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Os velhos são os outros e só eles morrem

13/07/2020 10:00 | DURAÇÃO 4:58

Notas do Episódio

Quanto tempo você quer viver? Quando uma pessoa passa a ser “velha”? Qual é a melhor idade da vida? Se você viver tempo suficiente, todas as respostas que você daria hoje vão mudar. É o que mostra o maior estudo já publicado sobre a percepção que temos do envelhecimento. A pesquisa entrevistou mais de 500 mil pessoas, com idades variando entre 10 e 89 anos. Como você pode imaginar, os participantes mais jovens percebiam a velhice como um futuro a ser temido. Mas, quanto mais velha era a pessoa, mais jovem ela se sentia. Os cientistas perguntaram a idade subjetiva das pessoas – ou seja, que idade elas sentem que têm, independente de quando nasceram. Os participantes de 10 anos se sentiam com 12 anos e os de 20, com 21. Já ouviu alguém dizer “sou maduro pra minha idade” nessa fase? Aposto que sim. Depois disso, todo mundo se sentia mais jovem do que era. Uma pessoa com 40 anos se sentia com uns 37. As de 89 anos garantiam que se sentiam abaixo dos oitentinha. Os pesquisadores perguntaram para esse meio milhão de pessoas quanto tempo elas, idealmente, gostariam de viver. Ou, a versão mais direta e crua dessa pergunta: Com que idade você gostaria de morrer? As crianças consideravam que o tempo ideal para viver era cerca de 91 anos. Mas quando os participantes tinham vinte e poucos anos, esse número caía para 90. Aos 30, 40 e 50 é quando as respostas são mais pessimistas: 88 anos é o máximo que as pessoas, em média, querem viver. Mas, conforme a idade dos entrevistados aumentava, mais tempo pela frente eles desejavam. De maneira bem poética, o tempo de vida ideal para as pessoas de 70 anos era o mesmo que para as de 10 anos. Isto é, 91 anos. Para os autores da pesquisa, a grande conclusão é que, conforme as expectativas mudam e as pessoas descobrem uma vida plena na velhice, a tendência é que a percepção do envelhecimento fique mais positiva. Deixando a pesquisa de lado, para nós, que nos sentimos alarmados diante da nossa mortalidade, é consoladora a citação do poema de David Romano, “Quando o amanhã começar sem mim”: (...) Eu prometo que não haverá amanhã, mas que o hoje durará para sempre. Então, que tal me dar a mão e compartilhar da minha vida?” Logo, quando o amanhã começar sem mim, não pense que estamos separados, pois todas as vezes que pensar em mim, eu estarei dentro do seu coração. Não esperemos a morte chegar para desejar fazer as coisas que nos deixam felizes. Ouçamos o nosso coração e não esperemos a hora de partir para dizer: Amo você! Você é importante na minha vida! Minha vida sem você não teria sido tão maravilhosa! Não economizemos gestos e palavras para manifestar a nossa ternura, o nosso carinho para com aqueles que amamos. Obrigado, minha mãe! Parabéns, meu filho! Você lembra daquele dia? Lembremos: depois da nossa morte, a empresa em que trabalhamos continuará, o trabalho prosseguirá, alguém o fará. Mas ninguém nos poderá substituir no coração dos nossos amores. Por isso, aproveitemos, intensamente, a estadia ao lado deles. Nenhum de nós sabe o dia, nem a hora da partida. E não pense que: os velhos são os outros, e que só os outros, morrem. Pense Nisso Mas pense agora. Texto elaborado com base na reportagem da revista Super Interessante e com transcrição do poema Quando o amanhã começar sem mim, de David M. Romano, que circula pela internet. Em 27.2.2014.