano. Atendendo ao convite de um amigo, ele foi para a Tchecoslováquia. O que Winton viu o deixou estarrecido. Eram milhares de refugiados desesperados que tinham que deixar o país rapidamente. De imediato ele percebeu que deveria fazer algo por eles. E fez. Teve a ideia de retirá-los daquela terra, já sob o poder da Alemanha nazista. Por conta própria, escreveu a vários países pedindo ajuda. Organizou uma primeira lista de nomes e recebeu resposta positiva da Suécia e da Grã-Bretanha. De volta ao seu país, conseguiu o apoio de organizações beneficentes e encontrou pessoas dispostas a adotar os refugiados. Também obteve os recursos necessários para o transporte e quando o primeiro trem chegou à Grã-Bretanha, lá estava ele, na plataforma, para a recepção. Foram salvas 669 crianças por esse jovem. Crianças que se transformaram em escritores, engenheiros, biólogos, cineastas, construtores, jornalistas, guias turísticos. Todos adultos generosos, que adotaram crianças, trabalham como voluntários, fazem o bem, como gratidão pelas suas próprias vidas. Infelizmente, lamentou Nicolas, um novo grupo com quase 200 passageiros não pôde partir para a liberdade, porque no dia 1º de setembro de 1939 eclodiu a guerra. Todos os meios de transporte foram bloqueados e os que não conseguiram sair, foram enviados aos campos de concentração. Dizem que quem salva uma vida, salva a Humanidade. Que se pode dizer de alguém que salvou 669? Mas, um herói não para depois de um ato heroico. E, por isso, Nicolas tornou-se voluntário da Cruz Vermelha, na França, durante a guerra. Trabalhou posteriormente nas Nações Unidas e, ao se aposentar, dedicou-se exclusivamente ao trabalho voluntário. Vivendo no interior da Inglaterra, ele cuidava do seu jardim e ainda ocupava o seu tempo para ajudar um asilo. Não se considera um herói porque diz que fez o que todos consideravam impossível, simplesmente porque o seu lema é: Se não é obviamente impossível, deve haver uma maneira de fazer. Discreto, nem à esposa com quem se casou em 1948, ele narrou o que fizera. Foi somente 1988 que o fato se tornou conhecido, quando sua esposa Grete, encontrou os documentos no sótão da velha casa do casal. E desde então, passou a receber homenagens do Governo tcheco, da Rainha da Inglaterra, dos Estados Unidos e dos que foram salvos por sua atitude heroica e anônima. Sua vida, seus méritos e a operação de resgate estão contidas na biografia escrita por nada menos do que uma das crianças que ele salvou: Vera Gissing, que o conheceu nos seus 80 anos de idade. Nicholas Wendi, teve uma vida longa, tranquila e produtiva. Faleceu de forma serena, aos 106 anos, no dia primeiro de julho de 2015 * * * Nicolas Wendi, sempre será um símbolo da coragem, de profunda humanidade e incrível humildade Um herói se faz com umas gotas de amor, idealismo e uma grande vontade de promover o bem. Redação do Pense Nisso, com base em fatos da vida de Nicolas Winton. Em 30.10.2016

14/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 6:02

Para aqueles que não podem ver

PARA AQUELES QUE NÃO PODEM VER Aquela parecia ser apenas mais uma cerimônia de formatura de grau superior. Muitas pessoas reunidas para celebrar a conquista de seus amores. Nomes gritados com empolgação. Convenções ritualísticas antigas, enfim, tudo que sempre se encontra nessas celebrações. Excelentíssimos, ilustríssimos, discentes, docentes, todos estavam lá. Os formandos, um a um, desciam de suas cadeiras organizadas em fileiras atrás da mesa principal. A cada nome, ouvia-se uma pequena algazarra de dez, quinze, vinte pessoas, homenageando aquele jovem, em meio ao grande público, que só prestava atenção quando ouvia o nome do formando que estavam prestigiando. Seguia o cerimonial. Mais um nome chamado e um silêncio profundo. A formanda demorou um pouco mais para chegar à mesa de autoridades. E o fez com o apoio de um auxiliar da empresa organizadora do evento. Ela recebeu o diploma simbólico e o público, que até agora apenas esperava o momento de felicitar seus parentes, iniciou uma demorada salva de palmas. As pessoas estavam surpresas: uma jovem com deficiência visual recebendo o grau de pedagoga das mãos do representante da universidade. Pensamentos ganharam os ares do anfiteatro. Os mais objetivos e práticos pensavam: Como ela conseguiu? Como conseguiu estudar? Como fazia as provas? Outros, cépticos e insensíveis, com a ideia de que ninguém consegue sucesso por merecimento próprio, pensavam: Ela deve ter recebido ajuda dos professores, que se apiedaram de sua condição.Ou devem ter facilitado sua vida para que ela pudesse conseguir. Muitos estavam simplesmente com uma expressão de admiração em suas faces. Sensibilizados, compreendiam que aquilo era possível: uma deficiente visual se formar na universidade. Sua comemoração, com o diploma nas mãos, foi vibrante, digna de uma autêntica vencedora. Prosseguiu a cerimônia, iniciando-se as homenagens. Na homenagem a Deus, lá estava ela novamente, levantando-se e sendo guiada até o púlpito. Havia um brilho especial em sua face. Uma alegria radiante vinda de um Espírito que enxergava melhor do que todos aqueles que estavam ali, que viam apenas com o sentido da visão. Sua homenagem a Deus foi emocionante e singela. Seus dedos passavam suavemente sobre os pequenos pontos em relevo da folha de discurso, pontos criados por um outro jovem, o francês Luís Braille, no século dezenove, e que se tornaram uma das janelas de acesso ao mundo para os deficientes visuais. Suas palavras eram claras, sua dicção perfeita e sua mensagem divina. Ela agradecia a Deus por estar ao seu lado naquela conquista. Seu coração mostrava ao mundo o verdadeiro amor ao Criador, através de sua resignação e perseverança na existência. Ela dizia, para aqueles que não podem ver, que tudo é possível se persistirem, se lutarem e não desanimarem. E, sem palavras, apenas com sua presença, dizia que há muito mais beleza neste mundo do que podemos imaginar, e que sonhar sempre será preciso. Ela dizia isso para aqueles que ali estavam e que ainda não haviam aprendido realmente a ver. Redação do Pense Nisso.

13/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:42

Relacionamento de um só

RELACIONAMENTO DE UM SÓ Por mais que amemos, por mais que nos dediquemos e alimentemos esperanças em relação aos nossos relacionamentos, por mais que queiramos, nem sempre o outro está disposto a oferecer retorno. Ou tentamos então manter uma relação unilateral, que pende somente sobre nossas cabeças, ou tomamos fôlego e percebemos que chega de sermos tontos. Não é fácil termos a noção exata de quando estamos embarcando em um barco furado, quando já fizemos tudo o que estava a nosso alcance, sem resultados consistentes. Da mesma forma, podemos nos enganar quanto às reais intenções do parceiro, caso sejamos o tipo de pessoa que espera demais, além da conta, sem prestar atenção no que o outro tem para dar. Muitas vezes, idealizamos um romance açucarado, esperamos que o outro corresponda àquilo que queremos, da forma como desejamos. No entanto, cada um tem a sua maneira própria de se expressar e de se importar, ou seja, muitas vezes o parceiro não corresponderá de forma fidedigna às expectativas que criamos e nem sempre isso quer dizer que ele não nos ama. No entanto, quando prestamos a atenção devida e refletimos com sobriedade acerca da forma como o nosso relacionamento vem sendo construído, teremos, sim, a resposta aos nossos questionamentos, por mais dolorosa que seja. No fundo, sabemos bem se estamos recebendo amor verdadeiro, se estamos vivendo a troca, a partilha, a soma de que se devem constituir as trocas amorosas. Infelizmente, muitas pessoas mal percebem que o parceiro está se despedindo a pouco e pouco, que os olhares deixaram de se cruzar, que as mãos pararam de se procurar, que o coração arrefeceu o ritmo e a intensidade de suas batidas, que o adeus há muito já se instalou. Então, quando se dão conta, o outro já nem estava mais ali ao lado e tomou a decisão de partir, em busca de ares menos densos onde pudesse respirar tranquilo, onde não fosse invisível. É preciso se conscientizar de que a única coisa que o vazio nos devolve é o eco da nossa própria e inútil insistência. É assim que muitas pessoas se perdem umas das outras, após o sofrimento calado e solitário da única parte que se entregou por inteiro, em vão, por dias, meses, anos. E, quando tomamos a decisão de sair dali, de nos libertarmos daquele vazio que suga e achata a nossa essência, nada mais importará, nada mais nos fará tentar de novo, porque o cansaço então terá varrido qualquer afetividade de dentro de nós. Já não estaremos mais por ali, nem junto, nem perto de fato, apenas distantes o bastante para sobrevivermos longe do terreno arenoso da entrega inútil. Felizmente, seguiremos prontos para recomeçar, pois estaremos levando conosco a nossa capacidade de amar com verdade, com entrega, de corpo e alma. *** Mas, para que esse amor não seja um relacionamento de um só, devemos nos ater nos detalhes, nas pequenas observações, nas respostas às perguntas mais simples que conseguimos alimentar a relação com demonstrações de generosidade e de amor. Como um lubrificante a facilitar o movimento das engrenagens, esses sentimentos permitem que a vida a dois ganhe profundidade e solidez. Frente à resposta ríspida, utilizemo-nos da bondade da palavra suave e compreensiva. Substituamos o julgamento severo e rígido, muitas vezes já desgastado pelo tempo, pela generosidade de quem percebe e reconhece valores em quem nos acompanha. Pensemos nesses detalhes.

12/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:04

Impasse

IMPASSE A Escolha de Sofia é um clássico que se transformou-se em exemplo de impasse, de dilema a ser resolvido. Sofia vive atormentada pela escolha que teve de fazer quando estava no campo de concentração. Entre todos os horrores pelos quais passou, o pior foi ter de escolher entre seu filho e sua filha qual dos dois deveriam ser mortos. Esta é a escolha de Sofia, uma mãe diante de um grande dilema... Em um documentário, foi proposto um experimento teórico para estudar a lógica da decisão. Imagine que um trem lotado encaminha-se para um precipício, redundando numa queda da qual não restariam sobreviventes. Posicionado em um entroncamento, você pode ativar uma alavanca para desviar o comboio, fazendo-o atingir um pequeno grupo de pessoas. Sua intervenção certamente causaria um número menor de vítimas. Como você agiria? Pesquisas sobre esse dilema mostram que as pessoas agiriam segundo o princípio do "menor dano". Em mais de 90% dos casos os sujeitos apertariam a barra salvando muitas pessoas, assumindo a responsabilidade pela morte de algumas outras. Porém, dizer nem sempre é fazer. Experimentos nos quais é preciso agir - e não apenas declarar as intenções - apontam outro resultado. A convicção em torno de valores, princípios e regras pode se mostrar incrivelmente frágil diante da experiência real. Situações concretas, por sua vez, são muito sensíveis à contagem dos participantes. Sozinhos na situação do trem, você e sua consciência provavelmente tomariam atitude diferente daquela que teriam se houvesse testemunha. Isto nos levam a pensar sobre situações difíceis que precisam ser encaradas de frente e que vamos jogando de mão em mão como se fosse uma batata quente. Alguém espera que alguém resolva, este alguém que resolveria pode ser qualquer um, inclusive Deus, para quem acredita nele. Temos, nos últimos anos aprendido muitos termos, palavras que significam viver ou morrer. Eutanásia, que é a prática pela qual se abrevia a vida de um enfermo incurável de maneira controlada e assistida. Crime pelo código penal. Distanásia, um prolongar da vida de modo artificial, mesmo sabendo que não há mais esperanças, não há chances de cura. Morte lenta, sofrida. Ortotanásia, que significa morte correta, ou seja, a morte pelo seu processo natural. Neste caso o doente já está em processo natural da morte e recebe uma contribuição do médico para que este estado siga seu curso natural. Conversar sobre isso é difícil, questionar se uma pessoa em coma tem capacidade de ouvir, e se ouve, tem ela condições ou poder de decidir se vive ou se desiste? Prefiro acreditar que sim. Há um apego e um apelo muito grande em se prolongar a vida, mesmo sabendo que não há mais esperanças, mesmo sabendo que o que vem pela frente pode tornar-se insuportável para todos. Então aqui entra a decisão do maquinista do trem. Alguém precisa fazer o papel do maquinista. O inconsciente é composto por figuras que o habitam e é sempre em companhia delas que você terá que decidir. A defesa inócua do criminoso comum é alegar que está em paz com sua consciência. Mas nunca estamos em paz com nossa consciência - ela é feita para nos atormentar, para rever continuamente as consequências, causas e razões de nossos atos. Estar "em paz com a consciência" É, no fundo, não ter consciência. Em seu Projeto de psicologia científica para neurólogos, de 1895, Freud estabeleceu alguns fundamentos para uma lógica da escolha. Em um verdadeiro processo de decisão, temos de comparar situações de tal forma que proposições se formem em nossa consciência. Antes de qualquer escolha há uma espécie de metadecisão envolvendo os caminhos pelos quais a opção pode ser feita. Podemos até estar bem-intencionados, e acreditar que escolha é apenas uma elaboração de pensamento. Mas temos um júri coletivo que será destinatário de nosso juízo. Perguntamos como agiriam as pessoas que conhecemos, amamos ou respeitamos e reciprocamente como seríamos julgados por elas. A diferença entre a verdade do que dizemos e o real do que fazemos emana do fato de que agir compromete, custa. Movendo a alavanca nos tornamos responsáveis diretos pela morte de inocentes. Esperando passivamente que o trem caia no precipício, ficamos em paz com nossa consciência, afinal "alguém" deveria ter pensado nisso antes, alguém da companhia de trens ou da vigilância antiprecipícios. Aqui surgem os dois outros elementos da lógica freudiana da decisão: a angústia e o tempo. A verdadeira escolha nunca é tomada sem a incerteza de um tempo de angústia. Há os que e deixam a alavanca intacta e contam com a teoria neurótica do tempo indefinidamente elástico no qual alguém tomará ou já a tomou a decisão certa por nós. Há aqueles que se lançam heroicamente para a alavanca seguem outra forma de temporalidade neurótica na qual o "alguém" sou eu mesmo livrando-me da angústia de decidir. De uma forma mais simples, vem a pergunta: você é quem decide, ou espera que alguém decida por você? Pense Nisso, mas pense agora. Redação do Pense Nisso. Em 01.8.2015.

10/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 7:22

A vida: coragem, beleza, magia e romantismo

A vida: coragem, beleza, magia e romantismo. “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Com essa pequena citação de um dos maiores clássicos da literatura brasileira; Grande Sertão Veredas de Guimarães Rosa, damos início com a mensagem do Pense Nisso de hoje. Sempre me pego pensando sobre o sentido da vida. Pergunto-me se cumprimos um destino ou se fazemos o nosso próprio destino, se há um sentido maior para tudo que fazemos ou se estamos apenas flutuando na brisa, se a vida vale à pena ou se é uma causa perdida. Estamos sempre com pressa, correndo aqui e acolá, em tentativas desesperadas de encontrar um lugar para nos encaixar, de sermos mais amados, de prolongar os instantes de eternidade que escoam pelas nossas mãos. A complexidade da vida não permite que consigamos defini-la em um único sentido, já que somos precários e finitos, de tal modo que nunca conseguiremos ter a totalidade do que a define. Assim como, nunca estivemos do outro lado para saber o que de fato na espera. Dessa maneira, a única certeza que possuímos é que estamos vivos e que enquanto estamos vivos, devemos impor à vida, que por ora possuímos, a grandeza que ela necessita. Se devemos ter uma vida grandiosa, consequentemente, algo, a meu ver, nós podemos concluir: a vida não é uma causa perdida. Por mais que na maior parte do tempo encontremos um mundo duro e seco, que vai aos poucos minando o nosso interesse e, sobretudo, a nossa capacidade de sentir; a vida está cheia de belezas e magia. O grande problema é que estamos sempre ocupados demais para perceber as alegrias que a vida nos proporciona. Possuímos uma cegueira seletiva, a qual não nos permite enxergar o que é essencial na vida. As nossas vidas burocráticas e automatizadas retiram a sensibilidade e a poesia que possibilitam o olhar lúdico sobre as coisas e que nos permite reparar nos pequenos prazeres da vida, os quais escondem a verdadeira beleza e felicidades que esta possui. Por que uma criança fica encantada com a chuva, com uma flor ou com um pássaro? Por que as crianças se divertem fazendo desenhos ou comendo um biscoito? Porque em tudo isso há beleza, no entanto, conforme vamos “crescendo”, vamos deixando a criança que há em nós morrer e, assim, deixamos de enxergar o mundo de forma poética, isto é, com o coração, para tão somente vê-lo com os olhos. É por esse motivo que Saint-Exupéry dedicou “O Pequeno Príncipe” à criança que seu amigo Léon Werth foi um dia, já que para enxergar o que há de belo no mundo, deve-se necessariamente se olhar com o coração. Até mesmo para aqueles que somos gestores, e vivemos o competetivo mundo corporativo, devemos colocar o encantamento, a paixão, o romantismo para que de fato, consigamos melhores resultados financeiros. O olhar poético não torna o mundo mais belo por ser mais ingênuo, e sim por ser mais lúcido, uma vez que percebe todas as tristezas que retiram nossa potência e nossa vontade de viver, bem como, enxerga as verdadeiras belezas da vida, desvinculadas das mentiras disfarçadas de felicidade que nós adultos compramos para preencher o nosso vazio. Sendo assim, é preciso coragem para ser criança e explorar a vida, com curiosidade para descobrir o que ela esconde, permitindo-se estar sem a padronização da vida adulta, apenas brincando de forma distraída, já que como bem atenta Guimarães Rosa: “Alegria só em raros momentos de distração”. Até que o ciclo se encerre e os sinos toquem, a vida é como uma noite fria puxando o nosso cobertor, cheia de dor e penúria. É o abismo que olha profundamente nossos olhos numa tentativa de sedução. É tristeza, porque há tanto para se fazer em apenas uma vida. Todavia, a vida é também um desafio que está repleto de alegria. É a aurora que vem sobre as colinas toda manhã, é o canto dos pássaros, é o cheiro da chuva, é a conversa gostosa, é o abraço apertado, é o riso demorado. Até a morte a vida pode não ter um sentido maior, mas ela não é uma causa perdida, porque o que é essencial está a nossa espera em raros momentos de distração se estivermos atentos observando com os olhos poéticos do coração. Até que o ciclo se encerre e os sinos toquem ou até a morte, a vida é cheia de momentos tristes, de perdas e derrotas que nos levam para o fundo do poço, que tornam nosso coração tão seco e quebradiço que perdemos a capacidade de sentir. Mas é também uma experiência maravilhosa, repleta de momentos de felicidades que representam a eternidade que possuímos. Até a morte a vida é sinuosa e complexa, sem qualquer manual de instrução, mas, como dito, para quem sabe prestar atenção, ela está repleta de alegria e é isso que a torna bela e grande. Assim, a grandeza da vida consiste em ter a coragem de nunca deixar a criança que existe em nós morrer para que sempre consigamos ter poesia nos olhos e enxergar as felicidades, pois lembrando mais uma vez Guimarães Rosa: “A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.” Redação do Pense Nisso, com citação do livro “Grande Sertão: Veredas” de Guimarães Rosa Base no artigo de Erick Morães “A Vida precisa é de Coragem”. Em 29/07/2016

09/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 7:07

Renovar a confiança

RENOVAR A CONFIANÇA O Evangelista Mateus teve oportunidade de assinalar, em seu Evangelho, capítulo seis, versículo trinta e um: Não andeis, pois, inquietos. Muitos andamos inquietos nestes dias. Inquietos com a economia, com a política, com a família. Inquietos em relação ao futuro; inquietos em relação ao passado; inquietos com nós mesmos. A inquietude da criatura revela, no âmago, a falta de confiança, a falta de fé e, também a falta de conhecimento. Inquientos com aqueles que se vangloriam; se auto denominando como os salavadores da pátria, aproveitando-se da auto estima baixa dos cidadãos.E no final, nada são que, usurpadores da fé alheia.Que usam essa fé, como escudo das suas improbidades para não serem alcançados pela lei. Não estamos incentivando a indiferença nem a irresponsabilidade. Preconizamos a vigilância, não aconselhamos a despreocupação ante o acervo do serviço a fazer. O que devemos é combater o pessimismo crônico. Ser pessimista é estar condenado a perder a batalha antes dela mesmo começar. Ser pessimista é boicotar a si mesmo e aos outros, pois nossas palavras e pensamentos transformam o mundo à nossa volta para o bem ou para o mal. Ainda vivemos os tempos de nos defrontar, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros, animais daninhos e serpentes. São os tempos de transição. Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar em nos mesmos, sem arrongância e impávia. Em todos os lugares há derrotistas intransigentes. Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o sol fulgura no zênite. Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas. Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a colaboração produtiva em qualquer serviço nobre. Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se, com respeito a frivolidades de toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento com a cor negra para que a mente do próximo lhes partilhasse a sombra interior. nós precisamos confiar... Não há treva que dure para sempre. Não há coração destinado ao mal. O tempo de escuridão é passageiro, é momento de aprendizagem, de provas necessárias. A sabedoria dos mais experientes, dos antepassados que aqui estiveram e lutaram por um Mundo Maior, revelaram que o Universo é regido por uma Inteligência dotada de justiça e bondade. Dessa forma, como não confiar? Assim, ao observarmos o mal aparentemente dominante ainda, escandaloso, bulhento, não colaboremos com seu estardalhaço desproporcional. Divulgá-lo sem propósito benéfico, propagá-lo sem fim útil, apenas para causar espanto, é dar-lhe mais forças. O otimista não é aquele que se nega a enxergar o mal à sua frente. É simplesmente aquele que dá mais valor ao bem do que ao mal que alguém promova. O otimista é aquele que sempre vê uma saída, que sempre vê um aprendizado em toda experiência, por mais penosa que tenha sido. Esses levam a vida com mais leveza e, muitas vezes, confiam sem saber que estão confiando. Têm fé imensa sem saber que a têm ou sem mesmo precisar dar rótulos a ela. Lutemos. Perseveremos. Amemos e confiemos sempre. Redação do Pense Nisso, com base no cap. Saibamos confiar, do livro Vinha de Luz, de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Em 8.3.2016.

08/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:04

Indagações

INDAGAÇÕES Você acredita na vitória do bem, sem que nos disponhamos a trabalhar para isso? Admite você a sua capacidade de errar a fim de aprender ou, acaso, se julga infalível? Se estamos positivamente ao lado do bem, que estamos aguardando para cooperar em benefício dos outros? Nas horas de crise você se coloca no lugar da pessoa em dificuldade? E se a criatura enganada pela sombra fosse um de nós? Se você diz que não perdoa a quem lhe ofende, porventura crê que amanhã não precisará do perdão de alguém? Você está ajudando a extinguir os males do caminho ou está agravando esses males com atitudes ou palavras inoportunas? Irritação ou amargura, algum dia, terão rendido paz ou felicidade para você? Que mais lhe atrai na convivência com o próximo: a carranca negativa ou o sorriso de animação? Que importa o julgamento menos feliz dos outros a seu respeito, se você traz a consciência tranquila? É possível que determinados companheiros nos incomodem presentemente, no entanto, será que temos vivido, até agora, sem incomodar a ninguém? Você acredita que alguém pode achar a felicidade admitindo-se infeliz? * * * É necessário refletir diariamente sobre o que queremos para nossa vida realmente. É necessário pensar diariamente sobre o Universo e suas leis perfeitas, colocando-nos no lugar certo, na hora certa, ao lado das pessoas que precisam de nós. Olhemos ao nosso redor: tudo está onde deveria estar. E nós? Como estamos? Conseguimos perceber isso? Conseguimos extrair disso forças para enfrentar os desafios? Conseguimos entender que tudo é um grande processo de aprendizado? Não somos um acidente de percurso, como pode até nos ter sido dito, mencionando uma possível gravidez inesperada. Assim, não gastemos nosso tempo com futilidades. Não nos afastemos dos caminhos que nos levam adiante. Não abdiquemos das oportunidades que a vida nos dá para entender melhor as questões importantes para nosso desenvolvimento. Pensemos antes de agir. Repensemos antes de reagir. Peçamos ajuda antes de tomar decisões importantes. Indaguemo-nos. Autoconheçamo-nos. Não aceitemos verdades sem antes uma análise minuciosa. As respostas sempre virão para os que realmente estamos interessados em nos melhorarmos; para os que não pensamos apenas em nós mesmos, egoisticamente; para aqueles que vivemos o amor e queremos aprender mais sobre ele. Redação do Pense Nisso, com base no cap. 35, drancisco Cândido Xavier, ed. Comunhão Espírita Cristã. Em 01.o livro Sinal verde, pelo Espírito André Luiz, psicografia de F4.

07/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 3:47

Atitudes

ATITUDES É normal sentirmos medo ou ansiedade quando novos desafios e novas oportunidades surgem em nossas vidas. No entanto, para que possamos enfrentá-los e usufruí-los de forma positiva, é importante colocar em prática: A atitude A atitude é significado de concretização de uma intenção ou um propósito. Ou seja, para cada passo da nossa vida é necessário um propósito, e uma intenção. Às vezes é difícil, há momentos em que estamos obscurecidos por preocupações, por obrigações, fixamos tanto os nossos olhos no futuro e comparamos com o passado que esquecemos que precisamos deixar o passado no passado e abraçar o presente para alcançar o nosso futuro. São as nossas atitudes que escrevem o nosso destino. E somos nós os responsáveis pela vida que temos. Viva o presente porque o amanhã não saberemos se vai existir e caso ele exista não saberemos se estaremos aqui. Tome decisões hoje, perdoa hoje, abraçar seu filho, tome todas as atitudes que precisam ser tomadas hoje, porque o amanhã a Deus proverá... Não seja daquelas pessoas que não tomam iniciativa para progredir, e ficam sentados esperando que algo bom aconteça em sua vida para enfim progredir, e caso não acontece reclama que a vida é injusta. O mundo não se importa com os seus problemas, todos estão imersos nos seus próprios infortúnios, então não espere que o mundo te dê aquilo que você queira. Para que os seus propósitos se realizem, é preciso ter atitudes. Levante, corre atrás saia das suas comodidades. Se a razão aponta uma necessidade, avalie os seus anseios e não se negue a modificar velhas atitudes e antigas opiniões, porque apenas os sábios amadurecem com a vida. Todas as nossas conquistas vêm da atitude e dos esforços necessários que fizemos para alcançar os nossos propósitos, e todas essas atitudes geram frutos, direta ou indiretamente em nossas vidas, impactando nosso momento atual e o nosso futuro. Mantenha o coração aberto e alimenta – o de sentimentos capazes de projetar luz, paz e amor, para uma reconstrução pessoal melhor, e assim a atitude será apenas uma questão de ser e não de ter. A Felicidade é uma escolha. O perdão é uma escolha. A Simpatia é uma escolha, e toda escolha é uma atitude. Pense nisso...Mas pense agora. Redação Centro América Fm: Texto baseado na Redação do Momento Espírita: A arte de agir.

06/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:07

A raiva

A Raiva o que há por trás de "explosões" de raiva? Sabe aquele ódio escaldante que bate quando a internet está lenta? Ou aquele impulso violento de buzinar no trânsito quando alguém fecha sua passagem? Pois esse fenômeno muito comum – a "explosão" de raiva – está sendo estudado. E pode até ser contornado. Em uma entrevista recente para o Science of Us, o pesquisador R. Douglas Fields explicou os motivos que nos levam a sentir essa raiva tão intensa. Fields esmiuçou todas as causas que nos levam a "explodir" e agrupou-as em nove seções: integridade física, insulto, família, ambiente, sexo, ordem social, dinheiro, tribo e impedimento, esta última relacionada a tudo que nos tolhe, física ou psicologicamente, e causa a sensação de encarceramento. Sempre que nos sentimos ameaçados em qualquer um desses setores, é como se algo essencial para nossas vidas estivesse em risco – e nosso cérebro se prepara para a briga como meio de defesa. "Todos temos esses 'circuitos' em nossos cérebros, porque os seres humanos se desenvolveram em uma natureza selvagem, em um ambiente em que sobrevive quem é o melhor. Nossos cérebros são os mesmos que tínhamos há cem mil anos. Mas nosso ambiente é totalmente diferente agora". É preciso entender que a "explosão" não é consciente e acontece muito rápido. Isso ocorre porque a parte do cérebro responsável por essas respostas é aquela que detecta ameaças e cria uma forma de responder a elas. Pense em alguém jogando uma bola para você: mesmo que esteja distraído, seu cérebro vai perceber a esfera em sua direção e preparar sua defesa em segundos, antes mesmo que você se dê conta disso. Vale lembrar que existe uma parte gigante do seu cérebro que se ocupa em perceber ameaças, externas e internas, e essas informações estão sempre alimentando seu cérebro – de forma totalmente subconsciente. A resposta física também é automática. O mais curioso disso tudo é que o instinto responsável pela explosão de raiva que sentimos quando a internet não colabora é exatamente o mesmo que nos move a agir de maneira positiva e instantânea – como muitos atos de "heroísmo" de pessoas que salvam alguém em risco e mal se lembram do que fizeram depois. "Esse instinto funciona maravilhosamente na maior parte do tempo. Às vezes, dá errado. E é isso que que precisamos controlar". E como controlar a raiva? O próprio Fields admite: tentar acalmar alguém nervoso, muitas vezes, só deixa a situação pior. "Mas identificando o que gera essa raiva, é possível virar o jogo", explicou. Quando a pessoa se torna consciente de que este gatilho vem de um instinto ancestral, é mais fácil perceber que reagir raivosamente pode ser um exagero. "De repente, você percebe que isso não é motivo para briga – e o sentimento ruim vai embora". Entender como alguma coisa funciona sempre é o primeiro passo para usá-la melhor e ter controle sobre ela. Quantas vezes sentimos raiva de alguém ou de alguma situação, por muito tempo? Quantas vezes escolhemos continuar alimentando raiva de uma pessoa que nos magoou, ou que simplesmente não atendeu nossas expectativas? As causas que disparam a emoção da raiva podem ser muitas, mas o tempo de permanência desse sentimento em nós é uma escolha. Quando o Mestre Jesus nos disse para perdoarmos setenta vezes sete vezes, ele nos deu a chave para não sentirmos raiva, para não desejarmos vingança. Porém, nosso orgulho nos domina e, muitas vezes, nos induz a atos dos quais nos arrependeremos num futuro próximo. Alimentar a raiva é contaminar-se diariamente e enviar aos que nos rodeiam vibrações carregadas de negatividade. Também comprometer nosso organismo, envenenar órgãos nobres, criando possibilidades para o aparecimento de enfermidades. Mas, como podemos evitar que sentimentos negativos perdurem em nós? Primeiramente, observando a nós mesmos. Por que nos irritamos? Por que nos abalamos tanto com o que os outros fazem e falam? Se conseguirmos observar o outro que nos fere e tentar compreender o que o move, talvez possamos perceber um irmão ferido, doente, que sofre e ainda não tem condição de agir de outra forma. Não temos controle sobre a forma do nosso próximo agir, mas podemos controlar a forma como nós reagiremos ao que ele nos apresenta. Pensemos nisso. Redação do Pense Nisso, com base no livro “Por que explodimos: entendendo os circuitos da raiva em seu cérebro" Em 20.12.2016.

05/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 6:10

Aprender a florescer

Ela era uma jovem das famílias mais ricas de Los Angeles. Prestes a se casar, seu noivo foi convocado para o Vietnã. Antes, deveria passar por um treinamento de um mês. Enamorada, ela optou por antecipar o casamento e partir com ele. Ao menos poderia passar o mês do treinamento próximo dele, antes de sua partida para terras tão longínquas e perigosas. Próximo à base do deserto da Califórnia onde se daria o treinamento, havia uma aldeia abandonada de índios Navajos e uma das cabanas foi especialmente preparada para receber o casal. O primeiro dia foi de felicidade. Ele chegou cansado, queimado pelo sol de até 45 graus. Ela o ajudou a tirar a farda e deitar-se. Foi romântico e maravilhoso. Ao final da semana, ela estava infeliz e ao fim de dez dias estava entrando em desespero. O marido chegava exausto do treinamento, que começava às cinco horas da manhã e terminava às dez horas da noite. Ela era viúva de um homem vivo, sempre exaurido. Escreveu para a mãe, dizendo que não aguentava mais e perguntando se deveria abandoná-lo. Alguns dias depois, recebeu a resposta. A velha senhora, de muito bom senso, lhe enviou uma quadrinha em versos livres que dizia mais ou menos assim: Dois homens viviam em uma cela de imunda prisão. Um deles olhava para o alto e enxergava estrelas. O outro, olhava para baixo e somente via lama. Abraços. Mamãe. A jovem entendeu. Ela e o marido estavam em uma cela, cada um a seu modo. Ver as estrelas ou contemplar a lama era sua opção. Pela primeira vez, em vinte dias de vida no deserto, ela saiu para conhecer os arredores. Logo adiante, surpreendeu-se com a beleza de uma concha de caracol. Ela conhecia conchas da praia, mas aquelas eram diferentes, belíssimas. Quando seu marido chegou naquela noite, quase que ela nem o percebeu, tão aplicada estava em separar e classificar as conchas que recolhera durante todo o dia. Quando terminou o treinamento e ele foi para a guerra, ela decidiu permanecer ali mesmo. Descobrira que o deserto era um mar de belezas. De seus estudos e pesquisas resultou um livro que é considerado a obra mais completa acerca de conchas marinhas, porque o deserto da Califórnia um dia foi fundo de mar e é um imenso depósito de fósseis e riquezas minerais. Mais tarde, com o retorno do esposo do Vietnã, ela voltou a Los Angeles, com a vida enriquecida por experiências salutares. Tudo porque ela aprendera a florescer onde Deus a colocara. * * * Existem flores nos jardins bem cuidados. Existem flores agrestes em pleno coração árduo do deserto. Existem flores perdidas pelas orlas dos caminhos, enfeitando veredas anônimas. Muitas sementes manifestam sua vida florescendo a partir de um pequeno grão de terra, perdido entre pedras brutas, demonstrando que a sabedoria está em florescer onde se é plantado. Florescer, mesmo que o jardineiro sejam os ventos graves ou as águas abundantes. Florescer, ainda que as condições de calor e umidade nem sempre sejam as favoráveis... Redação do Pense Nisso, com base na palestra Floresça onde for plantado, proferida por Divaldo Pereira Franco. Em 25.01.2013.

03/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:08

A dureza da vida

A Dureza da Vida Sim, a vida é dura. Em tempos de supervalorização da literatura de autoajuda, em que se acredita que pensamento positivo resolve tudo e temos que agradecer simplesmente por estarmos vivos, é complicado admitir para si mesmo e para os outros que a vida é dura. Esta mensagem se destina a quem tem senso de realidade e não teme olhar para as próprias feridas. Esta mensagem se destina a quem não teme reconhecer que a vida poderia ser trocentas vezes melhor e que mesmo quando estamos bem e felizes, a vida é dura , incerta , cheia de perigos e possibilidades assustadoras. Como diz Cazuza, em uma das suas musicas, “a vida é bem mais perigosa que a morte”. Sim, existem as possibilidades agradáveis também. Viver é estar super feliz de manhã porque tivemos uma noite incrível e logo à tarde nos deparar com uma notícia péssima. Viver é estar se debulhando em lágrimas para logo em seguida ser invadido por um pensamento redentor que na salva da tristeza e desespero. Viver é estar feliz com o seu trabalho, e saber que você está desempenhando de forma eficaz e com paixão as suas tarefas, e logo em seguida, o seu chefe lhe entregar uma carta de advertência por um pequeno deslize seu. Viver é alternar estados de espírito. É passar pelo pior e pelo melhor, às vezes, numa única semana, num único dia. É ganhar e ficar com medo de perder. É perder e se sentir apaticamente tranquilo por saber que não há mais nada a perder. Viver é saber que depois dos cinquenta anos, você tem mais passado que futuro, e mesmo assim, fazer projetos para o futuro e manter o seu bom animo e otimismo. Viver é lutar diariamente. Pela sobrevivência material. Pelo amor próprio. Pelo amor da pessoa amada. E quando estamos bem de dinheiro, estamos mal no amor. E quando estamos bem no amor, estamos mal de dinheiro. E quando temos dinheiro suficiente para viver e temos a alegria do amor, nos falta saúde ou nos falta qualquer coisa que nem sabíamos que era importante para a gente quando a tínhamos. Sim, sempre uma das teclas do piano está quebrada. Sempre estamos em conflito em relação a algum tema ou à alguma pessoa ou a nós mesmos. Ou é o presente que não está bom. Ou é o futuro que nos amedronta. Ou é o passado que vem tomar com a gente um café adoçado com fel. Sofremos pelo o que aconteceu e por aquilo que também poderia ter acontecido e não aconteceu e nós queríamos que acontecesse. Sofremos até mesmo por aquilo que não aconteceu e não queríamos realmente que acontecesse. Os ufanistas acharão esta mensagem profundamente pessimista. Mas o objetivo não é fazer ninguém se deitar em posição fetal. Pelo contrário. É mostrar que a vida é isso mesmo e que se você está se sentindo confuso, triste ou sem saber o que pensar ou como agir diante de uma situação complicada, não há nada de errado com você. É isso mesmo. Esta é a vida: caótica, linda e implacável. Não se sinta culpado se fosse não consegue ser essa pessoa que os “bam bam bans” de palestras de auto ajuda pedem pra você ser. São os :“12 passos para ser um vencedor”, os “vencendo desafios e conquistando a felicidade”, os “high performance” ...que você acaba se achando um zero a esquerda. Depois de anos nos maltratando, exigindo façanhas impossíveis, melhorar a autoestima parece ser mais uma daquelas metas absurdas e no final das contas, acabar nos causando mais sofrimento. O caso é que a auto estima virou o novo produto da moda. Estão aparecendo cursos voltados pro esse assunto, reportagens na TV, matérias em revistas, Facebook...cujo intuito é vender mais um produto. A vida não tem uma formula concreta. A vida não é um manual de instrução. A vida é, apesar de tudo, um hino de louvor á você mesmo. Viva A vida. Pense nisso, mas pense agora. Redação do Pense Nisso Com base na mensagem “é preciso sobreviver à dureza da vida “de Silvia Marques .

02/12/2022 06:30 | DURAÇÃO 5:01

Paz

PAZ Certa vez, um rei, ofereceu um grande prêmio aos seus artistas para fazer uma pintura que representasse a paz perfeita, vários artistas, apresentaram sua representação do que é ter paz. De todas o rei escolheu 2 finalistas: uma um lago espelhado perfeito onde se refletiam umas plácidas montanhas que o rodeavam e a outra um céu furioso do qual saia um impetuoso aguaceiro com raios e trovões e as montanhas parecia retumbar uma forte e espumosa torrente de água. Perguntaram ao rei qual seria a pintura ganhadora? o Qual calmamente respondeu: a segunda. Sabem por quê? atrás de uma cascata cresce um delicado arbusto na fenda de uma rocha, e ali, no meio da violenta queda d’água tem um ninho e um passarinho dormindo serenamente. A Paz não significa estar num lugar sem barulho, sem problemas, sem trabalho duro ou sem dor. A Paz significa que, apesar de estar em meio a todas essas coisas consigamos permanecer calmos dentro do nosso coração. Este é o verdadeiro significado da paz. ************************************* Hoje muito se fala em mísseis, explosões e altas nas infrações devido a guerra que o mundo está vivenciando. Ficamos apreensivos, e desejado que tudo se acalme para que possamos viver em paz. A paz é um dos tesouros muito desejado. Só que ao contrário do que se acredita, a paz não engloba apenas a simples inexistência de um confronto armado. A paz começa no íntimo de cada um, é a força interior que precisamos para manter o equilíbrio, nos livrando de cair nas armadinhas da frustação, dos desgostos e da negatividade. A guerra sempre existiu e sempre esteve presente em nossas vidas, seja entre países, família, vizinhos e os impactos emocionais que essas guerras trazem é negativo para a nossa existência, trazendo dor, tristeza e caos. A Paz é possível, mas demanda esforços. Começamos por praticar a paz nos nossos lares, e aos poucos vamos transbordando para os nossos círculos de pessoas, garantindo a estabilidade física e emocional de todos. Sejamos artesãos da paz ao nosso redor, busquemos sempre viver em harmonia com o nosso próximo, busquemos sempre a solução diplomática, e em toda a circunstância, busquemos fazer o bem. Aprecie a vida e as boas dádivas que recebemos e acalma a sua alma e a sua mente, porque quanto mais busquemos a paz mais podemos viver uma vida longínqua e prazerosa com sabedoria e benevolência. Bendito seja aqueles que conseguem encontrar a paz. Redação Centro América Fm: Texto baseado na Redação do Momento Espírita: A paz começa em nossa intimidade Texto: autor desconhecido; site guiainfantil.com

30/11/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:13

Para aqueles que não podem ver

PARA AQUELES QUE NÃO PODEM VER Aquela parecia ser apenas mais uma cerimônia de formatura de grau superior. Muitas pessoas reunidas para celebrar a conquista de seus amores. Nomes gritados com empolgação. Convenções ritualísticas antigas, enfim, tudo que sempre se encontra nessas celebrações. Excelentíssimos, ilustríssimos, discentes, docentes, todos estavam lá. Os formandos, um a um, desciam de suas cadeiras organizadas em fileiras atrás da mesa principal. A cada nome, ouvia-se uma pequena algazarra de dez, quinze, vinte pessoas, homenageando aquele jovem, em meio ao grande público, que só prestava atenção quando ouvia o nome do formando que estavam prestigiando. Seguia o cerimonial. Mais um nome chamado e um silêncio profundo. A formanda demorou um pouco mais para chegar à mesa de autoridades. E o fez com o apoio de um auxiliar da empresa organizadora do evento. Ela recebeu o diploma simbólico e o público, que até agora apenas esperava o momento de felicitar seus parentes, iniciou uma demorada salva de palmas. As pessoas estavam surpresas: uma jovem com deficiência visual recebendo o grau de pedagoga das mãos do representante da universidade. Pensamentos ganharam os ares do anfiteatro. Os mais objetivos e práticos pensavam: Como ela conseguiu? Como conseguiu estudar? Como fazia as provas? Outros, cépticos e insensíveis, com a ideia de que ninguém consegue sucesso por merecimento próprio, pensavam: Ela deve ter recebido ajuda dos professores, que se apiedaram de sua condição.Ou devem ter facilitado sua vida para que ela pudesse conseguir. Muitos estavam simplesmente com uma expressão de admiração em suas faces. Sensibilizados, compreendiam que aquilo era possível: uma deficiente visual se formar na universidade. Sua comemoração, com o diploma nas mãos, foi vibrante, digna de uma autêntica vencedora. Prosseguiu a cerimônia, iniciando-se as homenagens. Na homenagem a Deus, lá estava ela novamente, levantando-se e sendo guiada até o púlpito. Havia um brilho especial em sua face. Uma alegria radiante vinda de um Espírito que enxergava melhor do que todos aqueles que estavam ali, que viam apenas com o sentido da visão. Sua homenagem a Deus foi emocionante e singela. Seus dedos passavam suavemente sobre os pequenos pontos em relevo da folha de discurso, pontos criados por um outro jovem, o francês Luís Braille, no século dezenove, e que se tornaram uma das janelas de acesso ao mundo para os deficientes visuais. Suas palavras eram claras, sua dicção perfeita e sua mensagem divina. Ela agradecia a Deus por estar ao seu lado naquela conquista. Seu coração mostrava ao mundo o verdadeiro amor ao Criador, através de sua resignação e perseverança na existência. Ela dizia, para aqueles que não podem ver, que tudo é possível se persistirem, se lutarem e não desanimarem. E, sem palavras, apenas com sua presença, dizia que há muito mais beleza neste mundo do que podemos imaginar, e que sonhar sempre será preciso. Ela dizia isso para aqueles que ali estavam e que ainda não haviam aprendido realmente a ver. Redação do Pense Nisso.

29/11/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:42

O que fazemos nós?

O que fazemos nós? Muito embora conte-se a mãos cheias, no mundo, as calamidades, as dores e as dificuldades, em todos os cantos há quem semeie amor, paz e solidariedade. Muito embora fale-se em catástrofes, crimes hediondos e barbáries, nunca houve, como hoje, tanta solidariedade, abnegação e amor ao próximo. Assim, será sempre o que cada um de nós escolher para valorizar que dará as tintas do que nossa sociedade vem passando. O mundo sempre foi feito de contrastes. Na multidão, que somos todos nós, estamos cada um na sua faixa de evolução e amadurecimento, fruto da própria conquista individual. Assim, nada mais natural que alguns se comprazam com a guerra, enquanto outros semeiem a paz. Não soa tão incoerente que alguns colecionem fortunas vazias e sem nexo, enquanto outros trabalhem na solidariedade fraterna. Alguns mais amadurecidos, outros nem tanto. Vale a pena lembrar que, neste caldo que é nossa humanidade, cada um de nós responde apenas por aquilo que faz. Assim, a maldade alheia será sempre do outro, enquanto não a abrigarmos em nossa intimidade. A violência do próximo estará manchando apenas as mãos dos outros, enquanto não nos apropriarmos dela como forma de conduta pessoal. Inevitavelmente, esses comportamentos, tantas vezes esdrúxulos e desequilibrados, nos chocam, nos provocam repulsa, gerando comentários de indignação. Nada obstante, resta-nos indagar: o que fazemos nós diante de tanta desfaçatez? Se tantos se locupletam no roubo e na corrupção, estamos educando nossos filhos nas virtudes da honestidade e da honradez? Se muitos se utilizam da violência para conseguir destaque, amealhar seguidores, ou como conduta de vida, será que estamos promovendo a paz com nossas atitudes e comentários? A sociedade é o espelho de seus cidadãos, com sua maturidade e seus valores. Se desejamos que ela se modifique, comecemos por nós. Nossos valores e atitudes contribuirão para um mundo melhor, ou somarão para o desequilíbrio vigente. Tudo é uma questão de escolha. Dessa forma, todas as vezes que desejarmos mudar o mundo, que anelarmos por valores elevados, essa é a hora de começarmos a mudar a nós mesmos. A reestruturação do mundo passa inevitavelmente pela reestrutura de cada um de nós. Dia virá em que, cansada e exaurida dos valores vazios e infelizes com os quais elegeu caminhar, nossa sociedade buscará outros parâmetros. Enquanto isso, que possamos dar início a essa sociedade mais equilibrada e nobre com a qual todos sonhamos. Ante a espera de mudanças mais intensas e significativas, busquemos implementar em nosso mundo íntimo tudo o que desejamos seja um dia a tônica do nosso mundo. Pensemos nisso. Façamos isso. Redação do Pense Nisso. Em 25.4.2014.

26/11/2022 06:30 | DURAÇÃO 4:16

Não desanime

NÃO DESANIME O universo traz consigo sempre a mudança, a mudança de ser, de existir, de olhar para o mundo e saber que nada é para sempre e que tudo que possamos fazer é esperar pelo tempo certo. Às vezes achamos que tudo está contra nós, mas o que não entendemos é que a vida tem o seu próprio curso e tudo é um aprendizado. Não te desanime com as circunstâncias da vida, não se deixar abater quando descobri que alguém quebrou a sua confiança, e não deixe de amar a vida só porque as coisas não saíram como você imaginou. A vida nem sempre é um mar de rosas. Mesmo para quem tudo parece estar bem, há momentos em que o caos se instala. As coisas podem parecer confusas e complicada, os caminhos podem parecer tortuosos demais para seguir adiante, mas você sabe que nem sempre foi e nem será assim. Tenha paciência, tenham calma, respire fundo e não se desanime. Faça uma autoanálise constante em sua vida. Não podemos deixar que as emoções tomem conta de nossa existência. Somos nós que temos as emoções e não elas que nos têm. A vida é bela, é boa e interessante, as vezes só estamos insistindo naquilo que não é para ser nosso. Estamos batendo e gritando em uma porta fechada para que ela abra, e não percebemos que uma porta com mais bonança e mais preciosidade está aberta só aguardando a nossa entrada. Fica bem, descanse bem, não te perturbes pelas mazelas do mundo, e quando ver que não irá conseguir, peça ajuda, quando ver que não deu tempo, avisa, e quando o mundo te disser não, aprende a sorrir e a seguir em frente. Não são as turbulências do mundo que faz com que você caia, são as suas desistências que faz você cair. Aprender a ser feliz no pouco, para que quando o muito chegar, saberes aproveitar com decência e sabedoria Seja um sábio na sua vida e não um afligindo se perturbando com tudo com que está a sua volta. Cultive a bondade, viva na bondade e o triunfo alcançarás. Redação Centro América Fm: Texto baseado na Redação do Momento Espírita: Aceitação

25/11/2022 06:30 | DURAÇÃO 3:23

O dia que eu parei de dizer anda logo

O DIA QUE PAREI DE DIZER "ANDA LOGO" Quando você leva uma vida distraída, cada minuto precisa ser contabilizado. Parece que você está sempre riscando alguma coisa da lista, olhando para uma tela ou correndo para o próximo compromisso. E por mais que tente dividir seu tempo e atenção de um jeito ou de outro, por mais deveres que tente equilibrar ao mesmo tempo, o dia nunca dura o suficiente para correr atrás do prejuízo, não é mesmo caro ouvinte? Ouça a historia da professora norte-americana Rachel(pronuncia-se “reitchel”) Macy. Conta ela: Durante dois anos a minha vida foi de extrema correria. Meus pensamentos e minhas ações eram controlados por alertas eletrônicos, toques de celular e agendas abarrotadas. Apesar de cada gota do meu sargento interior me mandar chegar a tempo para cada compromisso em meus dias superlotados, eu não conseguia. Acontece que seis anos atrás, eu fui abençoada com uma filha calma e despreocupada, daquelas que sabe relaxar um pouco e aproveitar o mundo. Quando eu precisava já estar fora de casa, ela escolhia uma bolsa e uma tiara com todo o tempo do mundo. Quando precisava estar em algum lugar cinco minutos atrás, ela insistia em colocar seu bichinho de pelúcia na cadeirinha do carro e apertar o cinto de segurança. Quando eu precisava pegar um almoço rápido em algum fast food, ela queria conversar com a velhinha que parecia sua avó. Quando eu tinha 30 minutos para dar uma corridinha, ela queria que eu parasse o carrinho para acariciar todos os cachorros do caminho. Quando eu tinha um dia cheio que começava às seis da manhã, ela pedia para quebrar os ovos e mexê-los bem devagarinho. Minha filha calma e despreocupada foi uma dádiva para minha natureza workaholic e frenética, mas eu não enxergava isso. Não, nem de perto. Quem leva a vida distraída está sempre usando viseiras, sempre de olho no próximo item da agenda. E tudo que não pode ser riscado da lista é pura perda de tempo. Sempre que minha filha me forçava a desviar do meu cronograma, eu pensava “Não temos tempo para isso”. Por consequência, as duas palavras que mais dizia para minha pequena amante da vida eram: “Anda logo”. Eu começava minhas frases com elas. Anda logo, vamos chegar atrasados. Eu terminava minhas frases com elas. Vamos perder tudo se você não andar logo. Eu começava meu dia com elas. Anda logo e come esse café da manhã de uma vez. Anda logo e vai se vestir. Eu terminava meu dia com elas. Anda logo e vai escovar os dentes. Anda logo e vai dormir. E apesar das palavras “anda logo” não fazerem nada para acelerar minha filha, eu as repetia ainda assim. Talvez até mais do que aquelas outras palavrinhas, “eu te amo”. A verdade dói, mas a verdade cura... e me deixa mais próxima da mãe que quero ser. Até que chegou o dia fatídico e tudo mudou. Havíamos acabado de buscar minha filha mais velha do jardim de infância e estávamos saindo do carro. Como a menor não estava saindo rápido o suficiente, a mais velha disse para a irmãzinha: “Você é tão lenta”. E então ela cruzou os braços e soltou um suspiro de frustração. Foi como me ver no espelho, e a sensação foi horrível. Eu estava fazendo bullying com minha própria filha, pressionando e apressando uma criancinha que simplesmente queria aproveitar a vida. Meus olhos se abriram. Eu enxerguei os danos que minhas existências apressadas estavam causando em minhas duas filhas. Minha voz tremeu, mas eu olhei nos olhos da minha pequenininha e disse: “Desculpa por estar fazendo você se apressar tanto. Eu adoro que você faz as coisas com calma e queria ser mais parecida com você”. “Prometo que vou ser mais paciente a partir de hoje”, eu disse, abraçando minha menininha de cabelo cacheado, que agora sorria com a promessa da mãe. Foi fácil riscar a expressão “anda logo” do meu vocabulário. Mais difícil foi adquirir a paciência para esperar minha filha mais descansada. Para ajudar nós duas, comecei a dar a ela mais tempo para se preparar quando tínhamos que ir a algum lugar. Às vezes, ainda assim chegávamos atrasadas. Eram os momentos em que eu repetia para mim mesma que só teria mais alguns poucos anos de atraso, enquanto ela fosse jovem. Quando saíamos para caminhar ou íamos ao mercado, eu deixava minha filha determinar o ritmo. E quando ela parava para admirar alguma coisa, eu tentava esquecer minha agenda e simplesmente assistia o que ela estava fazendo. Vi expressões no rosto dela que nunca tinha encontrado antes. Estudei as covinhas em suas mãos e o jeito que seus olhos se enrugavam quando ela sorria. Vi o modo como as outras pessoas reagiam quando minha filha parava para conversar com elas. Vi o modo como ela encontrava insetos interessantes e flores bonitas. Ela era uma “Percebedora”, e logo descobri que os “Percebedores” são dádivas raras e belas. Foi quando finalmente entendi que ela era um presente dos céus para minha alma frenética. Fazer uma pausa para aproveitar as alegrias simples do cotidiano é o único jeito de viver de verdade. Pense Nisso, mas pense...com calma. Este, e outros textos e áudios do Pense Nisso, você encontra em nosso site. Acesse: centroamericafm.com.br Redação do Pense Nisso. Com base em um artigo publicado na internet em 2013, Em 05.2.2015

24/11/2022 06:30 | DURAÇÃO 6:35